segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Estúpidas «estrelas»

(Três adendas no final deste texto.)
Nos EUA o início de cada ano é também, já se sabe, e desde há bastante tempo, marcado pela realização de diversas cerimónias de entrega de prémios nas artes e nos espectáculos, com destaque para o cinema e para a música. Numa tendência que se vem agravando na última década, essas ocasiões constituem igualmente oportunidades para muitas «estrelas» exporem a sua estupidez em assuntos de política, assim dando a entender que não se incomodam com alienar grande parte – talvez metade, ou até mais – da sua potencial audiência. E, num ano de eleição presidencial, é inevitável que os disparates aumentem consideravelmente em quantidade e em «qualidade». Seguem-se alguns exemplos…
… E pode-se começar com alguns ocorridos no âmbito da música. Quando não estão a tentar conquistar Grammy’s e prémios MTV, Beyoncé e Katy Perry não se importam de ser instrumentalizadas – ou de se instrumentalizarem – a favor de figuras e de causas «progressistas». A cantora de «I Kissed a Girl» continua a ser fiel aos Clinton, participando – e cantando – em comícios de Hillary e com ela tirando fotografias. Já a cantora de «Single Ladies», comprovando mais uma vez que tipo de «dama» ela é, decidiu homenagear racistas negros, como os dos Black Panthers e dos «Black Lives Matter» (aos quais, com o marido Jay-Z, doou dinheiro) na sua segunda actuação no (intervalo do) «Super Bowl» em três anos; ou seja, e mesmo que indirectamente, apoiou a retórica violenta contra polícias, apesar de ter beneficiado da escolta e da protecção daqueles no percurso para o estádio…              
No cinema, vejamos os casos de algumas das pessoas nomeadas para os Óscares que ontem foram entregues em Hollywood. Como Matt Damon, que não se conseguiu conter e criticou… a embaraçosa «branquidão» das estatuetas para as quais ele competia (e que já ganhou), e até, por causa da água de Flint, que exigiu que o governador do Michigan se demitisse – porém, não consta que tenha feito o mesmo em relação a Jerry Brown, governador da Califórnia, que procedeu a pesquisas petrolíferas em propriedades suas, algo «herético» para ambientalistas extremistas como o protagonista de «O Marciano». Como Bryan Cranston, que pode saber de representação mas não de como funcionam as nomeações para o Supremo Tribunal dos EUA. Como (o mexicano) Alejandro Iñárritu, «vendedor de banha da cobra» (não sou eu que o afirmo), que ontem ganhou o seu segundo Óscar consecutivo de melhor realizador, provavelmente devido a todos os membros da Academia com sentimentos de culpa que têm criados hispânicos – talvez ilegais e mal pagos – nas suas casas, e que afirmou que a (eventual) construção de uma «muralha» na fronteira com o México constituiria uma «traição à fundação deste país»…
… Embora, e entretanto, não tenha constado que o realizador de «O Revelante» alguma vez tivesse aberto as portas do seu (supõe-se que espaçoso e confortável) lar em Los Angeles para acolher os seus compatriotas. No mesmo tipo de dilema costuma encontrar-se George Clooney, que, ao mesmo tempo que apela aos políticos do seu país para acolherem mais refugiados sírios e se encontra com Angela Merkel para lhe agradecer o ter feito isso mesmo na Alemanha, faz por se entrincheirar cada vez mais nas suas mansões, em especial na de Itália; talvez para fugir dos seus frequentes fracassos na bilheteira? No entanto, não faltaram outros anteriores nomeados e vencedores de Óscares a pronunciaram-se igual e recentemente sobre temas da actualidade política. Foram os casos de Danny DeVito, para quem «o país inteiro é racista»; Michael Moore, que se espanta por saber «quão segregada esta cidade (a dos «anjos»), esta indústria (a do cinema), é» - não devia, porque, sendo os democratas quem mandam em Hollywood, é claro que há segregação… aliás, Chris Rock, ontem durante o seu monólogo de abertura no Teatro Dolby, também salientou isso; Jane Fonda, que acusou Donald Trump de, com a sua retórica, incentivar os jovens muçulmanos ao terrorismo; Emma Thompson, que propôs (a brincar?), como solução para a falta de diversidade no cinema, matar lentamente todos os membros brancos e velhos da Academia das Artes e das Ciências Cinematográficas; Bette Midler, que, como se fosse uma «especialista» em Direito Constitucional, alegou que os «obstrucionistas» do GOP no Senado que se recusam a ouvir e a votar um substituto para Antonin Scalia proposto por Barack Obama são «criminosos»…
