Há
quase dois anos que esperava referir este assunto… com, de preferência, a sua
conclusão. E ela aí está: no passado dia 24 de Fevereiro Rick Perry foi ilibado em tribunal da segunda e última das acusações de abuso de poder que lhe haviam sido feitas em Agosto de 2014 … acusações essas vindas de um grande júri da
(liberal) cidade de Austin – a capital do Texas, e palco também do Festival
SXSW que Barack Obama decidiu visitar em vez de participar no funeral de Nancy
Reagan – depois de o então governador do «Lone Star State» ter ameaçado vetar a
atribuição de verbas ao gabinete da procuradora distrital – e democrata –
Rosemary Lehmberg por esta se ter recusado a demitir-se após ter sido
detida por conduzir embriagada, e, pior, ter ameaçado com represálias os polícias que a
prenderam!
O
mais surpreendente neste caso – e nem o devia ser – é o facto de, quando
«rebentou», não terem sido apenas os comentadores mais à direita, simpatizantes
de republicanos, a considera-lo sem mérito, injusto, politicamente motivado, vingativo,
até estúpido e ridículo. Também os mais à esquerda, simpatizantes de democratas, o fizeram, com destaque para Ari Melber, Jonathan Chait, Mark Halperin e Timothy Noah. O argumento comum era, e é, o seguinte: onde iremos
parar se a ameaça – e o exercício legítimo, por parte de quem legalmente o
detém – de vetar algo com que não se concorda ou que lhe desagrada for
considerado um crime? Por essa «lógica», Barack Obama pouco mais faria nos
últimos anos do que ir a tribunal… Aliás, o director de uma das organizações
que formaram uma «coligação progressista» nesta acção contra Rick Perry,
apoiada financeiramente – que «surpresa»! – por George Soros, admitiu
involuntariamente (?) em entrevista televisiva tratar-se de uma autêntica «caça às bruxas». Segundo Kevin D. Williamson, este desagradável episódio é o resultado de uma «cultura de corrupção» com que, apesar de todos os seus progressos em outras áreas, o Texas ainda se debate.
Aquando
do início deste processo a generalidade da lamestream media, como não poderia
deixar de ser, deu-lhe larga cobertura; aliás, até em Portugal foi notícia…
Agora, a decisão definitiva de ilibar o ex-governador não mereceu por parte dos «suspeitos do costume» um tempo de antena idêntico – na verdade, o
silêncio total foi a reacção deles. E porque haveria de ser diferente? Haviam feito o «mais importante»: contribuído para fragilizar a (segunda)
candidatura presidencial de um homem que tinha e tem para apresentar um dos
mais notáveis – em quantidade e em qualidade – currículos políticos, e, mais
especificamente, governativos, com obra(s) feita(s). O próprio Rick Perry
admitiu que a não resolução da sua situação jurídica havia prejudicado
grandemente a recolha de fundos para a sua campanha - e daí ele ter sido um dos primeiros a desistir. Neste momento, e superado a
seu contento o problema, ele mostra-se disponível para, se tal se proporcionar, ser de novo uma alternativa viável para a presidência dos EUA pelo Partido
Republicano se a disputa actualmente em curso não proporcionar um vencedor
inequívoco. E porque não pensaria assim? Tem todo o direito a isso. Afinal, há
quem tenha tido «deslizes» muito, muito mais graves do que esquecer uma das agências federais que
se quer(ia) extinguir…
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