Não
duvido de que muitas pessoas, mas mesmo muitas, muitas pessoas ainda não sabem,
ainda não se aperceberam, do quão perto – uns milímetros! – Donald Trump esteve
de morrer, assassinado a tiro de espingarda, no passado dia 13 de Julho durante um comício em Butler, na Pensilvânia. Foi o acaso, a sorte, ou uma autêntica
intervenção divina que o levou a, no momento certo, desviar levemente a cabeça
para que a bala «apenas» atingisse a orelha direita e não o cérebro? É difícil,
quiçá impossível, alguma vez dar uma resposta definitiva. Porém, do que se pode
ter a certeza é de que este atentado falhado não constitui uma verdadeira
surpresa: era óbvio e previsível que tentariam matá-lo; alguém, algum dia, num
qualquer local, arriscaria tirar-lhe a vida. Tucker Carlson explicitou sucintamente esta possibilidade, expondo uma «lógica» certamente compreensível
se bem que não aceitável por todos: depois de o insultarem, difamarem,
investigarem (sob pretextos falsos), impugnarem (idem) e «condenarem» judicialmente, só faltava recorrerem ao homicídio...
...
Cometido por um qualquer maluco que se deixou impressionar e influenciar por
todas as mentiras que os democratas – na política, no «jornalismo», no (mau)
entretenimento – foram expelindo ao longo de mais de oito anos: Donald Trump «é»
racista, um homófobo, misógino, violador, corrupto, agente da Rússia e traidor, uma
ameaça existencial ao país e à democracia, um ditador fascista que prenderá os opositores
(uma acusação que, como praticamente todas as que os democratas fazem aos
republicanos, não é mais do que uma projecção), nazi e até uma reencarnação de
Adolf Hitler – esta uma calúnia constante, e, aliás, cerca de uma semana antes
do atentado um dos muitos pasquins esquerdistas fazia disso a sua capa. Que não
se dê crédito à falácia dos «burros» de que a linguagem inflamada, e a
violência que frequentemente resulta daquela, é igual nos dois lados da
barricada político-ideológica: sempre foram e são os democratas quem iniciam as
«hostilidades», e a agressividade dos que se identificam com o GOP – porque quem
não sente não é filho de boa gente – surge em resposta às provocações. Mais: os
discursos de (verdadeiro) ódio dos «azuis» contra os «encarnados» já eram
norma(is) antes de Trump anunciar a sua primeira candidatura à presidência em
2015. Recorde-se o que disseram de Ronald Reagan, dos dois George Bush, de John
McCain e de Mitt Romney, todos eles – e as pessoas que neles votaram – as
«piores» pessoas do Mundo. Como um exemplo entre muitos possíveis, recorde-se Alan Grayson, ex-representante do PD, que disse no Congresso ser «morrerem
rapidamente» a «solução» dos republicanos para as dificuldades que os mais idosos
sentem no acesso a cuidados de saúde. Como não atribuir a difamações como esta,
quase autênticos incitamentos à violência, actos extremos como o ataque em 2017, por um activista democrata admirador de Bernie Sanders e de Rachel Maddow, aos congressistas do PR que treinavam em Washington para um jogo de
baseball e que quase custou a vida a Steve Scalise?
Assim
que os tiros cessaram no passado sábado os democratas não perderam tempo a
demonstrar novamente até que ponto são loucos, malignos, perversos. As figuras
de topo emitiram comunicados oficiais expressando repúdio pelo atentado e
«alívio» por Donald Trump ter sobrevivido, mas não são credíveis atendendo,
precisamente, às suas repetidas, divisivas, inflamadas, intervenções públicas anteriores –
e, sim, estou a falar de, entre outros, Nancy Pelosi, Chuck Schumer e Joe Biden.
Pior, muito pior, foram as atitudes de outros que: ou duvidaram da veracidade
do ataque, designando-o uma «encenação» em que DJT não foi de facto ferido, e,
se o foi, tal deveu-se a vidros do tele-ponto e não a uma bala; ou lamentaram
que o atirador tivesse falhado! Acaso não ocorre(u) a estes seres miseráveis que,
além do Nº 45, duas outras pessoas foram feridas, e gravemente, e uma terceira
morreu ao tentar proteger a esposa e a filha? Era um bombeiro e o nome dele é Corey Comperatore. Houve alguns
apelos posteriores à calma, à implementação de como que um período de
«arrefecimento» e de «contenção» da retórica após o atentado, mas tal não demorou
muito – aliás, nunca chegou a existir verdadeiramente – como se comprovou pela
afirmação, proferida três dias depois por uma ex-assessora de Biden, de que os
democratas deviam «virar o seu fogo» contra Trump. Entretanto, e evidentemente,
não foi só nos EUA que a incompetência, o preconceito e a estupidez se
manifestaram nas reacções ao ataque. Em Portugal podemos destacar pelo menos
não um, não dois mas sim três exemplos disso na comunicação social
«estabelecida», e ainda, num certo blog que já teve melhores dias, um alegado «jornalista»
– que constantemente apela ao rigor na informação – a propagar «fake news» e
uma gaja doida (outra já com uma idade em que era suposto ter juízo) a delirar com a
utilização, ou não, de um certo condimento culinário.
O mais
grave neste caso, no entanto, até que nem foram as (previsíveis) reacções
dementes dos democratas mas sim o falhanço do Serviço Secreto em prevenir o
atentado e em proteger Donald Trump. Foram vários os espectadores do comício que,
antes de este começar, alertaram as forças de segurança (ou falta dela) para o
facto de alguém estar a movimentar-se de uma forma suspeita num telhado próximo;
não faltou tempo para neutralizar o assassino antes de os tiros serem
disparados; e, não, ele não era republicano – o que não faltam são exemplos de democratas
que se registam no PR para tentarem desestabilizar aquele partido, em especial nas
(eleições) primárias. A directora do SS não só não se demitiu como teve inclusivamente
o atrevimento de comparecer na Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, iniciada
na segunda-feira (isto é, dois dias depois do atentado!) e terminada na
quinta-feira, onde foi confrontada, questionada... e (per)seguida pelos senadores John Barrasso e Marsha Blackburn. Um incidente que não afectou – pelo contrário,
terá mesmo reforçado – o brilho, a excelência e o impacto da reunião máxima
realizada a cada quatro anos pelos conservadores norte-americanos, e em que DJT
foi consagrado, pela terceira vez consecutiva, como candidato nomeado pelo seu
partido à eleição presidencial no próximo mês de Novembro, tendo desta vez como
parceiro para a vice-presidência o senador (do Ohio) J. D. Vance. Curiosamente,
terá sido Van Jones, democrata que é comentador na CNN, quem melhor resumiu o actual «estado da Nação»: «Uma bala não conseguiu parar Trump; um vírus (o do
Covid-19) acabou de parar Biden; temos nomeados deste partido (Trump e Vance) a
receberem beijos nos seus rabos; Biden está a ser pontapeado no rabo pelo seu
próprio partido; os democratas estão a partir-se; os republicanos estão a
avançar juntos». É tudo verdade.