(DUAS adendas no final deste texto.)
Eu não disse… mais uma vez? No meu anterior texto aqui no Obamatório, escrevi: «(…) O mais preocupante, o mais grave, já nem é o que de mau, de incompetente, de escandaloso, que Barack Obama e os outros democratas disseram e (não) fizeram, ou estão a dizer e (não) fazem. É, sim, mais, o que eles ainda vão dizer e (não) fazer nos próximos dois anos e meio que ainda faltam no segundo mandato do Nº 44. Há motivos concretos, justificações autênticas, para se ficar muito preocupado, e mesmo assustado… (…)»
Eu não disse… mais uma vez? No meu anterior texto aqui no Obamatório, escrevi: «(…) O mais preocupante, o mais grave, já nem é o que de mau, de incompetente, de escandaloso, que Barack Obama e os outros democratas disseram e (não) fizeram, ou estão a dizer e (não) fazem. É, sim, mais, o que eles ainda vão dizer e (não) fazer nos próximos dois anos e meio que ainda faltam no segundo mandato do Nº 44. Há motivos concretos, justificações autênticas, para se ficar muito preocupado, e mesmo assustado… (…)»
Nem
uma semana passou… O que poderia ser pior do que, por uma inacreditável e
indesculpável incompetência e irresponsabilidade (pelo menos…), revelar o nome
do chefe de estação da CIA no Afeganistão? O quê? Talvez… isto: libertar cinco
perigosos terroristas talibãs da prisão de Guantánamo em troca de um soldado
norte-americano que, segundo várias informações credíveis, incluindo as de
vários (um, dois, três, quatro exemplos) antigos companheiros de armas,
desertou e se tornou um traidor, ou um «colaborador activo com o inimigo»…
…
E foi exactamente isso que aconteceu: em 2009 Bowe Bergdahl não foi capturado
mas, sim, abandonou deliberadamente a sua unidade. Antes, em mensagens dirigidas
aos pais, manifestou vergonha pelo seu país e por ser soldado; mais, terá
renunciado à cidadania norte-americana mesmo antes de fugir. E logo em 2010
surgiram relatos de que se teria convertido ao Islão e estaria a ensinar aos
seus novos «irmãos de fé» (outras) formas de fabricar bombas! A Casa Branca
tinha, e tem, um extenso ficheiro sobre Bergdahl, e sabia perfeitamente que o seu comportamento não havia sido caracterizado por «honra e distinção», ao contrário do que Susan Rice veio dizer – mais uma vez, e depois do que
aconteceu em Benghazi com 2012, ela vê-se envolvida numa outra (grande e grave)
mentira! Para cúmulo, ela declarou que tem «confiança de que as garantias que nos foram dadas serão mantidas», ou seja, de que os terroristas libertados não
voltarão ao combate contra tropas dos EUA. Portanto, Rice, a mentirosa,
acredita em promessas feitas por muçulmanos extremistas e criminosos?! Porém,
nem Barack Obama parece acreditar nesse cenário ideal, de jihadistas
empedernidos decidirem «reformar-se»…
…
O que torna ainda mais censurável a sua decisão, que, em rigor, constituiu
(mais) uma ilegalidade da sua parte – mais concretamente, o não ter informado
previamente (no mínimo, 30 dias) o Congresso desta iniciativa. Quem o diz é Andrew Napolitano,
Jeffrey Toobin e Jonathan Turley, juristas que estão em diferentes pontos do
espectro ideológico. Além disso, vários jornalistas, apresentadores,
comentadores na comunicação social, têm vindo a expressar as suas dúvidas e
mesmo críticas – nem que seja sob a forma de (para variar…) perguntas
agressivas – e naqueles se inclui aqueles que se sabe serem democratas ou
simpatizantes deles… como Matt Lauer, Joe Johns e até Chris Matthews!
A
administração, que, aparentemente, aguardava uma reacção mais entusiástica, e mesmo «eufórica», a este «negócio», está remetida à defensiva. E refugia-se em
eufemismos: não reconhece que houve uma negociação com terroristas mas sim uma
«troca de prisioneiros de guerra». Aliás, Jay Carney – que está de saída da
função de porta-voz do Nº 44, depois de três anos a não responder e/ou a mentir
– recusou-se a designar os talibãs como terroristas! Será que não ouvem o
espanto e a indignação dos familiares dos (seis? Oito? Dez?) soldados que foram mortos quando estavam a tentar encontrar e recuperar Bowe Bergdahl? Tanto esses familiares como os próprios militares que sobreviveram e
regressaram são practicamente unânimes: BB deve ser julgado em tribunal
marcial. Todavia, e apesar disso, BO celebra a troca na Casa Branca com os pais
do desertor, tendo Robert Bergdahl aproveitado para louvar (e não em Inglês) Alá!
Enfim,
agora, até a traição é desvalorizada, se não mesmo incentivada, pelo actual
presidente e pela sua equipa. Não só a (eventual, muito provável) de Bowe
Bergdahl mas também a deles próprios: como Andrew Napolitano afirmou, libertar
um «dream team» de (chefes) terroristas é auxiliar objectivamente o inimigo; o Sr. Hussein
não aceitou neste caso o parecer de especialistas, do Pentágono e da CIA,
repetidamente reafirmado, mas esta não foi a primeira vez que o fez. Ou então
esta é a forma – alternativa – que ele escolheu de encerrar a prisão de
Guantánamo: libertar aos poucos os (perigosos) prisioneiros que ainda lá estão…
Harry Reid, pelo menos, acha que isso é uma boa ideia: «estou contente por me ver livre daqueles cinco». Contudo, e dados os antecedentes nestes casos, não é de todo
implausível que eles voltem para lhe fazer uma «visita».