Não é novidade que muitas das «estrelas», muitas das «celebridades» que tomam uma posição política o fazem a favor de democratas. E, neste ciclo eleitoral, o interesse (?) está em saber quantos estão com Bernie Sanders e quantos estão com Hillary Clinton. Esta pode contar com Will Ferrell, Morgan Freeman… e Kendall Jenner, que, nitidamente, neste aspecto não se deixou influenciar pelo pai… perdão, (segunda) «mãe» Caitlyn Jenner, que, garante, é mais criticada por ser conservador(a) (?) do que por ser transgénero. Já o senador socialista de Vermont conta com Emily Ratajkowski, também porque, segundo ela, Hillary é de «extrema-direita»! Habituada como está a posar nua, ou quase, para milhentas fotografias, «EmRata» talvez não se desse mal, efectivamente, com uma presidência de Bernie, que, por pretender impor impostos sobre o rendimento com uma taxa de pelo menos 75%, deixaria os norte-americanos com pouco mais do que a roupa que têm no corpo. Enfim, apenas mais um caso de uma mulher muito bonita que, contudo, pouco deve à inteligência.  
Enfim, e voltando à grande «festa do cinema» ocorrida na «cidade dos anjos» neste domingo que passou… Leonardo DiCaprio, que tem tanto de talentoso e de trabalhador como de imbecil, conseguiu estragar o momento culminante da sua vida e da sua carreira ao aproveitar o palco do Teatro Dolby para apregoar, mais uma vez, a fraude do aquecimento global antropogénico (ou «alterações climáticas», embora estas não sejam entendidas como a natural sucessão de estações), incluindo a mentira de que 2015 foi o ano mais quente registado. Mas ele não foi o único a protagonizar uma situação embaraçosa nesta ocasião. Alusões a abusos sexuais, reais ou imaginários, rigorosas ou empoladas, não faltaram: pela canção co-escrita e cantada por Lady Gaga, que mereceu a «honra» de ser apresentada por… Joe Biden (!) e que contou com a presença de alegadas vítimas; e, principalmente, pelo filme considerado o «melhor», «Spotlight», cujo tema é o caso das violações de crianças por padres católicos em Boston – o realizador, Tom McCarthy, desafiou o Vaticano a «restaurar a fé», e Mark Ruffalo, um dos actores, antes da cerimónia foi protestar em frente da catedral de Los Angeles, e, mais, revelou ser («surpresa»!) um racista paternalista! Ainda estamos à espera de ver as mesmas pessoas indignarem-se contra crimes bem piores cometidos por muçulmanos, e actualmente, não há 10, 20 ou 30 anos. Sam Smith, co-autor e intérprete da (considerada) «melhor canção», «Writing’s on the Wall», de «Spectre», o mais recente filme da série «James Bond», que, mais do que se apresentar como «homossexual orgulhoso» e assumido, pensou que era o primeiro do… género a vencer um Óscar – não foi ele mas sim Dustin Lance Black, argumentista de «Milk», e os dois depois envolveram-se numa controvérsia que, mesmo à distância e electrónica, fez(-me) lembrar um sketch da série «Little Britain» sobre o «only gay in the village».
Quando se pensa que os Óscares não podem ficar mais ridículos… somos mais uma vez desmentidos. Antes dedicar mais atenção aos Prémios Duranty.
(Adenda – Quando até Tina Fey se queixa do excesso de proselitismo de várias causas «politicamente correctas» promovidas por vencedores dos Óscares, mas que, em última análise, só demonstram a hipocrisia daqueles, percebe-se melhor porque a cerimónia, apesar de toda a polémica do alegado racismo nas nomeações e da popularidade – isto é, sucesso comercial – de vários dos filmes a concurso (o que nem sempre acontece), traduziu-se num novo mínimo histórico em termos de audiências televisivas. Entretanto, confirmou-se o que Leonardo DiCaprio (que, definitivamente, é do tipo «atenta no que eu digo, não no que eu faço»), Barack Obama e Osama Bin Laden têm (enfim, no caso do líder terrorista, tinha) em comum.)
(Segunda adenda - Hoje, 6 de Março, faleceu Nancy Reagan. Tal como o seu marido Ronald Reagan, também se iniciou na arte da representação; ambos pertenceram a uma Hollywood bem diferente da actual. As condolências e os pêsames sucederam-se, não se limitando a uma só das metades da arena política, mas as abordagens bizarras feitas na NBC, no New York Times e no Washington Post ao óbito da antiga primeira-dama não deixaram de surpreender... pela negativa, como é óbvio. E Bernie Sanders mostrou, mais uma vez, classe, embora muitos dos seus adeptos nem tanto...)
(Terceira adenda - Barack Obama não irá comparecer, na próxima sexta-feira, 11 de Março, no funeral de Nancy Reagan, sendo representado pela esposa Michelle. Acaso esta notícia surpreende, em especial depois de, há poucas semanas, ele ter igualmente faltado ao funeral de Antonin Scalia? Não que ele não tenha uma «justificação», porém: no mesmo dia ele estará no Texas para participar no Festival (multimédia, e, sim, também cinematográfico) South by Southwest, em Austin. Enfim, há que ter prioridades... e prestar uma derradeira homenagem a alguém que insultou logo após ter sido eleito não é a maior para o Sr. Hussein.)

1 comentário:

Neo disse...

Isto está difícil. O que a guerra fria não conseguiu, parece agora estar bem próximo. A destruição das maiores civilizações do globo, com a ajuda ativa destes imbecis que por representar ou cantar conseguem mais infiltração na consciência colectiva do que qualquer bom senso.
A doutrina de abrir fronteiras e de subjugar a raça branca aos negros e muçulmanos será o golpe final num país até agora baluarte do Ocidente civilizado.
The end is near.