sábado, 17 de maio de 2025

Tontos «tugas» atingidos pelo «TDS»

Combater para diminuir – porque eliminar completamente não é, já o aceitei há algum tempo, possível – a desinformação, as mentiras e a propaganda que há muito tempo são expelidas contra o Partido Republicano dos Estados Unidos da América e, mais recentemente (desde 2015), sobre Donald Trump, é uma tarefa interminável mas também ingrata. E torna-se mais penosa quando entre os que espalham essas falsidades estão pessoas que conhecemos pessoalmente, e que estimamos.
Um desses exemplos é João-Afonso Machado, tal como eu militante monárquico em Portugal, tal como eu «bloguista» e escritor (editado), e que, aliás, e nessa qualidade, convidei para participar na antologia colectiva de contos de Ficção Científica e Fantasia «Mensageiros das Estrelas», lançada em 2012 e por mim co-organizada. JAF é também colaborador do blog Corta-Fitas, e no passado dia 3 de Maio publicou uma posta intitulada «Trampas», o que por si só indica desde logo o tom, o sentido e o conteúdo do texto, e neste o actual Presidente dos EUA é alvo de uma violenta invectiva por ter difundido uma imagem... «criativa» - isto é, que não é verdadeira mas sim gerada digitalmente – dele próprio com as vestes papais... o que, ironicamente, agora quase pode ser considerado uma premonição, porque apenas cinco dias depois, a 8 de Maio, foi escolhido e anunciado o substituto do argentino Joseph Bergoglio, que escolheu o nome de Francisco, enquanto Sumo Pontificie: o norte-americano Robert Prevost, que escolheu o nome de Leão XIV. E naquela posta deixei o seguinte comentário: «(...) No que respeita a matéria religiosa, impõe-se relembrar - ou revelar para quem não sabe, como provavelmente é o caso do meu caro João-Afonso Machado - que o suposto “devoto católico” Joe Biden, defensor do “casamento gay” e do aborto até à data de nascimento, promoveu uma ofensiva generalizada contra cristãos em que se destacou a classificação, pelo FBI, daqueles enquanto “extremistas” que deveriam ser vigiados nas suas igrejas, e ainda acusação, condenação e prisão de vários (pacíficos) activistas pró-vida, que Donald Trump perdoou e libertou pouco depois da sua tomada de posse. Afirmar, escrever, que o actual Presidente dos EUA tem “demência” (na verdade, o seu antecessor é que a tem), que pratica “heresias”, anunciou “loucuras e mentiras”, que sofre de “megalomania”, que é um “imbecil, ordinário, personagem reles”, um “anormal assassino” (mas quem é que ele “assassinou”? Ele, sim, é que foi quase assassinado...), é não só injusto mas também disparatado. Na verdade, ele tem, sempre teve, sentido de humor, este faz parte da sua “persona” pública há décadas, como é comprovado pelas suas presenças em vários filmes e séries de televisão dentro do género da comédia, como, por exemplo, “Home Alone 2”, “The Nanny”, “The Fresh Prince of Bel-Air” e “Saturday Night Live”. Já neste blog apelei a que se tenha calma, se respire fundo, se “conte até dez” antes de se escrever e publicar um texto depreciativo do Nº 47; que se tenha em consideração todo o contexto do assunto em causa, e ainda, muito importante, que se faça o contraste com os degenerados democratas, crónicos criminosos e apoiantes de criminosos, tanto nacionais como estrangeiros. Repito que não quero de todo que o Corta-Fitas tenha o mesmo triste destino do Delito de Opinião, que se transformou numa sarjeta do mais reles e ridículo “TDS”.»   
