Hoje assinalam-se os 160 – ou, em alternativa, 150 mais 10 – anos da morte de Abraham Lincoln, assassinado por John Wilkes Booth,
simpatizante da causa sulista, esclavagista e democrata. Aquele que foi o 16º Presidente dos Estados Unidos da América, e o primeiro a ser eleito pelo
Partido Republicano, apenas por quatro dias experimentou a glória da vitória,
expressa para a posteridade de uma forma mais intensa no discurso que proferiu,
precisamente, a 11 de Abril de 1865, em Washington, junto à Casa Branca, após
ser conhecida a rendição, no dia 9, de Robert E. Lee a Ulysses S. Grant em
Appomattox, e, logo, a derrota do exército da Confederação e o fim da Guerra
Civil. Aquela que foi a sua última alocução pública antes da tragédia...
... Começa assim, numa tradução minha para
Português: «Encontramos-nos nesta noite, não em mágoa, mas em contentamento do
coração. A evacuação de Petersburg e de Richmond, e a rendição do principal
exército insurgente, dá esperança de uma paz proba e veloz cuja expressão
alegre não pode ser restringida. No meio disto, porém, Ele de quem todas as
bênçãos fluem, não deve ser esquecido. Uma chamada para uma acção de graças
nacional está a ser preparada e será devidamente promulgada. Nem aqueles cuja
parte mais dura nos dá causa de rejubilar devem ser esquecidos. As suas honras
não devem ser parceladas com as de outros. Eu próprio estive perto da frente, e
tive o alto prazer de transmitir muitas das boas notícias a vós; mas nenhuma
parte da honra, por plano ou execução, é minha. Ao General Grant, aos seus
hábeis oficiais, e bravos homens, tudo pertence. A galante marinha permaneceu
pronta, mas não estava em alcance para tomar parte activa. Por estes sucessos
recentes a reinauguração da autoridade nacional, a reconstrução, que tem tido
uma larga parte do pensamento desde o primeiro dia, é muito mais pressionada
proximamente sobre a nossa atenção. Está repleta de grande dificuldade. Ao
contrário de um caso de uma guerra entre nações independentes, não há órgão
autorizado com quem tratarmos. Nenhum só homem tem autoridade de desistir da
rebelião por qualquer outro homem. Nós simplesmente devemos começar com, e
moldar de, elementos desorganizados e discordantes. Nem é um pequeno embaraço
adicional que nós, o povo leal, nos diferenciemos quanto ao modo, maneira e
meios de reconstrução.»
Menos de ano e meio antes, em Dezembro de 1863, já
Abraham Lincoln havia delineado as bases do que seria o futuro da nação após o
conflito, através da redacção e da divulgação da Proclamação de Amnistia e
Reconstrução. Porém, e Infelizmente, ele
não viria a ter a oportunidade e o privilégio de iniciar e de liderar esse
processo, e o seu sucessor, o democrata Andrew Johnson, não foi mais do que o
primeiro de muitos líderes «azuis» que, de uma forma ou de outra, directa ou
indirectamente, descarada ou discretamente, procuraram boicotar, atrasar, o
desenvolvimento de uma sociedade verdadeiramente pós-racial, sem qualquer tipo
de segregação ou de conflito entre segmentos populacionais, sejam estes reais
ou imaginários. Mais de século e meio depois, e como o comportamento de quase
todos os seus elementos, do topo até à base, tem demonstrado no início do
segundo mandato presidencial de Donald Trump, o PD continua a ser, o que não surpreende,
uma fonte constante de estupidez, degradação e violência, uma autêntica
agremiação de perversos malfeitores, uma organização criminosa que promove o
crime e defende criminosos. Não faltam motivos, justificações, para esta
abjecta instituição ser erradicada, extinta, completa e definitivamente, e tal
já deveria ter acontecido há bastante tempo. Logo em 1865, por exemplo.