Faz hoje 18 anos que aconteceu… mas o passar
do tempo não aumenta de todo a distância. Não só ao nível emocional mas também
ao nível factual: na verdade, no passado dia 30 de Agosto foi finalmente
marcada a data do início do julgamento dos (cinco) ainda sobreviventes
organizadores dos ataques terroristas contra os Estados Unidos da América
perpetrados no dia 11 de Setembro de 2001: 11 de Janeiro de 2021 – ou seja,
quando se assinalar o 20º aniversário. O local será, como já era previsível, a
base naval norte-americana de Guantánamo, em Cuba. Um desses cinco acusados é o
infame Khalid Sheikh Mohammed, o principal mentor da atrocidade, directamente
mandatado para tal por Osama bin Laden, e que foi também o assassino do
jornalista Daniel Pearl.
Poderá este julgamento finalmente atenuar,
parar e até reverter o desinteresse que a esquerda norte-americana, nomeadamente
os democratas, manifesta(m) crescentemente face ao recrudescimento do
extremismo, do fundamentalismo e do terrorismo islâmicos? É pouco provável,
atendendo ao que têm dito e ao que têm feito – e também, em especial, ao que
não têm dito e ao que não têm feito – nas quase duas décadas que entretanto
decorreram. Cory Booker será tão só o mais recente exemplo de «burro» que segue
a curiosa «metodologia» de não incluir o que aconteceu em 2001 – e as quase
três mil vítimas de que resultaram – quando se trata de listar atentados
terroristas, sendo que estes começam invariavelmente em 2002 nas bizarras contas
«azuis» para tentar evidenciar um alegado aumento dos crimes de «supremacistas
brancos» na expectativa de associar aqueles aos republicanos – manobra ridícula
porque, obviamente, toda a violência motivada por cor da pele, etnia ou raça
vem de elementos que são ou que já foram privilegiados pelo Partido Democrata;
e aparentemente querem esquecer que os ataques em Fort Hood, Boston, San Bernardino e Orlando foram perpetrados por muçulmanos. Entretanto, ainda mais
inacreditável e mais insultuosa é a notícia (do início deste mês) de que, num
subúrbio de Chicago, as autoridades locais têm tentado remover ou até destruir um memorial ao 11 do 9 situado numa propriedade privada! O que faz lembrar, de
certo modo, as sucessivas manifestações de desagrado perante a bandeira
norte-americana registadas ao longo dos anos, tanto na sua forma actual, com 50 estrelas, como na
inicial, a chamada «Betsy Ross Flag».
O que também demonstrou, e demonstra, o
desrespeito dos democratas pela memória e pelo legado do 11 de Setembro de 2001
foi a eleição de Ilhan Omar e de Rashida Tlaib enquanto representantes ao
Congresso em 2018. A culpa pela dupla desgraça já não recai unicamente nos seus
condados, nas pessoas que nos círculos eleitorais (condados), respectivamente,
no Minnesota e no Michigan nelas votaram: a responsabilidade passou a caber
igualmente a todo o PD nacionalmente, que ainda não condenou explicitamente as
várias e vis posições anti-semitas e até mesmo anti-americanas que elas
sucessivamente adopta(ra)m. Afinal, tratam-se de duas muçulmanas que não só são
apoiantes e apologistas de terroristas mas também socialistas, pelo que os valores,
os instrumentos e as instituições fundadoras e fundamentais dos EUA não lhes
merecem respeito. Nem a existência de Israel: como não compreender e não concordar
com a decisão do governo de Jerusalém de impedir a entrada no país de quem não condena os ataques do Hamas e suporta o movimento BDS (é mais «BS», de
«bullshit»), de «boicote, desinvestimento e sanções», para isso equiparando,
num cúmulo de ignorância (ou estupidez?) e de insolência, uma nação democrática
à Alemanha hitleriana e à Rússia estalinista?
Enfim, há que recordar que uma das integrantes
do (pelo menos simbólico, se não concreto) «jihad caucus» no actual Congresso
dos EUA se referiu (e não é de duvidar que a outra concorde com tal…
caracterização) ao 11 de Setembro de 2001 como uma ocasião em que «alguns fizeram algo». Depois disto poder-se-ia talvez dizer que o inimigo conseguiu
infiltrar-se final e «legalmente» nos corredores do poder. Só que, na verdade,
há muito tempo que os democratas são os inimigos não só do verdadeiro
desenvolvimento e progresso do país mas ainda da sua própria coesão e
integridade. Ilhan Omar e Rashida Tlaib mais não são do que recentes e
particularmente repulsivas degenerescências num «corpo» em acelerada e acentuada degradação.
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