Depois de, no mês passado,
ter mencionado algumas pessoas em Portugal que, com alguma (ou bastante)
frequência, demonstram ter uma irritante e até mesmo inquietante disponibilidade
para transmitirem informações falsas e comentários ridículos sobre o que acontece
na política dos Estados Unidos da América, e nem sempre de uma forma
involuntária, considerei que seria correcto e justo referir outras pessoas que,
ocasionalmente, evidenciam saber mais verdades do que se passa nos EUA e não se
deixam afectar pela propaganda pró-esquerdista e pró-democrata. E não é mau que
seja apenas ocasionalmente, pois isso é melhor do que nada. Nem todos podem ser
– na verdade, nenhum, ninguém é – como eu, que há mais de 15 anos, aqui neste
espaço, neste blog, no Obamatório, publico sempre pelo menos um texto por mês,
correspondendo ao acompanhamento permanente, mais do que diário, que faço das
peripécias que ocorrem no outro lado do Atlântico.
Quem são, pois, essas
pessoas, que merecem ser citadas? Comecemos por duas que colaboram no blog
Blasfémias, que muito aprecio e que já provaram também estar atentas e lúcidas
aos «ventos» que «sopram» da América do Norte: Cristina Miranda, que denunciou
as más influências, nem sempre insidiosas, vindas de Hollywood; e Telmo Azevedo Fernandes, que compreendeu a importância e os benefícios da compra do Twitter por
Elon Musk. Continuemos com três vozes na Rádio Observador: Alberto Gonçalves, Helena Matos e José Manuel Fernandes (estes dois, curiosamente, ex-colaboradores do
Blasfémias) que analisaram a grande onda de anti-semitismo que devastou as
universidades norte-americanas e que se estendeu a outras áreas do país e
tentaram antecipar as consequências dessas manifestações na próxima eleição
presidencial. De destacar igualmente Nuno Rogeiro, em especial um seu artigo na
Sábado sobre a entrevista a Vladimir Putin conduzida por Tucker Carlson. E,
finalmente, Rui Ramos, também na Rádio Observador, cuja posição e qualificação
como historiador lhe dá sem dúvida uma legitimidade acrescida na evocação de
momentos mais ou menos passados dos EUA, como a revolução que levou à independência
e a luta de Martin Luther King pelos direitos civis.
A existência destas
outras vozes, mais sensatas, não parece porém suficiente para, em última
instância, desvanecer ou até mesmo atenuar os danos que as outras, as
alienadas, causam. E, neste âmbito, João Lopes é um exemplo pouco menos do que
permanente. Cerca de duas semanas depois da sua anterior, e não muito feliz,
«incursão» pela actualidade «ianque», e a que eu aludi, ele voltou «à carga»
com outra, desta vez elogiando Fareed Zakaria, da CNN, como sendo «um exemplo modelar de
comentário político alheio a determinismos simplistas ou futurologia de bolso».
Ora sucedeu que, desde então, Zakaria não uma, não duas mas sim três vezes fez
apreciações positivas de Donald Trump e negativas de Joe Biden, mais
concretamente a propósito de: que o actual «residente» da Casa Branca deveria
implementar, ou manter, as políticas de imigração do Nº 45; que o caso do
suposto pagamento a Stormy Daniels nunca iria a tribunal se não fosse Trump a
estar em causa; e que os democratas devem aceitar que é muito pouco provável que Biden vença em Novembro. Será que João Lopes fará eco destas intervenções? É
melhor eu esperar sentado...