quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Quando «alguns» fizeram «algo»

Faz hoje 18 anos que aconteceu… mas o passar do tempo não aumenta de todo a distância. Não só ao nível emocional mas também ao nível factual: na verdade, no passado dia 30 de Agosto foi finalmente marcada a data do início do julgamento dos (cinco) ainda sobreviventes organizadores dos ataques terroristas contra os Estados Unidos da América perpetrados no dia 11 de Setembro de 2001: 11 de Janeiro de 2021 – ou seja, quando se assinalar o 20º aniversário. O local será, como já era previsível, a base naval norte-americana de Guantánamo, em Cuba. Um desses cinco acusados é o infame Khalid Sheikh Mohammed, o principal mentor da atrocidade, directamente mandatado para tal por Osama bin Laden, e que foi também o assassino do jornalista Daniel Pearl.
Poderá este julgamento finalmente atenuar, parar e até reverter o desinteresse que a esquerda norte-americana, nomeadamente os democratas, manifesta(m) crescentemente face ao recrudescimento do extremismo, do fundamentalismo e do terrorismo islâmicos? É pouco provável, atendendo ao que têm dito e ao que têm feito – e também, em especial, ao que não têm dito e ao que não têm feito – nas quase duas décadas que entretanto decorreram. Cory Booker será tão só o mais recente exemplo de «burro» que segue a curiosa «metodologia» de não incluir o que aconteceu em 2001 – e as quase três mil vítimas de que resultaram – quando se trata de listar atentados terroristas, sendo que estes começam invariavelmente em 2002 nas bizarras contas «azuis» para tentar evidenciar um alegado aumento dos crimes de «supremacistas brancos» na expectativa de associar aqueles aos republicanos – manobra ridícula porque, obviamente, toda a violência motivada por cor da pele, etnia ou raça vem de elementos que são ou que já foram privilegiados pelo Partido Democrata; e aparentemente querem esquecer que os ataques em Fort Hood, Boston, San Bernardino e Orlando foram perpetrados por muçulmanos. Entretanto, ainda mais inacreditável e mais insultuosa é a notícia (do início deste mês) de que, num subúrbio de Chicago, as autoridades locais têm tentado remover ou até destruir um memorial ao 11 do 9 situado numa propriedade privada! O que faz lembrar, de certo modo, as sucessivas manifestações de desagrado perante a bandeira norte-americana registadas ao longo dos anos, tanto na sua forma actual, com 50 estrelas, como na inicial, a chamada «Betsy Ross Flag».
O que também demonstrou, e demonstra, o desrespeito dos democratas pela memória e pelo legado do 11 de Setembro de 2001 foi a eleição de Ilhan Omar e de Rashida Tlaib enquanto representantes ao Congresso em 2018. A culpa pela dupla desgraça já não recai unicamente nos seus condados, nas pessoas que nos círculos eleitorais (condados), respectivamente, no Minnesota e no Michigan nelas votaram: a responsabilidade passou a caber igualmente a todo o PD nacionalmente, que ainda não condenou explicitamente as várias e vis posições anti-semitas e até mesmo anti-americanas que elas sucessivamente adopta(ra)m. Afinal, tratam-se de duas muçulmanas que não só são apoiantes e apologistas de terroristas mas também socialistas, pelo que os valores, os instrumentos e as instituições fundadoras e fundamentais dos EUA não lhes merecem respeito. Nem a existência de Israel: como não compreender e não concordar com a decisão do governo de Jerusalém de impedir a entrada no país de quem não condena os ataques do Hamas e suporta o movimento BDS (é mais «BS», de «bullshit»), de «boicote, desinvestimento e sanções», para isso equiparando, num cúmulo de ignorância (ou estupidez?) e de insolência, uma nação democrática à Alemanha hitleriana e à Rússia estalinista?   
Enfim, há que recordar que uma das integrantes do (pelo menos simbólico, se não concreto) «jihad caucus» no actual Congresso dos EUA se referiu (e não é de duvidar que a outra concorde com tal… caracterização) ao 11 de Setembro de 2001 como uma ocasião em que «alguns fizeram algo». Depois disto poder-se-ia talvez dizer que o inimigo conseguiu infiltrar-se final e «legalmente» nos corredores do poder. Só que, na verdade, há muito tempo que os democratas são os inimigos não só do verdadeiro desenvolvimento e progresso do país mas ainda da sua própria coesão e integridade. Ilhan Omar e Rashida Tlaib mais não são do que recentes e particularmente repulsivas degenerescências num «corpo» em acelerada e acentuada degradação.