sábado, 20 de janeiro de 2018

Ano Dez

A 20 de Janeiro de 2017 escrevi que o Obamatório iria, naquela data, entrar provavelmente no seu «último ano de actividade (mais ou menos) “normal”, embora a partir de agora essa actividade seja, como já avisei anteriormente, mais reduzida e menos frequente em comparação com anos anteriores». Doze meses depois confirma-se que essa actividade foi, efectivamente, mais reduzida e menos frequente: em 2017 escrevi e publiquei neste blog 15 textos, menos 25 do que em 2016 (40), e menos 60 do que em 2010 (75), o ano mais prolífico. Porém, quero acreditar que menor quantidade não significa necessariamente menor qualidade. E, não, o que passou não foi o último ano de actividade (mais ou menos) «normal»: decidi que irei (tentar) cumprir, pelo menos, uma década de funcionamento regular…
… Também porque se confirmou o que eu escrevi a concluir «Ano Nove», e algo que não era difícil de prever: «A experiência acumulada em quase dez anos diz-nos que dificilmente não existirão “ecos” desagradáveis em 2017, e eventualmente depois disso, da presidência de Barack Obama.» A propósito disto, impossível não sorrir, e mesmo rir, da ironia que resulta da primeira grande entrevista do anterior presidente dos EUA desde que deixou a Casa Branca, concedida a David Letterman no novo programa deste no Netflix intitulado «O meu próximo convidado não precisa de introdução». Nuno Galopim escreveu no blog Sound + Vision que este encontro serviu para «sentir saudades» de ambos, e em especial, claro, do Nº 44. No entanto, o que NG não referiu foi esta muito interessante e reveladora afirmação de BHO na entrevista: «Um dos maiores desafios que temos na nossa democracia é o grau em que não partilhamos uma base comum de factos. Se você vê a Fox News está a viver num planeta diferente daquele em que está se ouvir a National Public Radio». Repare-se na crítica concreta à liberdade informativa, à diversidade editorial, que é explícita naquela afirmação – a inexistência de uma (orwelliana?) «base comum de factos» é apontada como um problema. Mas Donald Trump é que é um (candidato a) ditador por «atacar» jornalistas… pois. É evidente qual o «planeta» preferido por Obama: o da Rádio Pública Nacional dos EUA. Todavia, nem esta nem outros antros de «fake news» infestados de esquerdistas-propagandistas como a ABC, CBS, NBC, MSNBC, CNN, PBS, New York Times, Washington Post costumam divulgar consistentemente (isto é, para além, talvez, de alguns minutos) «factos incomuns» como o envolvimento da administração Obama, e, eventualmente, do próprio Barack: na venda de urânio norte-americano a russos; na obtrução à investigação feita pela DEA das operações de tráfico de droga e de lavagem de dinheiro realizadas pelo Hezbollah; no alerta dado ao governo de Teerão de que Israel se preparava para assassinar Qassem Soleimani, um dos principais dirigentes da Guarda Republicana iraniana, acusado de apoiar acções terroristas do Hamas… e do Hezbollah. Todos estes três casos são exemplos de autêntica e de gravíssima traição…
… Mas tal, em última instância, não surpreende. Afinal, Barack Obama foi informado logo em 2014 (!) de que a Rússia desenvolvia campanhas de ciberespionagem e de desinformação contra as democracias ocidentais, incluindo os EUA…  e nada fez - como que comprovando a promessa de «maior flexibilidade» feita dois anos antes; poderia ter obtido a extradição, da República Checa para os EUA, de Ali Fayad, traficante de armas libanês e alegado membro do… Hezbollah acusado de atentar contra as vidas de norte-americanos… e não o fez; beneficiou de sucessivas tentativas de «branqueamento», por parte de colaboradores seus e junto do Museu do Holocausto, da sua inacção quanto à Síria; mandou colocar sob vigilância – ou alguém fez isso por ele – Donald Trump, familiares deste e membros das suas equipas de campanha e de transição; enfim, manipulou, usou, corrompeu importantes entidades do governo federal em seu proveito e do seu partido, como o IRS, o Departamento de Justiça e o FBI – e, a este respeito, enormes e avassaladoras revelações devem estar quase a ser feitas.
