terça-feira, 14 de outubro de 2025

«Capitão» Kirk, entre as «estrelas»

Se ainda fosse vivo Charles James Kirk completaria hoje 32 anos de idade. Não é, pois, um feliz aniversário, nem todos os que se sucederão até onde a memória por ele se prolongar. Porque morreu demasiado cedo, assassinado, no passado dia 10 de Setembro, por um fanático, desalmado, um esquerdista, cobarde que se deixou influenciar e motivar pela reles retórica extremista, pelos incitamentos à violência de membros (políticos) e de apoiantes (figuras me(r)diáticas) do Partido Democrata...
... E que, infelizmente, teve sucesso naquilo em que outros, antes, fracassaram. Neste âmbito recordem-se apenas os casos, os atentados, mais graves da última década: em 2017 os disparos contra congressistas republicanos num campo de baseball, um dos quais, Steve Scalise, ficou gravemente ferido e quase morreu; em 2022 a tentativa de homicídio de Brett Kavanaugh, juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América nomeado por Donald Trump, tendo o potencial perpetrador sido detido antes de poder aproximar-se (demasiado) da potencial vítima; em 2024 as duas tentativas de homicídio de DT, em que a primeira falhou o alvo por meros milímetros (e o atirador foi morto), e a segunda falhou porque um elemento dos Serviços Secretos avistou alguém suspeito, que foi preso antes de poder premir o gatilho. Aliás, o cenário e a circunstância da morte de Charlie Kirk no campus da Universidade do Vale de Utah, em Orem, foram semelhantes aos do atentado contra Trump em Butler, na Pensilvânia: ambos falavam para milhares de pessoas num espaço aberto e ficaram na mira de indivíduos armados com espingardas que dispararam de telhados a cerca de 150 metros de distância.
Não faltaram, como seria de esperar e à semelhança de situações anteriores com as mesmas características, de manifestações de condolências pouco ou nada genuínas, sentidas, por parte de figuras do partido do «burro». Mais grave, e o que já não surpreende porque se sabe com que género de escumalha se está a lidar, os apelos a que se baixasse a «temperatura» ou o «volume» da linguagem «incendiária» rapidamente caíram em orelhas «moucas». Nos dias e nas semanas a seguir à morte de Charlie Kirk podia ouvir-se Rachel Maddow, Stacey Abrams, Maxwell Frost, Chris Murphy, Kamala Harris e Abigail Spanberger, e vários outros exemplos existem, a lançarem as habituais calúnias, a instigar o costumeiro ódio. Porém, o pior de tudo foram, e ainda são, as centenas ou, quiçá, as milhares de justificações e até celebrações do assassinato de Kirk, registadas e divulgadas nas redes sociais por celerados e degenerados de diversas proveniências e com diversificadas ocupações e profissões – alunos e professores, pilotos de aviões, médicos e enfermeiros, militares, (pelo menos) um elemento do Serviço Secreto! A situação tornou-se tão alarmante que foi criado um sítio na Internet com o objectivo de recolher e de denunciar o maior número possível destes indivíduos desprezíveis. Bastantes deles queixaram-se entretanto de terem sido despedidos e/ou sido objectos de alguma forma de ostracismo social. Paciência, limitaram-se a «colher» aquilo que «semearam», e é um castigo merecido por acreditarem nas mentiras sobre a personalidade, as afirmações e as actividades de CK que foram sendo propagadas ao longo da última década. Em simultâneo, o homicídio e as reacções diabólicas que suscitou devem, espero, ter convencido definitivamente os republicanos de que têm de encarar os democratas como criaturas muito mais perigosas e preocupantes do que meramente desviantes ideológicos com agudas deficiências mentais.
A morte de Charlie Kirk afectou-me pessoalmente a um nível que eu não atingira talvez desde 11 de Setembro de 2001. Sim, o impacto, a comoção, que resultaram foram grandes a esse ponto, e também porque aquela ocorreu quando eu estava a ultimar o tradicional texto evocativo dos atentados da Al Qaeda contra os EUA no princípio do século. São comoventes os relatos dos últimos momentos dele, e perturbantes as aparentes premonições do que viria a acontecer. Mais: a minha primogénita nasceu quase exactamente um ano depois de CK, a 13 de Outubro de 1994, o que torna ainda mais – tristemente – evidente o quão novo ele morreu. Esta tragédia, fruto podre de um crime atroz, fez-me pensar: em John Kennedy, em especial porque o 35º Presidente, aquando do seu falecimento, também era pai de dois filhos muito pequenos, um menino e uma menina; em Martin Luther King, em especial porque o «Capitão» Kirk também comandou um movimento cívico que congregou muitos milhares de pessoas e que modificou decisiva e profundamente a paisagem política do país. A Turning Point USA, organização que ele fundou em 2012, foi determinante para a eleição de Donald Trump em 2024...
... E por isso se compreende e se justifica que, hoje, o actual Presidente tenha atribuído postumamente a Charlie Kirk a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta distinção civil dos EUA. Recebeu-a Erica Kirk, a viúva, que, ainda em luto, aceitou tomar o lugar do marido. Este está entre as maiores «estrelas» do «firmamento» cultural norte-americano, e, não duvido, o seu legado não cessará de se repercutir no futuro.  

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