É
algo que não constitui propriamente uma surpresa, mas o assunto é demasiado
importante para não se fazer (mais) uma referência: muitas reacções negativas causou,
na Grã-Bretanha e na França, o discurso de Donald Trump na mais recente convenção da National Rifle Association, realizada em Dallas, no Texas, nos passados dias 4, 5 e 6
de Maio, e em especial a parte em que ele apontou e criticou – correctamente –
o quão indefesos estavam, e ainda estão, os cidadãos daqueles países europeus, e
outros, perante ataques de criminosos «comuns» e de terroristas, por não
disporem, como nos EUA, do mesmo nível de acesso ao porte e uso de armas, tal
como previsto e permitido pela Segunda Emenda da Constituição norte-americana,
e apesar dos esforços contínuos dos democratas para a restringir e mesmo reverter. É um
assunto que demonstra bem, talvez mais do que qualquer outro, como são
diferentes as perspectivas em ambos os lados do Atlântico sobre questões
básicas, fundamentais, relativas a prioridade moral, iniciativa
individual e organização social…
…
Que eu já abordei, e destaquei, previamente, não só aqui no Obamatório mas
também, em especial, num artigo publicado no Público a 14 de Dezembro de 2015,
intitulado «Os cidadãos não têm armas» - sendo os cidadãos em causa, obviamente,
os europeus, e em particular os franceses. Então escrevi: «Porque é que isto
aconteceu… novamente? Porque houve mais, tantos, mortos e feridos? Os atacantes
são “(des)educados” desde cedo a odiar os valores e as liberdades da
Civilização de matriz judaico-cristã, tudo o que não esteja conforme ao Islão?
Sim, mas não só nem principalmente. Porque os atacantes não receiam as
consequências, não tanto para eles, que no fundo são todos suicidas e estão
dispostos a morrer, mas mais para as suas comunidades, pois sabem que os seus
familiares não serão expulsos, as suas casas não serão demolidas – como
acontece em Israel – e as suas mesquitas não serão encerradas? Sim, mas não só
nem principalmente. Eis a resposta, a explicação, principal e incontestável:
tantas vidas se perde(ra)m ou fica(ra)m marcadas para sempre, tanta destruição
é causada, tanto medo e tanta mágoa é acumulada, porque, muito simplesmente, os
atacantes sabem que vão encontrar inexistente, ou reduzida, ou atrasada,
resistência… armada. Aqueles parisienses, permanentes ou ocasionais, estavam
completamente indefesos, totalmente à mercê da fúria impiedosa e incansável dos
assassinos. A polícia não está – não consegue estar – permanentemente presente
junto de quaisquer possíveis alvos, que, actualmente, e cada vez mais, são,
podem ser, todos, é, pode ser, tudo. Pelo que é fundamental, prioritário,
urgente, que aos indivíduos (maiores de idade e sem cadastro criminal), às
famílias, às empresas (incluindo restaurantes e salas de espectáculos…), às
instituições não estatais e/ou que não têm a dimensão suficiente para disporem
de protecção pública, sejam providenciados os meios – isto é, as armas e o
treino para correctamente as utilizar – que aumentem a sua segurança. E isto,
obviamente, sempre em articulação, em colaboração, com as forças da ordem.» Ano
e meio depois, a 19 de Julho de 2017, em artigo publicado no blog Delito de
Opinião intitulado «Mulheres de(s)arma(da)s», desenvolvi, basicamente, o mesmo
argumento (sustentado com outros factos), mas desta vez focado no caso
específico da «epidemia» que parece grassar em Portugal de homens que matam –
ou tentam matar – ex-esposas ou ex-namoradas. Mensagem, e conclusão,
fundamental: ser vítima não tem de ser uma inevitabilidade, não faltam meios
que podem ajudar à protecção de cada um e dos que lhe (e)s(t)ão próximos.
As
críticas, as queixas, os protestos, provenientes de Londres e de Paris contra o
actual Presidente dos EUA pela sua intervenção no encontro anual mais
importante da NRA não diferem, na sua essência, dos que vieram… um pouco de
todo o Mundo, mas em (vergonhosos, embora previsíveis) «particulares» de
diversos pontos do Ocidente, contra a actuação do exército de Israel na sua
fronteira com (a faixa de) Gaza na última semana. Uma vez mais, parece haver
«confusão» sobre quem são, verdadeiramente, os agressores e os agredidos, e o
consequente direito – e dever – de se utilizar, para defesa própria, os
instrumentos adequados e necessários. Os palestinianos do Hamas – incentivados,
apoiados, pelo Irão – não são «manifestantes pacíficos»: são terroristas, combatentes
inimigos e armados, que procuram quebrar as barreiras para tentarem infiltrar-se em
território hebreu e causarem – são eles que o admitem – o máximo de destruição
e de morte possível; não há que ter qualquer comiseração para com estes
permanentes candidatos a «mártires», suicidas, genocidas, literalmente «carne para canhão» enviada por líderes que ficam na retaguarda a aproveitarem para os seus luxos o dinheiro do auxílio humanitário, fantoches manipulados e doutrinados desde a infância para odiarem judeus (e cristãos), autênticos zombies,
sub-pessoas, que não hesitam em colocar mulheres e crianças na linha da frente
como «escudos humanos» para melhor ludibriarem a crédula maioria da comunicação social internacional e convencerem-na da suposta «crueldade» dos militares que
ostentam a estrela de David, e de outras mentiras expelidas pela propaganda muçulmana. A celebração do 70º aniversário da (re)fundação de
Israel e a inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém, esta uma acção
justificada e que já tardava, promessa feita por Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama mas só finalmente cumprida por Donald Trump, não (nunca) seriam precisas como pretextos para a violência.
Ao contrário do que
acontece em vários (quase todos?) países da Europa, cujos respectivos governos parecem
ter-se conformado com a ocorrência de sucessivas matanças, consecutivos massacres,
levados a cabo pelos adoradores de Alá, em Israel e nos EUA – estes desde que, obviamente, liderados pelo Partido Republicano – há uma clara indisponibilidade
para o (auto) sacrifício. Os inocentes não têm que morrer; do
outro lado, quase todos são culpados, e a sua eliminação, temporária ou definitiva, não deve ser lamentada.