segunda-feira, 30 de maio de 2022

Memorial do «Lamento»

Hoje, 30 de Maio de 2022, celebram-se os 100 anos da inauguração do Memorial a Abraham Lincoln em Washington. Um edifício, e um monumento, que começou a ser pensado, planeado, preparado, logo a seguir à morte do 16º Presidente dos Estados Unidos da América, mas que só seria concretizado quase 60 anos depois. A presidir à cerimónia esteve o então (e 29º) presidente Warren G. Harding, acompanhado, entre outros, por Robert Todd Lincoln, filho do homenageado. Uma ocasião que, compreensivelmente, se pretendia festiva acabou por ser ensombrada pelo facto de a audiência ter sido segregada, o que, só por si, era já uma negação, e uma afronta, da obra do «honesto Abe», essa obra sendo a a abolição da escravatura e a reunificação do país, e pela qual ele acabou por dar a vida prematuramente. Porém, há que ter em consideração que antes de Harding foi Woodrow Wilson quem ocupou – durante oito anos – a Casa Branca, período no qual aquele desprezível, democrata, racista comandou um processo de re-discriminação por cor da pele ao nível federal...
... Embora, há que reconhecê-lo, a atenuação e até a reversão da vitória do Norte sobre o Sul na Guerra Civil tenha começado logo após o termo daquela, quando Abraham Lincoln e depois Ulysses S. Grant – entre os dois esteve o insignificante Andrew Johnson, o primeiro presidente, recorde-se, a ser alvo de um processo de impugnação – optaram por não punir severamente os que combateram pela Confederação, antes tendo privilegiado o perdão, a amnistia, o apaziguamento... como bons cristãos que eram acreditavam na redenção. No entanto, talvez tivesse sido preferível ponderar as grandes, enormes vantagens de, por exemplo, enforcar nas árvores entre Washington e Atlanta todos os que envergaram uniformes cinzentos: cedo começaram a acontecer motins em oposição à Reconstrução, em que muitos negros foram linchados, e o Ku Klux Klan não demorou a ser fundado. Depois, a segregação, através das denominadas leis «Jim Crow», que inspiraram e influenciaram os nazis alemães na sua repressão anti-semita,  foi oficialmente instituída nos Estados do Sul durante décadas e só terminou após a campanha pelos direitos civis liderada por Martin Luther King nos anos 60 do século passado - campanha que teve o seu momento culminante a 28 de Agosto de 1963 com o discurso «Eu tenho um sonho» de MLK, proferido, precisamente, junto ao Memorial a Lincoln, em que o vencedor do Prémio Nobel da Paz valorizou o «conteúdo do carácter» em detrimento da «cor da pele»No entanto, e numa trágica ironia, desde então a maioria da população afro-americana não deixou de votar nos herdeiros - espirituais e materiais - dos esclavagistas e dos segregacionistas, auto-confirmando continuamente o seu estatuto de grupo menor - em número e em dignidade - na sociedade norte-americana.
Ou seja, e na prática, a Guerra Civil durou mais um século, e a não ilegalização definitiva, logo em 1865, do Partido Democrata, permitiu que esta agremiação de perversos malfeitores não só sobrevivesse como ainda recuperasse e reforçasse a sua implantação política e o seu poder eleitoral. Aproveitando sempre como «combustível», como energia primordial e indispensável à sua actuação, a manipulação de «causas», de processos degradantes, repugnantes, atentatórios da dignidade humana, processos esses que são igualmente pólos de atracção para todo o tipo de desviantes: sempre o racismo, e se a escravatura já não era possível, passou a ser a segregação, primeiro explícita e depois implícita – com a subversiva «teoria crítica da raça», que se propaga como um cancro por todos os graus de escolaridade, que doutrina desde a infância que existem «opressores» e «oprimidos» unicamente em resultado do tipo de epiderme; o aborto, levado inclusivamente aos extremos mais abomináveis, sendo posição maioritária actual no PD que deve ser autorizada a interrupção voluntária da gravidez até ao dia do nascimento; o ataque permanente à família nuclear, estrutura básica de qualquer sociedade, com a promoção constante da «homo-bi-trans-sexualidade» e da disforia de género, real ou imaginária; o incitamento incansável, indirecto ou mesmo directo, à violência contra os seus adversários – feitos inimigos – políticos, isto é, conservadores, republicanos; e a fraude eleitoral sistemática, local, estadual e nacional, assente na destruição de votos em candidatos «encarnados» e na fabricação de votos em candidatos «azuis», e facilitada pela não obrigatoriedade em vários Estados de apresentação de cartão de identificação - fraude eleitoral como a acontecida em Novembro de 2020 que roubou a reeleição a Donald Trump. E, logicamente, quem tem o supremo atrevimento de fazer batota nas urnas para «ganhar» também não terá - e não tem - escrúpulos em usar o poder ilegalmente obtido ou reforçado para instrumentalizar os meios burocráticos, policiais e judiciais para pressionar, perseguir, punir, prender os seus opositores, o que foi, e é, precisamente o que acontece(u).
Esta comuno-confederação em que os EUA presentemente estão mergulhados não constitui decerto o que Abraham Lincoln imaginava e desejava. Aqueles que ele derrotou regressaram, quais «mortos-vivos», zombies, para multiplicar a violência e o caos. Enfim, são democratas, e deles nunca nada de bom há a esperar. O pior, o mais grave, é que no Partido Republicano muitos não têm a coragem dos seus antepassados de há 150 anos, em especial os que ocuparam até recentemente – e alguns ainda ocupam – posições fulcrais de liderança e de responsabilidade. Nomeadamente Bill Barr, Mitch McConnell e Mike Pence, que se acobardaram e recearam enfrentar e derrotar os ladrões de votos que falsificaram a verdadeira vontade popular. Em última instância, tratou-se de um insulto à memória do Nº 16 não menor do que a (tentativa de) remoção de estátuas dele em Boston, Madison e Portland há dois anos, durante os violentos motins desencadeados pelos Antifa e Black Lives Matter; ou a mera existência do denominado Projecto Lincoln, grupo de demagogos e propagandistas a favor dos democratas formado por mercenários m*rd*s*s que, incrivelmente, alegam ser «conservadores». Assim, por tudo isto, nesta data em que se comemora o centenário da abertura daquela estrutura na capital, é difícil não pensar nela, infelizmente, como sendo um Memorial do «Lamento». E também do «Arrependimento», por se ter permitido que a vitória se transformasse em derrota.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Casa das «ratazanas»

