quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Coolidge era «cool»

Hoje assinala-se o centenário da primeira tomada de posse de Calvin Coolidge como o 30º Presidente dos Estados Unidos da América. Membro do Partido Republicano, a sua ascensão ao cargo executivo mais importante do país aconteceu, porém, por um motivo funesto: ele era o vice-presidente do então Presidente Warren Harding, que morreu no mesmo dia, 2 de Agosto de 1923, pouco mais de dois anos e meio depois de ter entrado na Casa Branca. Coolidge seria reeleito em 1924 e poderia ter-se candidatado a um terceiro mandato em 1928, mas não o fez porque tal implicaria que estaria – ou poderia estar – dez anos na presidência, mais do que qualquer outro comandante-em-chefe antes dele, e isso seria, na sua opinião, «demasiado longo».
Na sua carreira política Calvin Coolidge foi, antes, mayor de Northampton, no Massachusetts, entre 1910 e 1912, e governador daquele Estado, entre 1919 e 1921. A sua administração ficaria marcada, entre outros aspectos, pelo apoio à igualdade racial e ao voto das mulheres, oposição à «Proibição» («Lei Seca») e promoção do conservadorismo fiscal – menos impostos e um governo (federal) mais pequeno. Durante a sua presidência foi aprovada legislação, em 1924, e que ele ratificou e assinou, que concedeu definitivamente a cidadania a todos os nativos americanos, e celebraram-se os 150 anos da independência dos EUA, a 4 de Julho de 1926 – o dia, aliás, do seu 54º aniversário (CC é, até hoje, o único presidente a ter nascido naquela data).
Assim como outros presidentes republicanos, Calvin Coolidge foi, após deixar a Casa Branca, e durante décadas, alvo de campanhas difamatórias e de «reescrita da História» por parte de democratas, que apresenta(va)m como «justificação» o facto de ter sido logo após a sua presidência, e até por causa dela, que ocorreu a crise financeira de 1929 e teve início a «Grande Depressão». Uma vez mais há que contrariar sem hesitações as desagradáveis e destrutivas «zurradas» dos «burros», e para isso já contribuíram, entre outros, John Calvin Thomas e Donald Feder. Coolidge era tão «cool», tão elegante, tão taciturno, que o alcunharam de «Silent Cal». No entanto, isso não significa que devamos ficar calados perante as vozes da mentira.