domingo, 16 de fevereiro de 2020

«Impeachment» para totós

Eu avisei que em 2019 e em 2020 iria ser pior… Neste momento – na verdade, desde há algum tempo – a situação política nos Estados Unidos da América tem tanto de patética como de perigosa. E quando duas pessoas tão diferentes, ideologicamente em campos opostos como Bill Maher e Louie Gohmert concordam que o risco de acontecer uma segunda guerra civil não é assim tão reduzido, há que decididamente prestar mais atenção e (tentar) separar os factos das ficções…
… Porque as segundas, se sistematicamente repetidas e tidas como factos, poderão causar – aliás, já estão a causar – graves danos.  E, actualmente, nos EUA nenhuma ficção é mais desmesurada e mais danosa do que a de Donald Trump  ter cometido (alg)um crime que justifique ter sido alvo de um processo de destituição, de impugnação («impeachment»), que terminou no passado dia 6 de Fevereiro com a sua absolviçãoacquittal») no Senado depois de os dois (absurdos) artigos (isto é, acusações) que a Casa submeteu terem sido rejeitados, e que terá constituído o ponto mais alto daquela que é talvez até agora a melhor semana da sua presidência… e a pior para os democratas, talvez desde o final da Guerra Civil ;-). Que não se acredite no que os supostos «especialistas», na verdade, activistas facciosos, partidários incompetentes sem qualquer credibilidade afirmam, a repetirem as mesmas atoardas… que, decorridas semanas ou meses, se verifica não terem fundamento. Para eles vou dar uma breve «aula» de «Impeachment para totós»…
… E então é assim: porque era necessário arranjar outra coisa, qualquer coisa, por mais ténue que fosse, para tentar derrubar o actual presidente depois de a fraude do «conluio com a Rússia» não ter resultado, um activista democrata – membro do PD! – que é também analista da CIA, Eric Ciaramella, identificou-se (ilegitimamente) como «whistleblower» e acusou o Nº 45 de um comportamento ilegal. Depois soube-se que o suposto dedicado funcionário tinha integrado a equipa de Joe Biden que lidava com a Ucrânia, e que era um «homem de mão» tanto do asqueroso John Brennan como da pérfida Susan Rice. Repare-se no ridículo descomunal: os democratas queriam remover o (legítimo) chefe do executivo – ou seja, queriam reverter, anular, uma eleição presidencial e os votos de milhões de pessoas – por causa de uma conversa por telefone que aquele teve com um seu homólogo, o (eleito em 2019) presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, e, mais concretamente, por nesse telefonema Trump ter supostamente feito depender a concessão de ajuda àquele país da abertura de uma investigação a Hunter Biden, filho de Joe Biden, que pertenceu ao conselho de administração da Burisma, uma empresa energética ucraniana. Porém, e que se saiba, nenhuma investigação foi iniciada nesse âmbito pelas autoridades de Kiev, e a ajuda – incluindo uma fundamental componente militar que durante os mandatos de Barack Obama foi negada, talvez para comprovar a maior «flexibilidade» do Nº 44 para com Moscovo após a reeleição – foi mesmo concedida. E, no entanto, mesmo que Donald Trump impusesse essa condição, estaria no seu pleno direito de o fazer. Afinal, ele tem também como obrigação certificar-se de que o dinheiro dos contribuintes seus compatriotas é bem empregue, não só nacional mas ainda internacionalmente.
As audiências realizadas no Congresso durante todo o processo («kafkiano») não comprova(ra)m, de modo algum, a «gravidade» das acusações contra o actual presidente. O que os depoimentos das alegadas «testemunhas» vieram demonstrar – e cada vez mais indequivocamente à medida que eram ouvidas as que efectivamente ouviram o telefonema (cuja transcrição foi publicada) e/ou tiveram acesso directo ao presidente, como Kurt Volker, Tim Morrison e Gordon Sondland – é que Trump nada de criminoso ou duvidoso disse ou fez. E esta é a verdade, não obstante as ilusões, as fantasias que os partidários opositores – no congresso e nos media – apregoa(ra)m. Aqui convém salientar agora outro aspecto que muitos dos «comentadores» deste lado do Atlântico não compreendem, porque ignoram que a estrutura politica norte-americana é, em vários aspectos, muito diferente das europeias: o cargo de procurador-geral («attorney-general») não é como em Portugal; nos EUA o AG é, para todos os efeitos, o ministro da Justiça, e, como tal, o presidente – qualquer presidente – tem o direito e até o dever de conduzir, de liderar igualmente as actividades nesse sector, incluindo, sim, quem e/ou o quê deve ser objecto de investigação. Não é por se ser candidato a um cargo político – presidente, senador, representante, governador – que se fica isento de ser investigado e, eventualmente, acusado e julgado. Joe Biden não tem pois – ou não deveria ter – um privilégio que outros não têm. Como Donald Trump, aliás, que teve a sua campanha «infiltrada» e investigada em 2016 por ordem da administração de Barack Obama. A questão está em saber se essas investigações têm legitimidade, justificação, se assentam em sólidos motivos e se cumprem as leis e as normas aplicáveis em tais casos. A que foi feita contra Trump não terá sido, e tal poderá estar prestes a ser demonstrado com uma investigação ordenada pelo AG Bill Barr e conduzida pelo procurador John Durham, a ser concluída ainda este ano. Esta expectativa terá deixado os democratas de tal modo aterrorizados que eles decidiram lançar esta patética tentativa de impeachment para «criar ruído» e tentar distrair, preventivamente, as atenções do que é realmente importante, de atenuar, diminuir, os efeitos das revelações que estão prestes a ser feitas sobre as malfeitorias, patifarias e sacanices da administração de Barack Obama e dos seus cúmplices no «deep state».
Na verdade, os «burros» não são apenas mentirosos anedóticos, compulsivos e desavergonhados. São igualmente especialistas na projecção, acusando os republicanos de faltas e de crimes que eles, sim, é que cometem. Acusam os opositores de racistas… mas eles é que o são, sempre a referir as cores da pele por tudo e mais alguma coisa; eles são, sempre foram, continuam a ser,  segregacionistas e secessionistas. Acusa(ra)m Donald Trump e os seus colaboradores de conluio com os russos… mas, na verdade, eles é que colaboraram com gentes de Moscovo, tendo o DNC e a campanha de Hillary Clinton pago para obterem «informaçôes» sobre o candidato republicano.. e isto depois de ela ter autorizado a venda de uma empresa de urânio dos EUA a uma russa. Enfim, acusa(ra)m o Nº 45 de «extorsão», «suborno», chantagem sobre a Ucrânia e o seu presidente – que disse, mais de uma vez, que nada de impróprio houve na sua conversa com o homólogo norte-americano – quando, com efeito, foi Joe Biden quem cometeu esses actos sobre o antecessor de Volodymyr Zelenski – eles querem esquecer, ou fingir que não sabem, que Joe Biden ameaçou não conceder à Ucrânia um bilião de dólares em ajuda norte-americana se em Kiev não despedissem o procurador que investigava a empresa do filho… e foi isso mesmo o que aconteceu! Além disso, e por mais de uma vez, políticos (senadores) democratas pressionaram as autoridades ucranianas para investigarem Trump e/ou colaborarem na investigação feita pela equipa de Robert Mueller! E Adam «Shitty» Schiff, mentiroso patológico, chegou a ser enganado por humoristas russos que o convenceram de que tinham para vender fotografias de um Trump nu!
Na verdade, este circo, esta palhaçada, este espectáculo desgostoso, mais não foi do que uma tentativa desesperada e hilariante de (tentar) remover Donald Trump da presidência, de o impedir de concorrer e de procurar a sua reeleição em 2020, porque vários democratas – entre os quais, de forma mais (ridiculamente) eloquente, Al Green e Alexandria Ocasio-Cortez – acreditam que o Nº 45 será praticamente impossível de ser derrotado em circunstâncias normais. Eles acusam DJT de ser um ditador que quer dar - ou prolongar - um golpe de Estado, mas são os seus opositores que mais demonstram ter essa disposição.

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