Nunca é demais afirmar, e repetir, o seguinte facto: muitas pessoas deste lado do Atlântico, incluindo em Portugal, nada sabem da realidade da política nos Estados Unidos da América, e, mais especificamente, dos níveis de loucura, maldade e perversidade da esquerda norte-americana aglutinada no Partido Democrata. Os seus simpatizantes, militantes, activistas são invariavelmente pessoas fanáticas, intolerantes, vis, violentas, que nas últimas décadas têm «progressivamente» levado os confrontos ideológicos a níveis e a áreas que normalmente, seria de supôr, não deveriam ser alcançados. Confirmando as suas tendências secessionistas, é frequente que democratas que controlam um Estado – principalmente a Califórnia, mas não só – imponham «sanções» a outro, habitualmente controlado por republicanos, por, através dos seus órgãos legislativos e executivos legítimos, ter aprovado legislação que vai contra os «dogmas» dos «azuis»; evidentemente, o oposto nunca acontece. E, o que é ainda mais ridículo e inquietante, até mesmo (grandes) empresas em sectores de grande consumo são cada vez mais participantes, protagonistas nas disputas políticas, com as suas administrações e direcções tomando... partido – o dos «burros» - nas controvérsias que regularmente agitam o país.
A situação tornou-se de tal modo bizarra que, recentemente, uma das maiores firmas de relações públicas dos EUA aconselhou os seus clientes, nos quais se incluem a Coca-Cola e a Starbucks, a ficarem de fora, a não intervirem, no actual debate – que, infeliz mas previsivelmente, do lado dos democratas já passou para conflito – sobre a possível revogação pelo Supremo Tribunal, em breve, da decisão «Roe vs. Wade» que em 1973 fez da autorização do aborto uma imposição federal. Uma sugestão inteiramente lógica e sensata, não é verdade? Afinal, que empresários seriam tão estúpidos e incompetentes ao ponto de hostilizar pelo menos metade dos seus clientes e arriscarem-se a perdê-los? Acontece que, incrivelmente, vários o são. E aquela recomendação foi feita porque uma das mais emblemáticas companhias norte-americanas pagou recentemente o preço (algo elevado) por se meter aonde não era chamada. Qual? A Walt Disney...
... Cujos (ir)responsáveis máximos tiveram a muito infeliz ideia, e iniciativa, de afrontar, de desafiar, o governador Ron DeSantis e o congresso da Flórida por terem elaborado, votado, aprovado e implementado uma lei que proíbe professores de falarem aos alunos mais novos, durante as aulas, de assuntos de índole racial e sexual. A «Parental Rights in Education», também conhecida difamatoriamente como «Don’t Say Gay», apenas pretende assegurar, afinal, o que deveria ser o mais básico: impedir doutrinações de qualquer tipo de terem lugar nas salas de aula das escolas que acolhem crianças, em especial sem o conhecimento e o consentimento dos pais. Porém, isto é mais do que os extremistas esquerdistas podem tolerar, porque para eles os filhos não são «propriedade» dos familiares mas sim do «colectivo», deste fazendo parte igualmente empresas «woke» como a Disney, já infiltradas e controladas por comunistas, e, logo, alinhadas na campanha para desmantelar as estruturas e os instrumentos que nos EUA, e apesar da oposição e obstrução permanentes dos democratas, proporciona(ra)m liberdade, oportunidades e um (verdadeiro) progresso a muitas pessoas. O que diria e faria Walt Disney, um conservador e um anti-comunista, se hoje pudesse ver e saber em que se tornou o império que ele fundou? Muito provavelmente rolaria na sepultura, indignado pela traição, ao ouvir uma sua descendente a defender a degenerescência, o actual e o anterior presidente da companhia a cederem – como cobardes que são – aos activistas, funcionários daquela a admitirem e a vangloriarem-se de promover a «agenda LGBT» sempre que lhes é possível.
A Walt Disney já não é tanto a «casa do rato» («house of mouse») Mickey mas sim mais a casa das «ratazanas». Uma autêntica «praga» que pode e deve ser controlada quanto antes, e foi isso mesmo o que o governador Ron DeSantis e o congresso da Flórida fizeram ao elaborar, votar, aprovar e implementar uma lei que rescinde os privilégios, fiscais e não só, que a empresa usufrui naquele Estado há mais de 50 anos. Entretanto, organizam-se manifestações contra aquela em repúdio da propaganda que passou a privilegiar, e até já existe uma campanha para a «despejar» - para o «lixo», e definitivamente? – denominada, precisamente, «Drop Disney». Decididamente, os «reinos mágicos», e os seus «príncipes» e «princesas», já não são o que eram antes.