Na semana passada houve uma grande «comoção» em Washington: durante o discurso de Barack Obama no Congesso, o representante do Estado da Carolina do Sul (e membro do Partido Republicano) Joe Wilson gritou, ao Presidente, «Você mente!», quando aquele garantia que os imigrantes ilegais não seriam cobertos pelo sistema de saúde dos EUA (se a reforma do mesmo que o Partido Democrata propõe fosse aprovada).
Independentemente dos motivos, foi indubitavelmente uma atitude incorrecta; tanto que Joe Wilson apresentou posteriormente o seu pedido de desculpas à Casa Branca, que as concedeu. Porém, tal não foi suficiente para os democratas do Congresso, que exigiram que Joe Wilson se retractasse publicamente no Capitólio, o que ele não fez... e, assim, o representante foi ontem desaprovado publicamente, após votação, no que constituiu a primeira vez que um membro do parlamento federal norte-americano foi penalizado por falar durante um discurso de um Presidente dos EUA!
Vários comentadores conservadores norte-americanos, entre os quais Ann Coulter, Phyllis Schlafly, Rush Limbaugh e Victoria Jackson, condenaram veementemente a manobra dos liberais, porque: Joe Wilson já pedira perdão ao Presidente; a proposta de Barack Obama estará mesmo repleta de... inverdades; e vários democratas já faltaram ao respeito, no passado, a presidentes republicanos. Em particular a George W. Bush: a quem Al Gore chamou de «traidor»; a quem um representante da Califórnia chamou de «mentiroso»; a quem Harry Reid chamou de «perdedor»; que foi vaiado, e até interrompido, pelos democratas durante o discurso do Estado da União em 2005 e em 2006 (aqui sendo de destacar um então senador pelo Illinois...). Enfim, até Obama já acusou Bill Clinton de dizer mentiras!
O respeito não é devido a todos? O que espanta e indigna é, mais uma vez, a dualidade de critérios. Que nem umas inacreditáveis, incríveis, «regras para protestar» parecem ser capazes de atenuar.
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