É também por isso que hoje deve ser celebrado um ano desde que Barack Obama deixou de ser presidente… e um ano em que Donald Trump o é. Este está a cumprir as promessas que fez. Não acreditem nos «balanços negativos» dos doze primeiros meses do mandato do Nº 45: é tudo, ou quase, mentira. Os EUA estão melhores, e o Mundo, de certo modo, também. A nível nacional, e para além da reforma fiscal e da descida de impostos que para os democratas é como que o «fim do Mundo», há a registar a redução do número de novos imigrantes ilegais, a diminuição do desemprego (incluindo, em taxas recorde, nas comunidades afro-americana e hispânica), o reforço do investimento, a valorização – com índices históricos – dos mercados de capitais (e, em consequência, das poupanças dos cidadãos), a revogação do (fascizante) mandato individual do «ObamaCare». A nível internacional, o estilo agressivo, quiçá «bruto», confrontacional, do actual presidente está a proporcionar, ao contrário do que apregoa(va)m muito(a)s histérico(a)s, resultados muito promissores e mesmo positivos: a Coreia do Norte pediu, e obteve, o restabelecimento dos contactos regulares com a Coreia do Sul e até concordou em integrar uma delegação unificada aos próximos (começam a 9 de Fevereiro) Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang, na CdS – por isto, em Seul, o presidente Moon-Jae-In agradeceu a Trump; no Afeganistão um conselho de anciãos atribuiu a DJT uma «medalha de bravura» pelas críticas que ele fez ao Paquistão (!); do Irão vieram mensagens de «obrigado», por parte de manifestantes contra o regime dos «ai-as-tolas», pelas palavras de apoio e de encorajamento vindas da Casa Branca – uma atitude diametralmente oposta à tomada por Barack Obama em 2009 aquando dos anteriores grandes protestos naquele país; em Israel a embaixada dos EUA será transferida de Tel-Aviv para Jerusálem, numa decisão de Trump que não só finalmente dá seguimento à aprovação – bi-partidária – da mudança feita no Congresso em 1995 e que Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama sucessivamente asseguraram concretizar, mas também veio proporcionar o completo «separar das águas» entre quem é e quem não é, verdadeiramente, anti-semita e neo-nazi.
É precisamente porque sabem que a presidência de Donald Trump está a ser, e será cada vez mais (esperemos), um sucesso que os democratas e os seus aliados na comunicação social se mostram infatigáveis, desde há mais de um ano, em lançar-lhe acusações de vários tipos consoante as conveniências do momento. A mais frequente, obviamente, é a de que ele foi ajudado pela Rússia, pelo Kremlin, por Vladimir Putin; porém, porque de facto não existem provas disso e, pelo contrário, elas existem de que foram os democratas a beneficiarem do auxílio de Moscovo, os «burros» vão recorrendo às teorias (da conspiração) alternativas. Uma é a de que o Nº 45 é um predador sexual – entrevistam alegadas vítimas, embora uma se queixe, principalmente, de que ele lhe pediu o número de telefone – e um adúltero que traiu a agora primeira-dama, Melania Trump, com uma actriz pornográfica. Outra é a de que, além de idoso, ele é doente física e mentalmente... mas não acreditam nas afirmações em contrário feitas, depois de diversos exames, pelo médico oficial da Casa Branca, que já o era quando Barack Obama lá estava. Outra ainda, e que constitui, aliás, uma das mais constantes calúnias contra DJT, é a de que ele é um racista…
… E a mais recente versão dessa calúnia constante é que Donald Trump terá dito – numa reunião privada com congressistas dos dois partidos – a palavra «shithole» para caracterizar países da América Latina e de África. A «revelação» - a queixinha – veio de Dick Durbin e foi confirmada por Lindsey Graham, mas David Perdue e Tom Cotton, também presentes, não o confirmaram. Porquê duvidar destes, chamar-lhes mentirosos, e não aos outros? Graham já chamou «hellholes» a nações situadas a Sul da fronteira dos EUA, e Durbin, porque é um democrata do Illinois, não tem qualquer credibilidade; aliás, ele chegou ao cúmulo de afirmar que a expressão de Trump constitui «um momento horrível da história da Sala Oval» - mais horrível do que quando um ex-presidente, seu camarada de partido, ali recebeu um «blow job» de uma estagiária? Previsivelmente, na lamestream media «passaram-se», com destaque para a CNN: nesta, que, entre muitas outras notícias de «grande interesse», já dedicaram tempo e recursos a temas como o consumo de Diet Coke, gelado e hamburgueres pelo actual presidente, só num dia os seus apresentadores, jornalistas e comentadores disseram a palavra «shithole» - nunca censurada, ou seja, sem ser silenciada ou «abafada» com um efeito sonoro – 195 vezes!..
… Mas Donald Trump garante que não a disse. E se a disse (relativamente a nações do «Terceiro Mundo»), qual é o problema? Acaso é mentira? E tantos outros políticos americanos, presidentes e não só, não utilizaram «palavrões»? Não existem dúvidas, por exemplo, de que Joe Biden disse que a aprovação do «ObamaCare» era um «big fucking deal», e ainda que Barack Obama chamou a Mitt Romney «bullshitter» e considerou a Líbia um «shit show»… embora tenha sido um dos principais (senão mesmo o principal dos) culpados por esse «espectáculo». Nessas ocasiões houve escândalos semelhantes? Então algumas m*rd*s são melhores do que outras, dependendo de quem as diz?

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