Enquanto se foi tornando (mais) conhecido e até pouco depois de tomar posse como presidente, Barack Obama chegou a ser cognominado de «No Drama Obama» - porque, supostamente, ele se caracterizava pela sua calma, pelo seu tom conciliador acima das querelas político-partidárias, pela sua capacidade em unir uma nação desavinda e desunida. Não que isso alguma vez tivesse sido mesmo verdade…
Porém, agora, poucas dúvidas restam de que o Nº 44 é um(a) autêntico(a) «drama queen», sempre a exagerar (ainda mais) os floreados retóricos, e sempre pronto para fazer quer ameaças veladas (ou nem tanto…) quer exigências irrazoáveis quer súplicas arrevesadas… E parece passar rapidamente de umas para outras como que demonstrando uma indesejável instabilidade emocional para quem desempenha um cargo tão importante… No entanto, e em contrapartida, mostra ter um «talento» considerável para representar, para fazer figuras (tristes), enfim, para o teatro… ou (dadas as câmaras que normalmente o acompanham) para cinema e para a televisão. Assim, e quando se «celebram» os seus primeiros 1000 dias como presidente dos EUA, passemos em revista alguns dos seus mais recentes e notáveis «desempenhos»…
… No «drama épico». Barack Obama regularmente lança algumas «bravatas»… que, contraditórias, não soam muito convincentes: apelou a que «não se permita que o povo americano seja um dano colateral na guerra política em Washington»; ordenou aos seus conselheiros que descobrissem «como aprovar projectos de estímulo sem autorização adicional do Congresso»; pediu que «se colocassem de lado ressentimentos pessoais em prol do bem maior»; exigiu aos seus «irmãos» que «parem de se queixar e marchem (por ele)». Ao que a sempre «subtil» Maxine Waters, sem dúvida a pensar na superior taxa de desemprego entre os afro-americanos (em relação à média nacional), respondeu que «Obama nunca diria aos judeus ou aos gays para pararem de se queixar.» Curiosamente, o presidente poderia repreender-se a si próprio, porque se… queixou de que os EUA «costumavam ter as melhores coisas» (agora é a China que as tem).
… No «melodrama». Barack Obama ocasionalmente tem os seus momentos de «sinceridade», de fraqueza (?), de «carência»: declara que «perdemos a nossa ambição, a nossa imaginação, e a nossa vontade de fazer coisas (como a ponte Golden Gate, em São Francisco)»; admite que «o povo americano não está melhor agora do que estava há quatro anos»… embora esteja convencido de que «todas as escolhas que fizemos foram as acertadas»; deve ser isto que o leva a declarar «se me amam ajudem-me a passar este decreto» (!) Sim, o Congressional Black Caucus ama-o tanto que o seu líder disse que se o Sr. Hussein «não fosse o presidente, estaríamos a marchar para a Casa Branca.»
… Na «comédia dramática». Barack Obama continua a lançar «piadas de mau gosto» sobre os republicanos… mas o riso não é muito: eles não querem (que a América seja) «um lugar onde as pessoas possam ter sucesso não obstante a sua aparência»; eles querem «o ar mais sujo, a água mais suja, menos pessoas com seguro de saúde»; e «talvez não tenham percebido o diploma para o emprego». Convém esclarecer que são os democratas no Senado que mais se opõem a que a «jobs bill» vá a votação, e que o Sr. Hussein nem sequer assegurou para si a própria designação daquela iniciativa legislativa(!)… o que pode talvez também explicar porque, desta vez, alguns humoristas resolveram gozar com o presidente, conseguindo, eles sim, algumas gargalhadas.
O que não falta a Barack Obama são palavras e, como o demonstrou (pela terceira vez) Andrew Klavan, elas têm servido principalmente para ele «falar porcaria» (isto é, fazer afirmações falsas e/ou sem sentido) . Pior, se a essas palavras forem contrapostos os números da sua governação, o quadro daí resultante é demonstrativo… e devastador. Todavia, ainda tem a protecção da maior parte dos media, que, por exemplo(s), não o ridicularizam (como fizeram a Sarah Palin sobre os jornais que ela lia) quando ele se atrapalha a (tentar) dizer quais os sítios na Internet em que navega, nem o denunciam quando ele mente sobre a situação profissional de um professor que utilizou como «adereço» num dos seus discursos . E é este autêntico «proteccionismo», esta (continuada) dualidade de critérios que constitui, precisamente, um dos maiores e verdadeiros dramas.
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