sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

A mais estúpida de 2019

Já não é novidade que, no início de cada ano, o primeiro texto aqui no Obamatório é sobre as afirmações mais estúpidas do ano anterior, e as pessoas que as proferiram. Recorde-se que, em 2018, a (vil) vitória coube a Mika Brzezinski. E em 2019? Posso já revelar que a apresentadora da MSNBC e esposa de Joe Scarborough não repetiu o triunfo, embora tenha começado 2020, aparentemente, com vontade de o reconquistar, no que será sem dúvida auxiliada pelo marido, que praticamente todos os dias se esforça por expelir a maior parvoíce que consegue imaginar
Muito havia de mau, de péssimo, de onde escolher no ano passado, e o apuramento das três «finalistas» que integram o «pódio» da vergonha (ou falta dela) não foi, de todo, fácil. Contudo, ele foi feito… O terceiro lugar vai para Nicole Wallace, que, tal como Joe Scarborough, deixou o Partido Republicano depois de, pelo GOP, ter desempenhado cargos de responsabilidade – ele representante da Flórida no Congresso, ela membro da administração de George W. Bush e, depois, da campanha presidencial de John McCain – e se passou para o «lado negro da Força», para a MSNBC, onde se esmer(d)a para ser «mais papista do que o Papa» (seja ele qual for) dos esquerdistas e «progressistas», mais radical do que os radicais da sinistra. A «medalha de bronze» foi-lhe atribuída por esta mentira ridícula: «Não existe uma estirpe de racismo na esquerda». Claro que «não»: o facto de ser impossível a qualquer liberal referir-se a alguém sem salientar, positiva ou negativamente, a cor da pele, invariavelmente atribuindo a quem é branco as culpas e os defeitos (como que numa «penitência» pelos antecessores que praticaram a escravatura e a segregação, que criaram o Ku Klux Klan e emitiram as denominadas «leis de Jim Crow», que criaram a falaciosa «Grande Sociedade), «não» demonstra racismo!
A «medalha de prata» vai, adequadamente, para um traidor. Traidor dos seus antepassados, dos afro-americanos escravizados pelo Partido Democrata de que ele é membro, tal como aliás muitos dos homens e das mulheres norte-americana(o)s da sua etnia, que, quais «Tios Tom» e «Tias Jemima», apoiam, votam, integram a organização político-criminosa que, no passado como no presente, e sob diversas formas, mais não f(e)az do que deles se aproveitar. É de James Clyburn, representante da Carolina do Sul (e que nessa posição já recebeu muito mais do que 30 dinheiros), a segunda mais estúpida frase de 2019, e até que poderia ser a primeira: «Este gajo é realmente um cancro neste país, não apenas nesta presidência». Referia-se a Stephen Miller, conselheiro político de Donald Trump… e que é judeu. Depois de, recentemente (final de Dezembro e princípio de Janeiro), terem ocorrido várias agressões, ataques, atentados anti-semitas graves em Nova Iorque e em Nova Jérsia cometidos por afro-americanos (insuspeitos de serem republicanos), a odiosa declaração de Clyburn ganha outras, e deveras desagradáveis, relevância e ressonância.
Enfim, quem foi a vencedora, a mais estúpida (afirmação e pessoa) de 2019? A «medalha de ouro»? Alguém que, mais do que ser uma das colegas de James Clyburn, é de facto a sua «chefe»: sim, Nancy Pelosi, novamente (e como ela mente…) e infelizmente speaker, presidente, da Câmara dos Representantes, voltou a vencer o desonroso «galardão». Efectivamente, ela já havia ganho o de 2017, e também com uma «bujarda» do mesmo tipo da de agora: equiparar um triunfo e/ou uma acção dos republicanos a uma catástrofe apocalíptica, ou quase. Se de uma cidadã comum tal pronunciamento já seria anedótico, que dizer quando vem de quem tem altas responsabilidades políticas? Há dois anos era a então nova reforma fiscal e consequente redução generalizada de impostos que correspondia a «o fim do Mundo, o Armagedão», entre outros dramáticos, patét(r)icos qualificativos. Agora, é a possível (e, neste momento, mais do que provável) reeleição de Donald Trump a maior das desgraças: «A civilização, tal como a conhecemos hoje, está em causa na próxima eleição, e certamente o nosso planeta (também)». Sabendo-se, porém, que quem disse este disparate pertence a uma corrente ideológica-idiótica que tem como certo que a raça humana entrará em extinção dentro de uma década a não ser que o alegado «aquecimento global» seja contido, a surpresa e até a indignação não têm que ser elevadas.

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