sábado, 19 de novembro de 2022

Mais uma grande roubalheira

Não faltaram supostos observadores, «especialistas», comentadores em Portugal (e não só, obviamente, mas, compreensivelmente, o que se passa no nosso país é mais rapidamente perceptível) que, depois do dia 8 de Novembro, data das mais recentes eleições intercalares nos EUA, alvitraram que o Partido Republicano, se não tinha perdido de facto, tinha ficado aquém das expectativas, pelo que o voto não teria sido muito prejudicial para o Partido Democrata. Pois é, mais uma vez se demonstra que não é adequado permitir o acesso regular de idiotas, ingénuos e ignorantes a meios de informação de grande alcance. Porque, obviamente, ao conseguir a maioria na Casa dos Representantes, em que todos os lugares estão em disputa de dois em dois anos, o GOP conseguiu, efectivamente, uma vitória importante e até mesmo fundamental, porque é na câmara «baixa» do Congresso norte-americano que se realiza o essencial do processo legislativo, incluindo as cruciais gestão orçamental e supervisão («oversight») da «administração» de Joe Biden. Nancy Pelosi, essa personificação da degradação política e moral, qual «Wicked Witch of the West», falsa católica de São Francisco, perdeu a posição de speaker, que a partir de Janeiro será detida por Kevin McCarthy. É certo que no Senado não houve uma vitória «encarnada» nem haverá, provavelmente, uma «azul», porque o «marcador» está neste momento a 49-50, faltando decidir quem ganhará o lugar que falta, o de segundo senador pela Geórgia, que será decidido numa segunda volta que decorrerá a 6 de Dezembro.
Várias sondagens realizadas antes de 8 de Novembro previam a ocorrência de uma «onda», ou de uma «maré», «encarnada»... e, com efeito, ela aconteceu de certo modo: os «elefantes» receberam pelo menos seis milhões de votos a mais do que os «burros». Então, porque é que tal diferença não se traduziu em mais lugares conquistados, tanto na Casa como no Senado? Possivelmente porque em algumas corridas «sobraram» os votos que «faltaram» em outras. E quando se sabe que uma grande percentagem de jovens, em especial de mulheres nas faixas etárias mais novas, votou preferencialmente nos democratas, tal quase de certeza aconteceu, além de como adesão à perversa causa do aborto em larga escala que a reversão de Roe vs. Wade veio acicatar nas hostes «progressistas», também como resposta e «recompensa» ao facto de Joe Biden ter anunciado o perdão de dívidas por empréstimos escolares, uma decisão claramente ilegal, inconstitucional, e injusta para com todos aqueles que pagaram por si as suas despesas de educação sem recurso a ajudas estatais; trata-se de um assunto da exclusiva competência do ramo legislativo, o que foi confirmado não por uma mas sim por duas sentenças judiciais... porém, os danos já estavam feitos. Esta autêntica compra de votos seria suficiente para se afirmar, sem qualquer tipo de dúvida, que o Partido Democrata interferiu ilegalmente na eleição e falsificou os resultados desta em seu proveito ao (ab)usar recursos públicos. No entanto, e infelizmente, aconteceu algo de pior...
... E que era perfeitamente previsível: mais uma grande roubalheira, no que foi quase uma repetição do que aconteceu na eleição presidencial de 2020. E se nada de significativo aconteceu para solucionar o problema – isto é, a fraude em larga escala perpetrada por democratas – verificado há dois anos, como não esperar que aquele persistisse? Os «azuis» confirmaram que o crime compensa e reincidiram sem medo de represálias. As falcatruas não terão afectado tanto as votações para representantes – embora sejam algo suspeitas as dificuldades de Lauren Boebert em derrotar um adversário adúltero e corrupto – como as para senadores e governadores, estas ao nível estadual. Não merecem pois qualquer credibilidade, são muito duvidosas, quiçá ilegítimas, as alegadas (entre várias outras) «vitórias» dos democratas em: New Hampshire, para senador(a); Nova Iorque, para governador(a); Pensilvânia, para senador; Michigan, para governador(a); Arizona, para governador(a) e senador; Nevada, para senador(a); Oregon, para governador(a). E a na Geórgia para senador, embora neste caso vá haver, como referido acima, uma segunda volta em Dezembro... tal como há dois anos! Ainda à semelhança de 2020, as cidades que são «suspeitas do costume» não faltaram à «chamada»: Detroit, Filadélfia, Atlanta, Phoenix e Las Vegas mais uma vez estiveram em destaque com sucessivos «casos», em especial as duas últimas através dos condados em que se integram – respectivamente Maricopa e Clark – a se «distinguirem» por anormais (?), inadmissíveis, terceiro-mundistas, «falhas» de equipamentos e «atrasos» nas contagens, incidentes insólitos que mereceram a atenção, e a indignação, de, entre outros, Jesse Watters, Tucker Carlson e Laura Ingraham.
Todavia, mesmo dentro do grupo restrito de Estados habitualmente notórios pelos seus sistemas eleitorais cronicamente deficientes e por resultados que não inspiram qualquer confiança, dois houve desta vez que se salientaram porque atingiram níveis pouco habituais de ridículo: Pensilvânia e Arizona. No primeiro não só foi reeleito um morto (o que não é, de resto, algo de inédito nos EUA) mas também eleito um «morto-vivo», John Fetterman, que «venceu» a corrida para o Senado contra o republicano Mehmet Oz apesar de ser um incompetente que viveu à custa dos pais até aos 50 anos, que teve desempenhos risíveis enquanto mayor de Braddock e de vice-governador do Estado, e que, depois de sofrer um enfarte já em plena campanha, se revelou incapaz de falar com um mínimo de coerência, como ficou evidente no desastroso debate com Oz; o seu «sucesso» não terá sido alheio a manobras de «colheita de votos» em lares de idosos e outras instituições sem qualquer fiscalização, votos esses que terão a dado ponto sido desviados no seu percurso para o local de contagem. No Arizona foi pior do que na Pensilvânia porque não só Katie Hobbs se recusou a debater com a sua rival republicana Kari Lake mas também, e principalmente, porque ela, enquanto secretária do Estado, era e é a principal (ir)responsável pela organização das eleições, que ficaram marcadas por sucessivas irregularidades! Diversos cidadãos eleitores do Estado revelaram publicamente as situações dúbias (aqui e aqui) por que passaram, situações essas que ganham uma outra, e maior, gravidade quando se sabe que funcionários a cargo das eleições no condado de Maricopa fizeram doações a, ou formaram, organizações políticas com o objectivo de derrotar candidatos republicanos! Considerando tudo isto, como não compreender que Kari Lake tenha anunciado que não concede e que vai combater, até ao limite do legalmente possível, uma derrota que não é de todo aceitável?
Laura Ingraham afirmou que o Partido Republicano, depois destes resultados frustrantes, se deve «adaptar ou morrer». Mas se essa adaptação significa tornar-se numa organização criminosa semelhante ao Partido Democrata então para quê haver dois partidos? Quem merece morrer, e definitivamente, é o PD, o que já devia ter acontecido há pelo menos 150 anos.

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