Celebra-se
hoje o décimo aniversário do início da invasão do Iraque, liderada pelos
Estados Unidos da América por iniciativa do então presidente George W. Bush, e
apoiada por uma coligação de vários outros países, e que culminaria, menos de
dois meses depois, no derrube do regime totalitário encabeçado por Saddam Hussein, um dos maiores, piores, mais violentos, mais sanguinários ditadores da
História.
A
palavra é mesmo «celebrar»: então como agora não me arrependo de ter apoiado,
defendido, esta guerra. E orgulho-me de ter sido em Portugal, na chamada
«Cimeira dos Açores», que a decisão final – de a desencadear – terá sido tomada. Ao contrário de (muitos) outros, a minha opinião neste tema não mudou, não
«evoluiu». Porque vale sempre a pena combater, derrotar e capturar um assassino
de massas que terá sido responsável, material e (i)moralmente, por cerca de um
milhão de mortos, principalmente iraquianos, mas também iranianos e
kuwaitianos. As armas de destruição maciça… existiram mesmo: perguntem aos
curdos, sobreviventes e familiares das vítimas, gaseados em 1988 às ordens de
Bagdad, se elas eram reais ou não.
Um
dos melhores indicadores, hoje, da justificação e do sucesso da libertação do
Iraque é… a ausência de notícias sobre o Iraque! Não total, evidentemente:
ocasionalmente, são reportados atentados perpetrados por extremistas que ainda
não foram exterminados, e que, por mais que se «esforcem», não conseguem
desestabilizar definitivamente um novo país, uma nova sociedade que – por mais
que se espantem jornalistas, especialistas, analistas e outros «istas» – vai sendo, com dificuldade é
certo, mas também com perseverança, com esperança, construída pela população,
pensando em especial nas suas novas gerações. População essa que, ao contrário
do que dá a entender a comunicação social internacional, não se limita a
esperar, escondida e amedrontada, pela próxima explosão bombista e que, melhor
ou pior, vai fazendo a sua vida. Que até Bill Maher mostre a sua surpresa por
isso é muito significativo, e simbólico, do que muitos ainda desconhecem… ou,
se conhecem, não querem admitir. Mas existe sempre a experiência, e o testemunho,
dos veteranos, alguns ainda jovens como Tom Cotton e Tulsi Gabbard; ambos são,
agora, representantes no Congresso, ele republicano e ela democrata; e ambos
concordam em não dar por desperdiçado o tempo que deram às forças armadas,
mesmo que possam discordar, hoje, quanto às causas e às consequências do
conflito de há uma década.
Sobre
este assunto, e evocando a efeméride, é de ler também: «Dez anos depois, ganhámos a guerra do Iraque?», Andrew Bacevich; «O colapso iminente do Médio Oriente?»,
Fred Kaplan; «Iraque, dez anos mais tarde: devemos recordar a nossa victória, não apenas a guerra propriamente dita», Joel B. Pollak; «A véspera da destruição: como era opor-se à guerra do Iraque em 2003», John B. Judis; «Iraque foi a última grande guerra», Matt Gurney; «Não é preciso arrepender-se por ter apoiado a Guerra do Iraque», Max Boot; «Dez anos passados, o caso para invadir o Iraque continua válido», Nick Cohen; «Guerra do Iraque ensinou-nos lições duras, mas o Mundo está melhor sem Saddam Hussein», Paul Wolfowitz; «Nunca esquecer: a nossa invasão do Iraque foi uma quebra de confiança», Richard A. Clarke; «O que nós aprendemos no Iraque»,
Steve Chapman; «Dez anos mais tarde, um aniversário que muitos iraquianos prefeririam ignorar», Tim Arango; «América hoje e a Guerra do Iraque», Bill O'Reilly.
(Adenda - Nouri al-Maliki, actual primeiro-ministro do Iraque, reafirma, em artigo no Washington Post, que a guerra foi justificada e que os seus compatriotas estão hoje, apesar de tudo, melhor do que durante o regime de Saddam Hussein. Mas o que é uma «ditadurazinha» para os pacifistas da treta?)
(Adenda - Nouri al-Maliki, actual primeiro-ministro do Iraque, reafirma, em artigo no Washington Post, que a guerra foi justificada e que os seus compatriotas estão hoje, apesar de tudo, melhor do que durante o regime de Saddam Hussein. Mas o que é uma «ditadurazinha» para os pacifistas da treta?)
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