Aviso
prévio aos leitores: neste texto vou revelar o enredo de um filme estreado
recentemente, pelo que se não quiserem conhecê-lo, devem parar de ler agora…
…
Mas espero, e peço, que continuem a ler, porque se não viram, e se não forem
ver «White House Down», o mais recente filme realizado por Roland Emmerich, não
perderam, e não perderão, grande coisa. Este último projecto do autor de, entre
outros, «Independence Day», «The Day After Tomorrow» e «2012» tornou-se, logo
no seu fim-de-semana de estreia, um dos maiores fracassos de 2013. E porquê?
Porque tem um tema idêntico ao de outro filme lançado este ano, «Olympus Has
Fallen»? Porque muitos norte-americanos estão cansados, fartos, de ver este
alemão a destruir a paisagem dos EUA, e em especial a Casa Branca, nos outros filmes
acima citados? Ou, o que é mais provável, porque «White House Down» alienou à
partida cerca de metade da sua audiência potencial por colocar como «herói» uma
«réplica» de Barack Obama (James Sawyer, personagem desempenhada por Jamie Foxx) e como «maus
da fita», como os terroristas que atacam a presidência e o país, cidadãos
norte-americanos, brancos, conservadores, de direita, pertencentes às forças
armadas e/ou com ligações à indústria de defesa?
Sem
dúvida que fazer arte, no que se inclui também fazer cinema, envolve
frequentemente dar (grandes) asas à imaginação, alterar a realidade,
deixarmo-nos guiar pela fantasia… mas, por vezes, convém não abusar. Em
especial quando os factos vão totalmente contra a história que se quer contar:
nos EUA, e não só, os terroristas continuam a ser, quase sempre, estrangeiros e
muçulmanos, como se viu novamente, e infelizmente, no ataque à maratona de Boston em Abril; e se são cidadãos a cometer actos de violência é
invariavelmente da esquerda que eles provêm, como se viu com o movimento dos «Ocupas». E, longe de atentarem contra o governo, é este que tenta sabotar a
actividade de indivíduos e instituições mais à direita, como ficou demonstrado
num dos (vários) grandes escândalos que estão a afectar a administração de Barack
Obama – a discriminação e a perseguição por parte do IRS a organizações que integram o movimento Tea Party.
Portanto,
e uma vez mais, Roland Emmerich andou a rolar na «merdich». O que não
surpreende quem conhece o seu percurso, quem sabe quais são as suas
preferências. Afinal, estamos a falar de alguém que se recusou a fazer um «Dia
da Independência 2» entre 2000 e 2008 porque não queria beneficiar, mesmo que indirecta e remotamente, um presidente republicano; que está disponível para
oferecer 250 mil dólares à promoção do «casamento» entre pessoas do mesmo sexo;
e que no seu filme «2012» - atenção, mais um spoiler! – teve medo de mostrar
edifícios muçulmanos a serem destruídos, e que fez dos chineses os grandes
heróis por terem construído navios que serviram de novas «arcas de Noé» para
salvarem a Humanidade…
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