Afinal, e felizmente, o governo dos Estados Unidos da América não «fechou». Mas que não se venha agora com a «conversa da treta» do costume de que «tanto republicanos como democratas seriam igualmente (ir)responsáveis se não se chegasse a um acordo...» Porque isso, simplesmente, não é verdade: uns teriam mais culpa do que outros.
Em primeiro lugar, convém recordar que até ao final de 2010 os democratas tiveram o controlo de ambas as câmaras do Congresso (Casa e Senado), para além da presidência, e não elaboraram nem aprovaram um orçamento para 2011 – preferindo, ao invés, concentrar os seus últimos esforços enquanto bi-maioritários em medidas tão «relevantes» como a revogação da directiva «Don’t Ask, Don’t Tell». Em segundo lugar, o cerne da disputa esteve na dimensão dos cortes na despesa pública que eram, e são, necessários para evitar que o país entre em bancarrota. E, de um lado, estiveram os realistas, e, do outro, os despesistas – não por acaso, o «r» e o «d» também identificam os respectivos partidos em que uns e outros predominam. Como avisou John Boehner, «a próxima luta (orçamental) será sobre triliões e não biliões.»
E tem mesmo de ser se houver vontade de reverter os números cada vez mais assustadores que assombram a economia e a sociedade norte-americanas desde que o actual presidente tomou posse. A situação continua a ser de tal modo grave que todas as receitas fiscais de 2011 não chega(va)m para os gastos considerados fundamentais. E se a isto se acrescentar as (previsíveis) contas «marteladas» que deturpam os (verdadeiros) custos do ObamaCare, fica ainda mais nítida a urgência em se começar, efectiva e finalmente, a poupar. Esta é, porém, uma preocupação que não é partilhada pelos «burros» que, em vez de ajudarem a (tentar) controlar os danos que causaram, optaram, como habitualmente, por insultar os adversários e «responsabilizá-los» antecipadamente por todas as calamidades possíveis e imaginárias – desde «tirar as refeições aos idosos» até «matar as mulheres que querem abortar» - porque, pasme-se, o GOP declarou «guerra às mulheres»! Em alternativa, planeava-se intimidar o speaker... despejando lixo na sua casa! Aí, sim, haveria o risco de ele apanhar pulgas!
Entretanto, Barack Obama, já muito «cansado» de tanta conflitualidade, imagina-se como presidente da China! Sim, seria tão mais fácil: não teria que negociar com a oposição... aliás, nem sequer haveria oposição! E o seu mais recente discurso – que deixou Joe Biden com sono – apenas veio reforçar a ideia de que, para ele, os «outros» mais não são do que obstáculos desagradáveis, objectos que se impõe contornar: ao afirmar, preto no branco, que é favorável ao aumento dos impostos dos «mais ricos» para equilibrar as contas públicas, Obama está, na práctica, a «rasgar» o acordo para o orçamento de 2011 estabelecido, dias antes, com os republicanos. Até o habitualmente comedido Charles Krauthammer considerou o discurso «uma desgraça, intelectualmente desonesto e demagógico». No entanto, é o próprio que admite que a desonestidade intelectual e a demagogia não são de agora: em 2006 o seu voto, enquanto senador, contra o aumento do tecto da dívida foi meramente «político». Ele, sim, é que parece estar a (tentar) tornar os EUA numa «nação do Terceiro Mundo».
5 comentários:
Bem haja, Octávio, pelo seu trabalho de rigoroso escrutínio dessa colossal fraude que responde pelo nome «Obama».
Em tempos, também me dediquei a essa colossal tarefa, tal o manancial de dislates, em palavras, acto e omissões, com que o em má-hora eleito presidente dos EUA presenteia os seus críticos.
Se quiser, espreite a etiqueta «O Bobo»; é improvável, mas pode ser que lá encontre alguma coisa que desconheça.
http://nadadistoenovo.blogspot.com/search/label/O%20Bobo
Cumprimentos,
Obrigado, Luís, pela sua visita e pelo seu apreço. E esteja certo de que espreitarei o seu blog!
O seu "amor" a Obama é de facto louvável. Espero sinceramente que os seus amigos Republicanos, Democratas, Rockefellers...não acabem de vez com o nosso planeta.
Porque meu caro, as teorias da conspiração não sou eu que as faço ou invento...elas são bem reais e estão tanto ao seu como ao meu lado diariamente (desde o 11 de Setembro até à bela crise que varre este planeta desde à uns aninhos para cá).
Cumprimentos, Parabéns pelo seu blog e continue a entreter-se.
Obrigado, «QT», pela sua visita e comentário. Já agora, deve escrever-se «HÁ uns aninhos» e não «à uns aninhos»... «escrita criativa», sim, mas não exageremos! ;-)
Caro Octávio, agradeço a sua correcção...o problema é que passei os últimos a anos a receber títulos académicos em engenharia e entretanto deixei de saber escrever (em "Bom Português" entenda-se). Mas sabe, não há motivos para preocupações uma vez que o Inglês técnico é a minha especialidade...;)
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