O Obamatório assinala hoje o seu décimo sexto
aniversário e, ao mesmo tempo, entra no ano dezassete da sua existência. E hoje,
tal como aconteceu no seu primeiro dia (e no seu primeiro texto) e ainda outras
quatro vezes, em 2013, 2017 e 2021, o seu aniversário coincide com a tomada de
posse de um Presidente dos Estados Unidos da América, ou, como lá se designa, a
inauguração de um novo – ou o segundo mandato de um prévio – comandante-em-chefe.
E, no momento em que publico isto, Donald Trump é já, novamente, e felizmente, Presidente. O 47º, depois de ter sido o 45º entre 2017 e 2021; pode-se
questionar a correcção de dar um novo número a um chefe do executivo
norte-americano que cumpriu dois mandatos consecutivos, e Trump é apenas (até
agora) o segundo político do país a consegui-lo depois de Grover Cleveland;
pelo que, de facto, existiram quarenta e cinco presidentes.
Durante toda a semana passada, e em especial neste último
fim-de-semana, viu-se um crescendo de alegria e de expectativa por parte dos
republicanos, votantes e apoiantes de Donald Trump, expresso em em diversas iniciativas,
festas e até um comício ontem em Washington, em que, além de diversos oradores
e, claro, do próprio DJT, os Village People cantaram a sua mais famosa canção,
«YMCA», que se tornou como que um «hino não oficial» da campanha vencedora. Hoje
também é o dia de um – tradicional – baile de gala, e outros artistas como
Carrie Underwood, Lee Greenwood (sim, pode dizer-se que este mandato presidencial
começa com bastante... wood 😉) e Kid Rock actuaram; além de vários
políticos nacionais dos dois grandes partidos (naturalmente, estavam, estão, muito
mais felizes os republicanos do que os democratas), estiveram igualmente presentes
nas cerimónias políticos estrangeiros (Javier Milei, Nigel Farage, André
Ventura, entre outros), diversos empresários – com destaque para os das «gigantes»
tecnológicas como Elon Musk, mas também Jeff Bezos, Mark Zuckerberg e Tim Cook –
e o presidente do sindicato dos camionistas («Teamsters»), mais uma prova da
unidade que DJT pretende – e está a conseguir – alcançar. Porém, os festejos e
o entretenimento não obstaram a que, quase desde o primeiro minuto, a nova
administração se lançasse ao trabalho: nas primeiras horas a seguir ao
juramento que prestou perante o chefe do Supremo Tribunal de Justiça, Trump
assinou mais de 200 ordens executivas que lidam, principalmente, com assuntos
de segurança – com primazia para a defesa da fronteira Sul com o México – e de
energia – com o levantamento das restrições abusivas, e deveras prejudiciais ao
interesse nacional, impostas pela anterior administração, a acções de extracção
e de exploração de petróleo e de gás; igualmente na «mira» está tudo o que se
relacione com «ideologia de género» e DEI (diversidade, equidade, inclusão) no
governo federal.
Não será de surpreender que muitas, se não mesmo a
maioria, das primeiras decisões de Donald Trump nos primeiros dias do seu
regresso à Casa Branca se destinem a (tentar) contrariar aquelas que Joe Biden –
ou, o que é mais provável, outras pessoas a agirem em seu nome – tomou nos
últimos dias, e mesmo nas últimas horas, da sua «presidência», e que revelaram
mais uma vez, como se tal ainda fosse necessário, o carácter criminoso, corrupto,
degenerado e destruidor dos «azuis». Senão, vejamos: concessão de perdões a
membros da sua família, nomeadamente ao filho Hunter, aos irmãos e aoscunhados, o que demonstra que a designação «Biden crime family» é adequada – e,
note-se, são perdões «preventivos», ou seja, que cobrem não só actos
(ilegais) específicos mas ainda outros, eventuais, prováveis, ainda não
definidos, e num horizonte temporal mais alargado; concessão de perdões do
mesmo tipo a Anthony Fauci, Mark Milley e aos membros do comité que
«investigou» os acontecimentos de 6 de Janeiro de 2021 (o primeiro por
co-autoria da pandemia Covid 19, o segundo por traição e os terceiros por
obstrução à, e negação de, justiça); clemência, perdão e comutação de penas (incluindo a
condenados à morte) de criminosos perigosos, incluindo assassinos em série e
violadores; libertou onze extremistas islâmicos da prisão d(a base d)e Guantánamo,
em Cuba, e, quanto ao regime comunista desta, retirou-o da lista de Estados
patrocinadores de terrorismo; concedeu a maior condecoração civil do país, a
medalha presidencial da liberdade, a George Soros, bilionário especulador que é
o maior apoiante financeiro dos democratas e que foi um colaborador nazi na
juventude; continuação da perseguição policial a (centenas de) pessoas que
participaram na manifestação de 6 de Janeiro de 2021, mesmo que não tenham
entrado no Capitólio; e, no que constitui certamente um apogeu do delírio e do
ridículo, o anúncio de uma suposta – mas de facto inexistente - «28ª Emenda» da
Constituição norte-americana.
Num certo sentido (ou em mais do que um), Donald
Trump nunca deixou de ser Presidente desde a sua primeira tomada de posse há
exactamente oito anos, não deixou de ser o verdadeiro comandante-em-chefe nos
últimos quatro anos. Não só porque, sim, uma gigantesca fraude eleitoral
perpetrada pelos democratas em 2020 lhe roubou a reeleição mas também porque,
apesar de não estar na Casa Branca, manteve-se como a voz e a presença
dominantes no quotidiano colectivo dos EUA, sempre activo, sempre
interveniente, positivo, independente, algo que a sua terceira corrida
presidencial veio salientar; a sua estatura pessoal e política aumentou com os
ataques de que foi alvo, fossem eles perseguições judiciais (sem qualquer
fundamento e motivadas por ódio ideológico-partidário) fossem eles tentativas
de assassinato. O triste espectáculo um Joe Biden senil (embora apenas quatro
anos mais velho do que Trump), decadente, decrépito, demente, incapaz de falar
coerentemente e até de se mover competentemente, não mais do que um boneco manobrado pela família e pelos fanáticos que integravam a sua equipa, só veio
aumentar e exponenciar o contraste. O próximo quadriénio será sem dúvida uma
época muito especial e prometedora, cheia de potencialidades, nos EUA, e aqui
no Obamatório faremos o possível para a acompanhar e para a comentar.
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