Ao contrário do que escreveu um outro blogger, nosso «colega» na análise permanente da política dos EUA, no passado dia 13 de Abril, Bill O’Reilly não «saiu em defesa» de Barack Obama. Como o Obamatório se pauta pelo rigor, eis o esclarecimento: o que o famoso jornalista do Fox News Channel fez, na sua habitual rubrica «Talking Points», foi listar uma série de alegações (e acusações) em relação ao percurso pessoal e profissional do actual presidente norte-americano e dizer se as mesmas são verdadeiras ou falsas. E, no entender do apresentador do «The O’Reilly Factor», umas alegações são verdadeiras e outras são falsas.
O assunto mais controverso - entre vários de um passado polémico - continua a ser, obviamente, o de Barack Obama ter nascido, ou não, nos Estados Unidos da América, e se, afinal, ele é ou não é – ou era – elegível (se reunia as condições elementares, os critérios básicos) para ser presidente do país. Para Bill O’Reilly a resposta a esta pergunta é «sim». Vários republicanos e conservadores concordam com ele, além, claro, de practicamente todos os democratas e liberais. Restam, pois, segundo alguns, os «fanáticos da direita» que insistem no «absurdo» de duvidar que o Sr. Hussein é um «natural-born citizen» dos EUA.
Porém, o que esses supostos «árbitros» do «bom senso e bom gosto» em política não sabem, ou preferem não dizer, é que: primeiro, que vários Estados consideraram, ou estão a considerar, a aprovação de legislação que exige aos candidatos provas da sua elegibilidade – e o Arizona foi o primeiro a concretizar uma medida desse tipo; segundo, que o tal «folclore conspirativo» tem sido, em grande medida, permitido e até propalado por democratas. Como, por exemplo, Neil Abercrombie, governador do Havai. Para quem a questão não é «ridícula» e, por isso, se comprometeu a procurar e a divulgar toda a informação que, de uma vez por todas, acabasse com todos os «rumores» e «teorias». No entanto, o que aconteceu? Abercrombie afirmou, em entrevista, que existem «papéis nos arquivos» do Departamento de Saúde em Honolulu, mas não os divulgou (porque é necessária a autorização do Sr. Hussein, e ele não a dá). E não confirmou se, entre esses papéis, está uma certidão de nascimento.
E é precisamente no tipo de documento que está o fulcro da questão. O que existe, fornecido pela candidatura de Barack Obama em 2008, é um «certificate of live birth» - um papel com o mínimo de dados, isto é, nome da criança e dos pais, data de nascimento, e pouco mais. Já o «birth certificate», que continua «em parte incerta», é mais completo, nele tendo de constar também o local – hospital ou outro – onde ocorreu o parto e uma assinatura de pelo menos um médico confirmando-o e validando-o. Fundamentalmente, o que os «birthers» dizem é... mostrem-no! Não o fazer contribui para aumentar, não a «transparência», mas sim a desconfiança. Que, ainda por cima, é reforçada quando Mike Evans, um jornalista do Havai, revela que Neil Abercrombie lhe terá confessado que não existe, de facto, a certidão ou «qualquer prova» do nascimento de Barack Obama naquele Estado... e que só conheceu o jovem «Barry» quando ele tinha cinco ou seis anos!
Assim, a conclusão é inevitável: não está efectivamente demonstrado, «para além de uma dúvida razoável», que Barack Obama nasceu nos EUA e que por isso tem legitimidade para ser o seu presidente. E se esta afirmação faz de mim um «fanático da direita» ou coisa pior... paciência!
(Adenda: validando plenamente a linha de raciocínio explanada neste post, Barack Obama finalmente cedeu e autorizou a divulgação da «forma longa» da sua certidão de nascimento. Partindo do princípio de que é autêntico, este documento esclarece e encerra definitivamente a questão e a dúvida – que, recorde-se, foram levantadas inicialmente pela candidatura de Hillary Clinton. E aos cépticos, histéricos e ingénuos que não o querem admitir, eu digo-o «branco no preto», peremptoriamente: este foi mesmo um triunfo de Donald Trump sobre o Sr. Hussein – e, provavelmente, o primeiro de vários.)
Sem comentários:
Enviar um comentário