Ao completar, hoje, o seu décimo quarto aniversário,
e, logo, e em simultâneo, ao entrar no seu 15º anos de existência, o Obamatório
vê mais uma vez renovada a pergunta que se coloca desde a sua criação em
Janeiro de 2009: faz sentido, terá justificação, ainda, manter um espaço que,
só contra todos os outros, ou quase, se esforça, debatendo-se com uma
permanente desigualdade de meios, por dar informações e opiniões que mais e
melhor revelam a verdade da politica nos EUA, na actualidade e não só? A
resposta, apesar de tudo, continua a ser «certamente que sim»!
E, desde logo, porque material, pretextos, não
(nunca!) faltam. Este início de 2023 está a ser marcado pela constatação cada
vez mais abrangente – sim, até mesmo junto de alguns «me(r)dia» esquerdistas – de que
a «presidência» de Joe Biden, que hoje assinala dois anos, é um completo desastre, em grande medida porque ele é, e há muitos anos, um total traste. Não
faltaram no período de transição de ano as listas, não tanto do bom mas sim,
mais, do mau, relativas ao senil, demente, ofensivo, corrupto, usurpador. São exemplos
os «25 principais piores momentos de 2022» (porque, claro, houve mais), as «10 principais asneiras de 2022 que provam que ele está em declínio cognitivo»
(porque, claro, houve mais) e as «21 mentiras espalhafatosas que Biden disse mais do que uma vez» (e, evidentemente, há mais). Como não podia deixar de ser,
o ex-vice de Barack Obama não esteve sozinho, no ano passado, no que a dizer –
e a fazer – os maiores disparates, pois foram vários os seus «camaradas» do Partido Democrata a darem o seu «valioso» contributo para o sempre degradante,
mas frequentemente hilariante, espectáculo permanente que é a «governação» à
esquerda norte-americana; obviamente, eu próprio elaboro e publico uma lista deste tipo no início de cada ano. Porém, o que é mais risível é o facto de o
«divisionista do Delaware» estar aparentemente convencido de que o ano passado foi excelente, quiçá um dos melhores de sempre, não obstante os diversos recordes negativos alcançados, alguns dos quais superaram valores que não se
verificavam há décadas ou até mesmo (mais de) um século!
Houve quem, e logo a 3 de Janeiro, elaborasse e
publicasse uma lista dos «10 escândalos para se manter um olho em 2023». Todos,
mas mesmo todos, os que nela são mencionados são autênticos, legítimos, graves,
e já vêm de trás. Mas, no entanto, a autora, Margot Cleveland, não previu,
assim como quase todos os outros observadores e comentadores, que apenas uma
semana depois estalaria aquele que é, será, potencialmente, o maior escândalo
de todos: a descoberta, em mais de um local relacionado com Joe Biden, e nenhum
deles com um nível de segurança aceitável, de documentos classificados como
confidenciais – e até secretos – referentes à administração, e aos dois
mandatos, de Barack Obama. Inevitavelmente, logo surgiram as comparações com o
caso que envolveu, e ainda envolve, Donald Trump. Todavia, há diferenças nítidas entre os dois, e todas são em desfavor do actual «ocupa» da Casa
Branca. Trump, enquanto presidente, tinha o poder, a legitimidade e a
autoridade para desclassificar qualquer documento e levá-lo para onde quisesse,
desde que devidamente guardado num espaço adequado – o que de facto aconteceu
na sua casa de Mar-A-Lago, que, para mais, era, e é, protegida em permanência por
elementos do Serviço Secreto. Biden, enquanto vice-presidente, não tinha
aquelas capacidades, pelo que além de, na prática, ter roubado esses
documentos, deixou-os em espaços inacreditavelmente desadequados, como a garagem da sua casa em Wilmington junto ao seu Chevrolet Corvette (!), e em armários na
sede de uma «fundação» com o seu nome na Universidade da Pensilvânia,
«fundação» essa que se sabe que recebeu financiamentos avultados de entidades chinesas, provavelmente de muitos milhões de dólares. E quanto às
consequências, legais e outras, por estas «negligências», dificilmente elas
poderiam ser mais opostas: por nada fazer de errado, DT teve a sua casa
invadida e revolvida (incluindo as gavetas de Melania) pelo FBI, foi acusado de ser um reles
traidor que iria vender segredos nucleares aos russos (sim, era mais uma
mentira ridícula) e que por isso merecia, talvez, ser executado em praça
pública (!!); JD, até agora, não recebeu a «visita» de forças policiais, muito em
especial do FBI, que prescindiu de acompanhar os advogados do decrépito político na «descoberta» dos documentos, descoberta essa que, aliás, aconteceu
no início de Novembro e que foi mantida em segredo pelo procurador-geral para
não perturbar as eleições intercalares realizadas poucos dias depois. Merrick
Garland lá foi forçado a nomear um conselho especial para «investigar» o caso,
mas alguém acredita que tal decisão vai ter resultados credíveis?
Joe Biden está
convencido de que beneficia de total impunidade, tanto por parte de entidades
públicas como da comunicação social, e esta, de facto, não se tem mostrado
rogada em arranjar desculpas cada vez mais embaraçosas e pouco ou nada convincentes. Entretanto, ele continua a comportar-se como o arrogante e
insultuoso inútil que sempre foi, não tendo hesitado em dar mais uma mostra do seu mau carácter na recente celebração do dia de aniversário de Martin Luther King, que é feriado nacional nos EUA. É bom que a maioria republicana na Casa
dos Representantes, liderada pelo novo speaker Kevin McCarthy, eleito a 7 de
Janeiro e só à 15ª votação porque antes teve de dar garantias de que grandes mudanças seriam feitas, comece a pôr travões efectivos nas ávidas matilhas
democratas que, tal como na guerra civil, hoje mais não querem do que destruir o país.
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