(Adenda – Este escândalo de trocar alguém que é, de certeza, um desertor - e, quase de certeza, um traidor – por cinco importantes elementos talibãs é de tal modo grave e está a gerar uma tal – e crescente – controvérsia que vários dos mais fiéis «obamistas» estão a ultrapassar novos limites de ridículo no seu afã de defender e de justificar a decisão do presidente. Nota-se uma tendência comum neles: a de atacar e a de (tentar) descredibilizar os ex-colegas de Bowe Bergdahl e até o próprio exército dos EUA! Dos Departamentos de Estado e do Urbanismo, do New York Times e do Think Progress vieram novos exemplos de desafio à sensatez; já Harry Reid… imitou Hillary Clinton. Porém, no espaço da esquerda surgiram alguns assomos de dignidade: Dianne Feinstein não hesitou em denunciar a ausência de um (obrigatório) aviso ao Congresso por parte da Casa Branca, e ainda a fraqueza das justificações para a operação; já o New York Daily News foi ao ponto de afirmar, em editorial, que o Nº 44 cometeu uma traição e que se rendeu sem honra.)
(Adenda – Este escândalo de trocar alguém que é, de certeza, um desertor - e, quase de certeza, um traidor – por cinco importantes elementos talibãs é de tal modo grave e está a gerar uma tal – e crescente – controvérsia que vários dos mais fiéis «obamistas» estão a ultrapassar novos limites de ridículo no seu afã de defender e de justificar a decisão do presidente. Nota-se uma tendência comum neles: a de atacar e a de (tentar) descredibilizar os ex-colegas de Bowe Bergdahl e até o próprio exército dos EUA! Dos Departamentos de Estado e do Urbanismo, do New York Times e do Think Progress vieram novos exemplos de desafio à sensatez; já Harry Reid… imitou Hillary Clinton. Porém, no espaço da esquerda surgiram alguns assomos de dignidade: Dianne Feinstein não hesitou em denunciar a ausência de um (obrigatório) aviso ao Congresso por parte da Casa Branca, e ainda a fraqueza das justificações para a operação; já o New York Daily News foi ao ponto de afirmar, em editorial, que o Nº 44 cometeu uma traição e que se rendeu sem honra.)
(Segunda
adenda – Sobre Bowe Bergdahl as suspeitas e mesmo os factos continuam a
acumular-se: a deserção de 2009 não foi a primeira vez em que abandonou o seu
posto deliberadamente mas sim a terceira (pelo menos); e, em 2010, terá
declarado o seu apoio à Jihad… Quanto aos cinco terroristas libertados em troca
do desertor, pelo menos um deles já declarou que voltará a combater contra os
EUA; e um chefe talibã declarou que agora, perante as condições desta troca,
tem ainda mais vontade de capturar outros norte-americanos… Entretanto, em
Washington, é a confusão: a Casa Branca afirmou (oficiosamente) que a decisão
final pela operação coube ao Pentágono, mas Chuck Hagel, em audiência na Casa, «devolveu» essa responsabilidade a Barack Obama… afinal, em que é
que ficamos? Além de quem tomou a decisão, há ainda a questão do atraso – ou ausência
– da sua comunicação ao Congresso: quase 100 pessoas no governo federal terão
sabido dela antes de alguém no Capitólio; e John Boehner lembrou que ele e os
seus colegas foram informados previamente da operação contra Osama Bin Laden, mas não desta. Em simultâneo, as tentativas de desculpabilização por parte dos
democratas estão cada vez mais patéticas: uma das mais recentes é a de Jackie
Speier, representante – obviamente! – da Califórnia, que assegurou que os talibãs
são «parte do tecido social do Afeganistão» e «não é rigoroso dizer que eles são terroristas». Entre muitos
outros, os paquistaneses que protegem actualmente o aeroporto de Carachi
provavelmente discordam dessa asserção…)
6 comentários:
Obama fez isto para ir esvaziando Guatanamo. Dúvidas?
Poucas.
Agora soldados americanos estão a prémio em todo o Mundo
Não são só os soldados...
Já se sabe que a aversão que os Dems nutrem pelo exército Americano não é problema recente. Neste caso essa aversão ideológica ajuda-os a quebrar uma política - "não negociamos com terroristas" - que se julgava inabalavelmente consensual, torna qual promessa de protecção geoestratégica que os states façam aos seus parceiros internacionais uma anedota, potenciará um maior número de raptos e capturas de soldados, turistas e trabalhadores emigrados, e levará a que os parceiros mais fracos dos states em pontos críticos do globo flexibilizem muito mais a sua acomodação a terroristas por não poderem contar com intervenções firmes da Casa Branca.
Como dizia o outro: o mundo ficou muito mais perigoso.
João, o «outro» não é Barack Obama, que, pelo contrário, afirmou recentemente que o Mundo nunca esteve tão pouco perigoso...
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