Hoje, 14 de Junho, é nos Estados Unidos da América o «Dia da Bandeira». Foi nesta data, mas em 1777, que o Segundo Congresso Continental da então recém-nascida nação adoptou a primeira versão da «estrelas e listras» como o seu símbolo principal; em 1916 Woodrow Wilson declarou o 14 do 6 como merecedor de ser comemorado, mas foi Harry Truman, em 1949, a institucionalizar a data. Seria talvez de esperar que a bandeira cantada por Francis Scott Key - no poema, que depois se tornaria hino, «The Star-Spangled Banner» - fosse assumida para sempre e por todos como ícone incontestável. Porém, e cada vez mais nas últimas décadas, isso não acontece. Eis alguns (maus) exemplos (mais ou menos) recentes.
Já em 2004 os atletas norte-americanos que participaram nos Jogos Olímpicos de Atenas foram aconselhados a não exibir e a não agitar de uma forma muito expansiva a sua bandeira, porque isso poderia ser considerado provocatório. Este ano, no Texas, um militar retirado entrou em conflito com a associação de moradores da área em que reside por causa do mastro – alegadamente, demasiado alto – em que tem içadas a bandeira dos EUA e a dos Marines (o seu antigo regimento). No Ohio, um veterano do Exército que combateu no Vietnam enfrenta practicamente o mesmo problema. No New Hampshire, a outro veterano, este da Marinha e mais idoso, foi «ordenado» pela administração do prédio em que mora para retirar a bandeira da janela do seu apartamento. Na Califórnia, uma associação de veteranos viu rejeitado, pelo Departamento de Transportes daquele Estado, o seu pedido de construção de um monumento por causa... da bandeira, cuja exibição foi considerada pelos burocratas uma forma imprópria de expressão pública. Enfim, e para que não se diga que só elementos, actuais e antigos, das forças armadas é que têm problemas neste âmbito, no Massachusetts um jovem de 11 anos foi proibido de pendurar, na parede da sua sala de aula, uma bandeira que desenhara, porque isso poderia «ofender» outro aluno (um imigrante?)
Não é difícil discernir nestes incidentes a – crescente? – influência insidiosa, visível sobretudo no ensino, na comunicação social e no entretenimento, da esquerda «progressista» dada ao multiculturalismo e que vê nas celebrações dos símbolos dos EUA, com destaque para a bandeira, manifestações de «imperialismo». Entretanto, e como se não chegassem os «contributos» nesta matéria dos habituais «suspeitos do costume» nacionais, uma «importação» de má qualidade vinda do Reino Unido, Martin Bashir, teve o atrevimento de dar «lições» a Sarah Palin sobre as regras de utilização e de exibição da «stars and stripes» - que, obviamente, aquele «especialista» pensa que a ex-governadora do Alaska não cumpriu no seu já famoso autocarro.
Já agora, seria interessante saber a opinião de Martin Bashir sobre o acto de queimar a bandeira... uma práctica que se disseminou desde a década de 60, declarada legal pelo Supremo Tribunal dos EUA, mas que proporcionou em 1976 – cumprem-se agora 35 anos – aquele que é considerado um dos mais belos momentos da história do baseball: a salvação do símbolo, prestes a ser incendiado, pelo jogador e patriota Rick Monday.
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