Não é novidade que, na sua generalidade, a economia dos EUA não atravessa um bom momento: desemprego elevado, custos de combustíveis a subirem, mercado imobiliário desvalorizado, dívida e défice descontrolados. Porém, há um «sector de actividade» que parece imune à «recessão»: o da campanha para a reeleição de Barack Obama.
Tal como há quatro anos, o actual presidente parece estar a atrair a atenção... e o dinheiro de grandes doadores, aos quais, depois, dá as devidas recompensas – como a «dispensa» de pagar impostos concedida a Jeffrey Immelt, CEO da General Electric e conselheiro da Casa Branca? No entanto, o alegado objectivo de (se atingir um orçamento no valor de) um bilião de dólares também passa pelos pequenos contribuintes e comuns mortais, que, se derem cinco dólares por uma «rifa», podem participar num sorteio cujo «prémio» é o privilégio de jantar com o Sr. Hussein. E, por mais alguns dólares, podem adquirir camisas e canecas com a imagem da certidão de nascimento do homem que veio do Havai, itens mais recentes de um já considerável e diversificado catálogo. E quer Jay Carney fazer-nos acreditar que ele não está a pensar nas eleições de 2012...
Barack Obama nunca deixou, verdadeiramente, de estar em campanha, e esta (até agora...) ainda não conhece o significado da palavra «crise», o que pode explicar o insólito, a incongruência e a ignorância (por vezes a raiar o insulto) patentes em muitas das suas declarações sobre assuntos económicos e financeiros. Exemplos? Ele afirmou que já é altura de as empresas «chegarem-se à frente e começarem a contratar» (claro, é só o comandante-em-chefe dar a ordem...); que a introdução de ATM’s (caixas Multibanco) diminuiu o emprego no sector bancário; admitiu, entre risos, que o seu plano de «estímulo» à economia e ao emprego não se revelou tão «shovel-ready» como esperava, e que a recuperação ainda vai demorar «vários anos» - e as gargalhadas constituem a reacção óbvia ao seu anúncio de que, durante o seu mandato, foram «criados» até agora mais de dois milhões de empregos. Entretanto, avisa que «não podemos dizer aos ricos que relaxem e contem o seu dinheiro» - a não ser, pode-se deduzir, que sejam ricos que estejam a contar o dinheiro que lhe vão entregar para a campanha...
Barack Obama garantiu recentemente a quem o quis ouvir que «se estão à procura de retórica partidária provavelmente não sou o vosso homem». Este «despertar» deve ter sido mesmo rápido porque, dois meses antes, dizia que «a visão dos republicanos é a de uma América encolhida». Uma acusação, e uma imagem, que vêm na sequência de outras, como a de que no GOP estão os «inimigos» com os quais havia que estar preparado para «combater corpo-a-corpo». E não esquecer as sucessivas «metáforas automobilísticas» com que o actual presidente «brindou» os republicanos: estes haviam supostamente conduzido o «carro» (da economia) para a «valeta», pelo que não mereciam que lhes fossem devolvidas as «chaves» daquele – quando muito, poderiam «sentar-se no banco de trás». Agora, provavelmente, ele está arrependido de não ter «travado» aquelas piadas: foi demonstrado que as limusines ao serviço do Estado federal aumentaram – em mais de 70%! - desde que BHO tomou posse; e foi denunciada - pelo Washington Post! – a «contabilidade fraudulenta» utilizada pela actual administração no apoio à indústria automóvel norte-americana. Uma decisão, segundo Debbie Wasserman Schultz, com a qual os republicanos não concordaram porque, alegou ela: não os preocupa que os «três grandes de Detroit» possam ir à falência; e preferem carros estrangeiros. Todavia, «Dumb Debbie» guia um... Infiniti! Um veículo japonês!
E nem todos os Estados e cidades dos EUA se podem queixar de não terem sido beneficiadas pelo método obamista de «spread the wealth around»: em São Francisco, cidade onde se quer proibir Happy Meals, a «camarada» Nancy Pelosi aumentou a sua fortuna em 62%, e quase um quarto das isenções («waivers») de aplicação do «ObamaCare» (isto é, não aumento temporário dos custos com seguros de saúde) foram concedidas a estabelecimentos comerciais... do distrito eleitoral da anterior speaker! Quem é amigo, quem é? Não custa, pois, a acreditar que na Sodoma & Gomorra californiana (e não só) não haja muita gente disposta a comparar – como Andrew Klavan fez – os planos de Paul Ryan e de Barack Obama para a economia.
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