O falecimento, a 28 de Junho último, do senador Robert Byrd permitiu que se constatasse mais uma vez – como se tal fosse necessário! – a diferença de tratamento que se recebe, em determinada comunicação social dos EUA, por se ser ou democrata ou republicano.
Concretamente, o New York Times qualificou o veterano político como «voz respeitada do Senado»... mas, em 2003, aquando da morte de Strom Thurmond, este foi qualificado pelo mesmo jornal como «inimigo da integração» (racial). Qual é a questão? É que ambos foram inimigos da integração, segregacionistas, mas Byrd era – sempre foi – democrata e Thurmond era republicano... desde 1964 (antes também foi democrata). Mais importante, e chocante: Byrd pertenceu ao Ku Klux Klan, Thurmond não. Ambos viriam, na viragem da década de 60 para a de 70, a mudar as suas opiniões sobre o assunto. Porém, só o primeiro pareceu merecer uma «desculpa» pelo seu passado racista, «justificado» tanto por Barack Obama como por Bill Clinton.
Há, portanto, racistas «bons» e racistas «maus». Robert Byrd era «bom», Strom Thurmond era «mau». Jeremiah Wright, que foi pastor do actual presidente durante 20 anos, que sempre vituperou os brancos em geral e os judeus em particular, que continua a denegrir os Estados Unidos a qualquer oportunidade, é um «racista bom». Os membros das Tea Parties e os políticos do Arizona autores da nova lei de imigração daquele Estado, todos, nos dois casos, sem preocupações de raça ou de etnia nas suas acções, são «racistas maus». No entanto, é a terra de John McCain que vai ser alvo de um processo em tribunal por parte do Departamento de Justiça, muito provavelmente por calculismos eleitorais que podem revelar-se errados, e não o «Novo Partido Pantera Negra» - sem dúvida por estes serem «racistas bons».
Este grupelho extremista tem estado no centro de uma controvérsia – ignorada, inevitavelmente, por quase toda a lamestream media – por, nas eleições presidenciais de 2008, ter promovido acções de intimidação de votantes brancos em alguns locais – admitidas, aliás, pelos «panteras»! A acrescentar – e a agravar – a isso, sabe-se agora que defenderam Saddam Hussein e elogiaram Osama Bin Laden, apelaram ao armamento contra a polícia e os membros das Tea Parties, e advogaram o assassinato de brancos (incluindo crianças)! Será também isto aquilo a que Michelle Obama designa como «aumento de intensidade»?
Não é pois de admirar que o NPPN tenha agradecido a Eric Holder por não os acusar e levá-los a julgamento! Decisão que, segundo um ex-elemento do DdJ, tem como fundamento um preconceito racial. Na verdade, é mais do que isso: é uma regra de preferência racial. O que é muito, muito grave, e deveria ter consequências. E Bill O’Reilly admite que já não considera Janet Reno como o/a pior detentor/a do cargo de procurador-geral!
Entretanto, Mel Gibson (racista «mau») está novamente em apuros, desta vez por ter proferido a palavra «nigger» numa discussão doméstica; mas será que ele ainda não aprendeu que só os cantores de rap (racistas «bons») a podem utilizar, e que só os políticos e entertainers de esquerda (idem) estão acima das críticas? E a NAACP, uma organização fundamentalmente... racista («boa»), aprova uma resolução condenando o movimento das Tea Parties como sendo... racista («má»). Ah, as ironias...
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