«TDS» significa, obviamente, «Trump Derangement Syndrome», e, não, não é um exagero afirmar-se que o Delito de Opinião actualmente – e metaforicamente – se assemelha a um escoadouro de repelentes resíduos anti-conservadores e até anti-americanos. Tal tendência não é de agora, note-se – na verdade, começou a verificar-se há cerca de três anos, e uma e outra vez senti-me na obrigação de a denunciar. Porém, agravou-se, e de que maneira, com a vitória de Donald Trump em Novembro passado e a sua (segunda) tomada de posse em Janeiro último. E foi também, curiosamente, no Corta-Fitas, mas previamente, em Março, que, com alguma surpresa, acabei por ter uma... confrontação, mais concretamente uma troca algo tensa e azeda de comentários, com um dos colaboradores do Delito de Opinião. Tudo começou com um texto de José Miguel Roque Martins a que o seu colega Henrique Pereira dos Santos respondeu, e a ambos respondi: «(...) É agradável haver mais alguém que não se deixa intimidar pelo ambiente de aparente histeria colectiva que se verifica em Portugal (mas não só) em relação à actuação da presente administração norte-americana, em especial perante a guerra na Ucrânia (mas não só)... E de que este texto de José Miguel Roque Martins, infelizmente, parece fazer parte. “Trump e Vance atacam de forma brutal Zelinsky”, “os argumentos ridículos, o tom usado, a ainda maior agressão de cancelamento, são obviamente mais que deploráveis”, “apenas mais um acto de agressão ordinário, cobarde, de macho alfa” - expressões, exclamações, típicas de uma auto-confessada “alma sensível”, que acredita que em diplomacia é a elegância que predomina, mas que evidentemente (aqui) não sabe do que fala. (...) Não quero de todo que ao C-F aconteça o que aconteceu a outro blog, que tem a, digamos, “criminalidade de pensamento” como designação, e do qual se diria que quase todos os seus “escribas” (e a maioria dos que lá comentam) enlouqueceram desde 20 de Janeiro último, acumulando “postas” agora praticamente diárias em que abundam as mentiras, os insultos e as teorias da conspiração, umas mais risíveis do que outras, sobre Donald Trump e a sua equipa governativa.»
Aconteceu que João Pedro Pimenta, um dos autores do Delito de Opinião, de algum modo descobriu este meu comentário e deu início a um «duelo» de textos comigo, com recurso frequente a expressões algo abrasivas. Praticamente todas as suas intervenções seguiram o mesmo pré-conceito: sim, Donald Trump, J. D. Vance, Elon Musk e todos os que acompanham o Nº 47 são muito maus, e eis «exemplos» disso. Pelo que tive de dar a JPP algumas noções do que é a verdade dos factos: «(...) Ao afirmar que a actual administração norte-americana, liderada por Donald Trump e J. D. Vance, é “um bando de mafiosos instalados no poder, aliados explícito(s) de Putin e inimigos da Europa” você cometeu a “proeza” de cuspir três enormes e ridículas mentiras numa curta frase; mostrou-se mais sucinto do que os seus comparsas no que se refere a debitar parvoíces, pelo que suponho que lhe devo dar os “parabéns”. Os meus argumentos, ao contrário dos seus e da maioria dos partilhados pelos “co-delituosos”, e ainda os de muitos outros iludidos pelos “me(r)dia” que por aí andam a papaguear propaganda, não consistem em bazófia não fundamentada: assentam em factos. (...)» O Pimenta ripostou com mais (três) mentiras, e fui forçado a administrar uma «desintoxicação» mais alongada, tanto que requereu uma continuação: «(...) Primeira: ninguém impediu a Associated Press de fazer perguntas. O que acontece(u) é que, sendo muitos os jornalistas, nem sempre há lugar para todos no Air Force One, na sala de imprensa da Casa Branca ou em outros espaços afectos à Presidência, pelo que alguma rotatividade tem de existir. A AP não merece quaisquer privilégios, não tem de ter prioridade, e não apenas por também se ter tornado num instrumento de “wokistas”. Segunda: Donald Trump não tentou provar que Barack Obama não é americano. Quem inicialmente lançou dúvidas sobre a nacionalidade do Sr. Hussein foi Hillary Clinton, nas primárias democratas para eleição presidencial de 2016; Trump, no seu estilo característico, recuperou as insinuações como forma de acicatar os opositores. E o próprio BHO ajudou à incerteza durante anos – há pelo menos uma (auto)biografia em que se afirma que ele nasceu no Quénia. Terceira, Donald Trump – e J. D. Vance, e Elon Musk – não são aliados de Vladimir Putin; esta é demasiado idiota, e é preciso ser-se, estar-se, desinformado e manipulado em último grau para acreditar numa patranha tão ridícula. Antes de mais, Musk assegura, com a Starlink, as comunicações essenciais, militares e não só, da Ucrânia. Quanto a Trump, se ele é um “aliado” de Putin e da Rússia é certamente o mais estranho de sempre. No primeiro mandato alertou os alemães contra a dependência energética de Moscovo e impôs sanções ao oleoduto Nordstream 2, que Joe Biden depois levantou; mandou mísseis e outro material bélico para Kiev, depois de Barack Obama pouco mais ter enviado do que cobertores; em 2018 autorizou que cerca de 200 mercenários russos na Síria fossem abatidos. Já Joe Biden, que recebera dinheiro, através do filho, de uma figura da “oligarquia” russa (e de ucranianos, e de chineses, e de...), afirmou que se a Rússia apenas fizesse uma “pequena incursão” tal não seria um grande problema, e Putin assentiu, lançando o que ele designou de “operação militar especial”. Entretanto, os europeus têm continuado a comprar petróleo aos russos, mesmo que por “portas travessas”, indirectamente, assim ajudando a financiar o esforço de guerra do Kremlin; eu diria que isso os torna, verdadeiramente, “putinistas”, e não os americanos.»
