Se ainda fosse vivo Charles James Kirk completaria
hoje 32 anos de idade. Não é, pois, um feliz aniversário, nem todos os que se
sucederão até onde a memória por ele se prolongar. Porque morreu demasiado
cedo, assassinado, no passado dia 10 de Setembro, por um fanático, desalmado, um
esquerdista, cobarde que se deixou influenciar e motivar pela reles retórica
extremista, pelos incitamentos à violência de membros (políticos) e de
apoiantes (figuras me(r)diáticas) do Partido Democrata...
... E que, infelizmente, teve sucesso naquilo em que
outros, antes, fracassaram. Neste âmbito recordem-se apenas os casos, os
atentados, mais graves da última década: em 2017 os disparos contra
congressistas republicanos num campo de baseball, um dos quais, Steve Scalise,
ficou gravemente ferido e quase morreu; em 2022 a tentativa de homicídio de
Brett Kavanaugh, juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América nomeado
por Donald Trump, tendo o potencial perpetrador sido detido antes de poder
aproximar-se (demasiado) da potencial vítima; em 2024 as duas tentativas de homicídio de DT, em que a primeira falhou o alvo por meros milímetros (e o
atirador foi morto), e a segunda falhou porque um elemento dos Serviços
Secretos avistou alguém suspeito, que foi preso antes de poder premir o gatilho.
Aliás, o cenário e a circunstância da morte de Charlie Kirk no campus da
Universidade do Vale de Utah, em Orem, foram semelhantes aos do atentado contra
Trump em Butler, na Pensilvânia: ambos falavam para milhares de pessoas num
espaço aberto e ficaram na mira de indivíduos armados com espingardas que
dispararam de telhados a cerca de 150 metros de distância.
Não faltaram, como seria de esperar e à semelhança
de situações anteriores com as mesmas características, de manifestações de
condolências pouco ou nada genuínas, sentidas, por parte de figuras do partido
do «burro». Mais grave, e o que já não surpreende porque se sabe com que género
de escumalha se está a lidar, os apelos a que se baixasse a «temperatura» ou o «volume»
da linguagem «incendiária» rapidamente caíram em orelhas «moucas». Nos dias e
nas semanas a seguir à morte de Charlie Kirk podia ouvir-se Rachel Maddow,
Stacey Abrams, Maxwell Frost, Chris Murphy, Kamala Harris e Abigail Spanberger,
e vários outros exemplos existem, a lançarem as habituais calúnias, a instigar
o costumeiro ódio. Porém, o pior de tudo foram, e ainda são, as centenas ou,
quiçá, as milhares de justificações e até celebrações do assassinato de Kirk,
registadas e divulgadas nas redes sociais por celerados e degenerados de
diversas proveniências e com diversificadas ocupações e profissões – alunos e
professores, pilotos de aviões, médicos e enfermeiros, militares, (pelo menos)
um elemento do Serviço Secreto! A situação tornou-se tão alarmante que foi
criado um sítio na Internet com o objectivo de recolher e de denunciar o maior
número possível destes indivíduos desprezíveis. Bastantes deles queixaram-se
entretanto de terem sido despedidos e/ou sido objectos de alguma forma de
ostracismo social. Paciência, limitaram-se a «colher» aquilo que «semearam», e
é um castigo merecido por acreditarem nas mentiras sobre a personalidade, as afirmações
e as actividades de CK que foram sendo propagadas ao longo da última década. Em
simultâneo, o homicídio e as reacções diabólicas que suscitou devem, espero,
ter convencido definitivamente os republicanos de que têm de encarar os
democratas como criaturas muito mais perigosas e preocupantes do que meramente
desviantes ideológicos com agudas deficiências mentais.
A morte de Charlie Kirk afectou-me pessoalmente a um
nível que eu não atingira talvez desde 11 de Setembro de 2001. Sim, o impacto,
a comoção, que resultaram foram grandes a esse ponto, e também porque aquela
ocorreu quando eu estava a ultimar o tradicional texto evocativo dos atentados da Al Qaeda contra os EUA no princípio do século. São comoventes os relatos dos
últimos momentos dele, e perturbantes as aparentes premonições do que viria a
acontecer. Mais: a minha primogénita nasceu quase exactamente um ano depois de
CK, a 13 de Outubro de 1994, o que torna ainda mais – tristemente – evidente o
quão novo ele morreu. Esta tragédia, fruto podre de um crime atroz, fez-me pensar:
em John Kennedy, em especial porque o 35º Presidente, aquando do seu
falecimento, também era pai de dois filhos muito pequenos, um menino e uma
menina; em Martin Luther King, em especial porque o «Capitão» Kirk também
comandou um movimento cívico que congregou muitos milhares de pessoas e que
modificou decisiva e profundamente a paisagem política do país. A Turning Point USA, organização que ele fundou em 2012, foi determinante para a eleição de
Donald Trump em 2024...
... E por isso se compreende e se justifica que,
hoje, o actual Presidente tenha atribuído postumamente a Charlie Kirk a Medalha
Presidencial da Liberdade, a mais alta distinção civil dos EUA. Recebeu-a Erica Kirk, a viúva, que, ainda em luto, aceitou tomar o lugar do marido. Este está
entre as maiores «estrelas» do «firmamento» cultural norte-americano, e, não
duvido, o seu legado não cessará de se repercutir no futuro.