Tal
como afirmei há pouco mais de um mês, a presente «corrida» à presidência dos
EUA, e a respectiva sucessão de eleições primárias, partidárias, em outros
tantos Estados não me afasta nem me distrai do essencial da minha missão no
Obamatório – relatar e comentar o que o actual presidente diz e (não) faz. Não que,
obviamente, não saiba plenamente o que está a acontecer na campanha, tanto do
lado democrata, em que Hillary Clinton continua a dar muitos motivos de… hilaridade,
como do lado republicano, em que Donald Trump, surpreendentemente, se assume cada vez mais como frontrunner, como favorito
principal à nomeação pelo GOP – mas tal ainda não se concretizou nem é
absolutamente garantido que acontecerá, ao contrário do que vários querem fazer
crer. Tanto sobre um lado da disputa como sobre o outro pretendo fazer, em
breve, comentários. Porém, e por agora, regressemos ao mais importante, às
afirmações e às in(acções) incompetentes e/ou insultuosas, invariavelmente
hipócritas que Barack Obama não cessa de fazer…
…
Como, numa cimeira internacional – EUA-ASEAN – queixar-se de que todos os
candidatos republicanos negam a existência de alterações climáticas, o que é
«problemático para a comunidade internacional» - uma asserção que é altamente
duvidosa, empolada, até mentirosa, mas que não seria a primeira vinda do Sr. Hussein;
de qualquer forma, que crédito merece a dita «comunidade internacional», onde
abundam líderes ineptos, ditatoriais e corruptos, dos conservadores
norte-americanos? Entretanto, e ainda no âmbito de uma política externa
conduzida por amadores, da Rússia e da Coreia do Norte vieram (outras) demonstrações
de como o Departamento de Estado «obamista» - tanto na «versão Hillary Clinton»
como na «versão John Kerry» - apenas aumentaram a insegurança internacional: da
primeira, Dmitry Medvedev afirmou que existe uma «nova guerra fria» - sinal de
que o famigerado «botão de reinício» não terá (que «surpresa»!) funcionado; com
a segunda, a actual administração concordou realizar «conversações de paz»…
poucos dias antes de Kim Jong-Un ter realizado mais um teste nuclear – algo que,
recorde-se, o regime de Pyongyang era suposto não fazer na sequência da
«brilhante» diplomacia durante os mandatos de Bill Clinton, e que augura o
mesmo, «tranquilizador», desenlace com o Irão. E pode a abordagem de Obama de
temas internacionais tornar-se mais ridícula? É uma pergunta retórica… claro que
pode! O Nª 44, na sua contínua campanha de desvalorização do ISIS, lembrou-se
de o comparar ao Joker… sim, o (fictício) inimigo principal do (também
fictício) Batman! Uma personagem de «banda desenhada» que – admitiu finalmente
Kerry – tem estado a cometer genocídio nos territórios que ocupou.
Domesticamente,
o «obamadorismo» igualmente não pára de aumentar, e que bom que seria
que apenas fosse embaraçoso. Que dizer do facto de BHO ter-se encontrado,
reunido e dialogado com líderes do movimento «Black Lives Matter», que elogiou
pelo «trabalho notável» («outstanding work»), «sério e construtivo», que
aqueles supostamente têm desenvolvido? Esse «trabalho», recorde-se, mais não é
do que, basicamente, o fomento de racismo e o incitamento à ocorrência de
motins e ao assassínio de polícias. Por isso, quando o líder de um país torna
criminosos em heróis, não é de espantar que tenha outras manifestações de
inversão – ou de negação – da realidade. Tais como (continuar a) queixar-se de
uma «viciada atmosfera política (que tem de acabar)», apelar a um aumento da
«civilidade na política», alegar que «certamente não contribuí» para aumentar a
divisão e a polarização no país – quando ele é, tem sido, o principal culpado
disso tudo nos últimos oito anos. E a nomeação de um juiz – concretamente, (o
previsivelmente liberal) Merrick Garland – para ocupar o lugar deixado vago no
Supremo Tribunal dos EUA pelo recentemente falecido e conservador Antonin
Scalia mais não é do que uma nova provocação – e uma perda de tempo – ao Senado maioritariamente republicano, que já avisara que não aprovaria qualquer nome proposto por Barack Obama a menos de um ano de terminar o seu segundo e
(felizmente) último mandato. E, não, não por causa de um suposto «atoleiro
Trump», como alguém insuficientemente informado, e desconhecedor da História,
perorou: devido, sim, a uma prática verdadeiramente bi-partidária seguida há cerca de 80 anos – e que, aliás, figuras influentes do Partido Democrata como
Joe Biden e Chuck Schumer invocaram quando eram de outra «cor» política os que
estavam na Casa Branca. E, aliás, porque fariam os senadores «elefantes» a
vontade a um presidente «burro» num assunto tão fundamental, para mais depois de
anos em que, em várias ocasiões, através de ordens executivas, depoimentos assinados e não só, ele os desrespeitou, e ao Congresso...
…
E à Constituição? A lei fundamental que, num cúmulo de descaramento, os democratas dizem aos republicanos para respeitar? Descaramento esse também
desmesurado quando o presidente, e o seu porta-voz, se queixam de «obstrucionismo»
por parte da oposição! Na verdade, a haver – e há – queixas, é contra a reduzida,
fraca, oposição «vermelha» (no Capitólio) à situação «azul». Enfim,
descaramento ainda do Sr. Hussein quando, ao enunciar os motivos porque Donald
Trump não é qualificado para ser o comandante-em-chefe, não se apercebe de que
está a descrever-se… a ele próprio, e ao seu amadorismo.
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