Era previsível que, após a saída de Keith Olbermann, a MSNBC «promovesse» Chris Matthews à posição (mais oficiosa do que oficial) de primeira figura da estação mais à esquerda dos EUA. E, apesar dos «esforços» de Ed Schultz, Lawrence O’Donnell e Rachel Maddow, nenhum deles consegue ter uma «produção» de dislates sequer semelhante, quanto mais superior, em quantidade e em «qualidade», à de Matthews.
Faça-se, porém, a justiça de distinguir – para melhor – o apresentador de «Countdown» do apresentador de «Hardball»: enquanto Olbermann era – é – um mau carácter, um indivíduo constante e consistentemente insultuoso sem, practicamente, qualquer sentido de humor, Matthews é menos previsível, mais desconcertante, soltando frequentemente frases que têm mais de hilariante do que de ofensivo. Exemplos não faltam, e, depois de uma primeira «leitura», justifica-se agora uma segunda.
Pode-se começar pela sempre surpreendente, e até embaraçosa, fixação «homo-erótica» do Sr. «Arrepio na Perna» pelo Nº 44: ele é «um tipo charmoso e bem parecido», «magro e numa forma fantástica», tem «um sorriso giro», enfim, «é quase mais do que perfeito», como que um segundo «Jesus Cristo», pelo que não se compreende como é que há quem «não lhe dê crédito». Pode-se continuar pela obsessão anti-republicana, em que «30 mil pessoas vão morrer por causa do plano de Paul Ryan», em que os (pré) candidatos presidenciais do GOP parecem vir de um «canil», enfim, em que os republicanos em geral são «péssimos» por não quererem construir comboios de alta velocidade!
E pode-se terminar (por agora…) com a sua muito especial relação – de amor/ódio? – com Michele Bachmann. Depois de a congressista pelo Minnesota ter troçado da sua famosa perna na noite da vitória republicana em Novembro passado, Chris Matthews não desistiu de a tentar marcar como ignorante e até estúpida. Partindo de um discurso que ela proferira no Iowa e em que o tema da relação dos «pais fundadores» com a escravatura terá sido abordado, «Chrissy» insinuou que ela não passaria em testes de literacia se estes ainda existissem. Porém, quem recebeu lições de História foi ele. E também precisa de lições de Geografia, já que disse que o Canal do Panamá fica no… Egipto!
Chris Matthews pode ser um «apóstolo» moderno, mas é (mais) um que «prega» a desinformação, a dualidade de critérios, a hipocrisia: criticou Sarah Palin por esta usar a expressão «WTF», mas não criticou Alan Grayson quando este usou a «STFU»; chamou «racista» a Donald Trump por este colocar a hipótese de Barack Obama não ter nascido nos EUA, mas antes apelara ao presidente para mostrar a sua certidão de nascimento. Nesta nova era de «civilidade» politicamente correcta, «estabelecida» após o tiroteio de Tucson, Matthews há muito que já «escolheu as (suas) armas».
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