Convém recordar que, enquanto as atenções do Mundo em geral, e dos EUA em particular, estavam, compreensivelmente, concentradas prioritariamente na morte de Osama Bin Laden, continuaram os actos de violência na Líbia e na Síria, permitidos, provocados e perpetrados pelos seus respectivos ditadores.
E, tal como aconteceu em relação a Tripoli, o endurecimento do discurso da Casa Branca em relação a Damasco, mais recentemente complementado por sanções, não é convincente e até pode ser contra-producente porque no Médio Oriente (e não só…) a credibilidade da actual administração norte-americana não é muita. E como o poderia ser, se passou dos pedidos de amizade e de desculpa aos avisos a alguns dos seus mais notórios facínoras? Se a seguir a fazer entrar num país (muçulmano) supostamente amigo e aliado, o Paquistão, sem conhecimento nem autorização deste, uma sua força militar de élite para abater um inimigo, se prepara para uma nova «operação de charme» junto do Islão?
Há muito tempo que se sabe que o regime da família Assad é um dos mais ameaçadores, brutais e cruéis da região, e não era necessário, para o confirmar, o levantamento popular por parte de milhares de corajosos manifestantes sírios cansados da repressão de décadas. É por isso que a decisão de Barack Obama, no final do ano passado, de enviar, sem audição nem ratificação pelo Senado, um embaixador norte-americano para Damasco suscitou as maiores dúvidas. Se o presidente norte-americano esperava, como resposta, uma nova atitude, mais «construtiva», por parte dos «padrinhos» do Hamas e do Hezbollah, cedo se viu confrontado com a arrogância do costume. Este caso é claramente um exemplo do que Peter Schweizer denomina como «liderar de trás», que se tornou característico do Sr. Hussein nas relações externas (e não só…)
É por tudo isto que a posição (o papel, a função…) de Hillary Clinton é ingrata, e se vê frequentemente em situações constrangedoras. Talvez seja um exagero, e um pouco injusto, dizer que ela é «a pior secretária de Estado» de sempre, mas a verdade é que as suas tentativas de falar com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão – que claramente a evitava – durante uma conferência realizada no Bahrain, em Dezembro último, não deixaram de parecer, e de ser, ridículas. Louve-se-lhe, porém (se é que a sua ausência no Departamento de Estado não foi mesmo uma coincidência), a sua recusa em se encontrar com James Carter depois de este seu «camarada» democrata ter afirmado que os EUA e a Coreia do Sul cometeram uma violação de direitos humanos ao suspenderem a ajuda alimentar à Coreia do Norte! Barack Obama pode, pois, estar «descansado»: o plantador de amendoins não vai «ceder» facilmente o seu «título» de «pior presidente de sempre»!
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