Rematei reiterando o meu espanto perante a degradação que tem caracterizado aquele espaço da blogosfera: «Para minha grande surpresa, e certamente haverá outros como eu, o Delito de Opinião tem vindo a radicalizar-se nos últimos meses. A linguagem de quase todos os seus ”escribas” assemelha-se à que os extremo-esquerdistas habitualmente usam (...). Pior, ela está a ser pontuada por uma inesperada, e reles, misoginia: hoje o seu camarada Paulo Sousa chamou a Tulsi Gabbard um “coiro trumpista”, e há poucos dias o seu “querido líder” P(edro) C(orreia) chamou a Alice Weidel – uma lésbica pró-Israel! – uma “besta neonazi”. A estupidez e a histeria podem efectivamente ser contagiosas, e eu recomendaria que começassem a procurar aconselhamento profissional adequado assim que possível.» A réplica final de João Pedro Pimenta mais não fez do que confirmar a minha recomendação, ao conter a alegação ridícula de que a líder da Alternativa para a Alemanha e o dono da Tesla são neo-nazis, sim, mas contemporâneos (!!), porque excluem o anti-semitismo. E a minha paciência esgotou-se: «(...) Quando se é um casmurro empedernido, que se recusa a aceitar os factos mais básicos e comprováveis (e que, não, não são “areia para os olhos”), é isto que acontece. Não vale a pena continuar a discutir com quem não tem honestidade intelectual, com quem se recusa a “perder” a qualquer custo, que não quer “dar parte de fraco", e que por isso não hesita em cair no absurdo... De que é também exemplo continuar a insistir, estupidamente, que “Trump, Vance e Musk são objectivamente aliados de Putin e inimigos da Europa”. Eles são, sim, tal como muitos outros, entre os quais eu, português e europeu, me incluo, inimigos de politiqueiros loucos que querem arrastar este continente e os seus países para uma espécie de suicídio colectivo, através da imigração ilegal em massa, da sabotagem energética e económica induzida pelo culto ambientalista fanático, da censura e da prisão de cidadãos comuns por expressarem as suas opiniões e até por rezarem – e foi contra isto que J. D., correcta e corajosamente, se insurgiu em Munique. E a posição dele só é reforçada pela contestação de conformistas e de cobardes.»       
Evidentemente, não é só no Delito de Opinião que o «Síndroma de Desarranjo por Trump» se manifesta em Portugal. O jornal Expresso, qual esgoto, é para tal outro canal fundamental, e nele se destaca Miguel Sousa Tavares, em acelerado apodrecimento mental. E pelo menos duas pessoas minhas amigas difundiram(-me) por WhatsApp uma conta no Twitter/X com a notícia falsa de que DJT teria dito ao presidente italiano Sergio Mattarella, aquando de uma visita deste a Washington em Outubro de 2019, que os EUA e a Itália eram aliados desde o tempo da Roma antiga. Não restam dúvidas: há gente que acredita mesmo em tudo. 

Sem comentários: