Em
Agosto último, referi aqui no Obamatório algumas perguntas que havia feito a
outros «observadores» portugueses do panorama político-cultural dos Estados
Unidos da América… e que, no momento em que escrevia, continuavam sem
respostas… o que continua a verificar-se
agora. Entretanto, fiz outras perguntas… e também para elas ainda não há
respostas.
A
mais recente dessas perguntas constitui, na verdade, uma proposta (decente!) ao
Jornal de Notícias. Em mensagem de correio electrónico que enviei no passado
dia 12 de Dezembro, escrevi o seguinte: «Constatei que três artigos de opinião recentemente publicados pelo
Jornal de Notícias, mais concretamente da autoria de Fernando Calado Rodrigues,
de Manuel Carvalho da Silva e de Germano Almeida, todos eles tendo em comum os
Estados Unidos da América, e em especial a actuação do Presidente Donald Trump,
contêm erros, que eu estou disponível para assinalar e corrigir em artigo de
opinião que proponho escrever e oferecer ao vosso jornal.» Fernando Calado
Rodrigues é padre, Manuel Carvalho da Silva é o ex-secretário-geral da
CGTP-Intersindical, e Germano Almeida é o meu «colega» da blogosfera, autor do
blog Casa Branca (um pouco mais antigo do que o Obamatório), e que, apesar de
não o actualizar desde Agosto de 2016 (!), em «compensação» continua a ser uma
presença regular na imprensa, na rádio e na televisão nacionais a debitar os
seus «bitaites» enquanto «analista de política americana» (a sua outra
carreira, parelela à de jornalista desportivo)… apesar de pouca ou nenhuma
credibilidade ter para isso desde que se tornou o autor de um dos dois livros –
este é o outro – publicados em Portugal antes da eleição presidencial nos EUA
no ano passado que davam como certa a vitória de Hillary Clinton! Entretanto, e
pelo contrário, eu continuo sem conseguir até agora um único convite para
participar como convidado, também enquanto «analista de política americana»,
num programa de rádio ou de televisão, não obstante as várias tentativas,
contactos, da minha parte nesse sentido, informando da minha existência e da
minha disponibilidade em colaborar sempre que possível…
… E nem quanto
à imprensa posso afirmar actualmente que a minha liberdade de expressão é plena
depois do que aconteceu com o meu artigo «Histeria histórica», que a actual
Direcção do Público decidiu censurar (não publicar) e que três entidades de
«regulação» da actividade jornalística entenderam não se pronunciar sobre o
caso. Porém, isso não impediu que eu, ocasionalmente, enviasse posteriormente mensagens
a jornalistas do jornal originalmente financiado – e, de certo modo, fundado –
pelo recentemente falecido Belmiro de Azevedo, colocando questões e dando
sugestões sobre a cobertura da actualidade política dos EUA feita por aquele. Como
esta, enviada a 31 de Maio último: «É evidente que há um preconceito, um bias,
na redacção do Público, contra o Partido Republicano, que já vem de trás, que
não começou com Donald Trump. E, claro, esse bias estende-se, em Portugal, a
praticamente todos os principais órgãos de comunicação social, com destaque “negativo”
para as três principais estações de televisão, que frequentemente dão, neste
âmbito, espectáculos ridículos... Por exemplo, hoje a SIC, no seu noticiário
das 13 horas, dedicou para aí três minutos ao tweet do “covfefe”... Mas dos
outros pouco ou nada quero saber. Do Público, sim, e é por isso que eu ainda me
preocupo em enviar-vos, quando acho oportuno e relevante, as minhas notas, e,
sim, as minhas correcções - sempre assentes em factos e não em “emoções”. Eu
não sou apenas leitor... sou também jornalista, e sou colaborador do Público há
mais de 20 anos. Ou era, porque, no passado mês de Fevereiro, o seu colega Nuno
Ribeiro, actual editor de opinião, recusou publicar um artigo meu... depois de
me ter dito que o faria. Sim, era um texto sobre a situação política
norte-americana após a tomada de posse de Donald Trump, e, sim, era contra a “corrente”
que aí é predominante. Motivo da censura? O meu artigo era “ofensivo”. Digamos
que nem todos aceitam “críticas” e “dúvidas”... Agora, alguns breves
apontamentos sobre casos específicos: o assassino de Portland em nenhuma
circunstância pode ser associado a DT e à direita - e, claro, o racismo, em
especial nos EUA, tem sido sempre, maioritariamente, esmagadoramente, uma
característica da esquerda e do Partido Democrata (actualmente, e desde há
algum tempo, a “moda” é o ódio anti-branco atiçado por afro-americanos
radicais, que promovem inclusivamente a segregação); Kate Steinle pode ter sido
atingida e morta por uma “bala perdida”, mas essa não era a principal
questão... o atirador era, é, um imigrante ilegal, cadastrado, que já por
várias vezes fora deportado e reentrara no país - uma situação infelizmente
comum em Estados e em cidades sob domínio democrata, que fazem, de uns e de
outras, “santuários” para criminosos; o atentado no Quebec não foi “ignorado” -
Trump telefonou a Justin Trudeau oferecendo condolências e colaboração, e Sean
Spicer comentou o caso numa das conferências de imprensa na Casa Branca; o
actual presidente dos EUA não disse que tinha havido um ataque na Suécia “na
noite passada” - ele referiu-se, sim, a um documentário televisivo que vira na
noite anterior, e que revelava, ou relembrava, a onda de criminalidade (em
especial violações em série) que surgiu e foi crescendo devido à entrada maciça
de muçulmanos naquele país... aliás, curiosamente, poucos dias depois do
comentário de Trump, houve mesmo (mais) um motim em Estocolmo. Enfim, nem todos
conseguem ser imunes às “fake news”. ;-)»
A esta mensagem não recebi qualquer
resposta, tal como a outras três, mais breves e mais recentes, em que
perguntava porque é que o Público até então não mencionara uma única vez – e a
situação mantém-se – o julgamento, sob acusações de corrupção, de Robert
Menendez, senador por Nova Jersey do Partido Democrata… isto ao mesmo tempo que
se sucediam as peças sobre (e contra) Roy Moore, candidato do Partido Republicano
ao Senado por Alabama, alvo de acusações não provadas de assédio e assalto sexual.
O que não falta, no entanto e infelizmente, naquele jornal, e para além das
notícias… algo enviesadas, são os artigos de opinião bastante inflamados sobre
(e contra) decisões de Donald Trump e da sua administração. Por exemplo(s), dois
de Diogo Queiroz de Andrade (director-adjunto que talvez tenha apoiado a não
publicação do meu artigo), um sobre a reforma fiscal nos EUA, outro sobre o
reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, que demonstram, além dos
previsíveis preconceitos ideológicos (diminuir os impostos é mau, defender os
judeus é pior), a preocupação mínima e mesmo inexistente com os factos e até
com a mais elementar sensatez.
Todavia, e «felizmente», para «alívio» (temporário)
dos «flocos de neve» - portugueses e estrangeiros – que se «derretem» com
qualquer palavra ou acto do Nº 45, existe o projecto de uma série de animação que
tem como heróis, depois de devidamente «rejuvenescidos», Barack Obama e Joe
Biden, a viajarem pelo passado para combaterem o crime e a injustiça… e tendo
como vilão Donald Trump! Em última análise, nada que surpreenda: o
ex-presidente e o ex-vice-presidente nunca representaram mais do que
caricaturas de estadistas.
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