terça-feira, 15 de abril de 2025

A glória por quatro dias, antes da tragédia

Hoje assinalam-se os 160 – ou, em alternativa, 150 mais 10 – anos da morte de Abraham Lincoln, assassinado por John Wilkes Booth, simpatizante da causa sulista, esclavagista e democrata. Aquele que foi o 16º Presidente dos Estados Unidos da América, e o primeiro a ser eleito pelo Partido Republicano, apenas por quatro dias experimentou a glória da vitória, expressa para a posteridade de uma forma mais intensa no discurso que proferiu, precisamente, a 11 de Abril de 1865, em Washington, junto à Casa Branca, após ser conhecida a rendição, no dia 9, de Robert E. Lee a Ulysses S. Grant em Appomattox, e, logo, a derrota do exército da Confederação e o fim da Guerra Civil. Aquela que foi a sua última alocução pública antes da tragédia...
... Começa assim, numa tradução minha para Português: «Encontramos-nos nesta noite, não em mágoa, mas em contentamento do coração. A evacuação de Petersburg e de Richmond, e a rendição do principal exército insurgente, dá esperança de uma paz proba e veloz cuja expressão alegre não pode ser restringida. No meio disto, porém, Ele de quem todas as bênçãos fluem, não deve ser esquecido. Uma chamada para uma acção de graças nacional está a ser preparada e será devidamente promulgada. Nem aqueles cuja parte mais dura nos dá causa de rejubilar devem ser esquecidos. As suas honras não devem ser parceladas com as de outros. Eu próprio estive perto da frente, e tive o alto prazer de transmitir muitas das boas notícias a vós; mas nenhuma parte da honra, por plano ou execução, é minha. Ao General Grant, aos seus hábeis oficiais, e bravos homens, tudo pertence. A galante marinha permaneceu pronta, mas não estava em alcance para tomar parte activa. Por estes sucessos recentes a reinauguração da autoridade nacional, a reconstrução, que tem tido uma larga parte do pensamento desde o primeiro dia, é muito mais pressionada proximamente sobre a nossa atenção. Está repleta de grande dificuldade. Ao contrário de um caso de uma guerra entre nações independentes, não há órgão autorizado com quem tratarmos. Nenhum só homem tem autoridade de desistir da rebelião por qualquer outro homem. Nós simplesmente devemos começar com, e moldar de, elementos desorganizados e discordantes. Nem é um pequeno embaraço adicional que nós, o povo leal, nos diferenciemos quanto ao modo, maneira e meios de reconstrução.» 
Menos de ano e meio antes, em Dezembro de 1863, já Abraham Lincoln havia delineado as bases do que seria o futuro da nação após o conflito, através da redacção e da divulgação da Proclamação de Amnistia e Reconstrução. Porém, e  Infelizmente, ele não viria a ter a oportunidade e o privilégio de iniciar e de liderar esse processo, e o seu sucessor, o democrata Andrew Johnson, não foi mais do que o primeiro de muitos líderes «azuis» que, de uma forma ou de outra, directa ou indirectamente, descarada ou discretamente, procuraram boicotar, atrasar, o desenvolvimento de uma sociedade verdadeiramente pós-racial, sem qualquer tipo de segregação ou de conflito entre segmentos populacionais, sejam estes reais ou imaginários. Mais de século e meio depois, e como o comportamento de quase todos os seus elementos, do topo até à base, tem demonstrado no início do segundo mandato presidencial de Donald Trump, o PD continua a ser, o que não surpreende, uma fonte constante de estupidez, degradação e violência, uma autêntica agremiação de perversos malfeitores, uma organização criminosa que promove o crime e defende criminosos. Não faltam motivos, justificações, para esta abjecta instituição ser erradicada, extinta, completa e definitivamente, e tal já deveria ter acontecido há bastante tempo. Logo em 1865, por exemplo. 

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