Caras
e caros leitora(e)s do Obamatório: acaso sentiam necessidade e/ou saudade de
mais uma selecção de alguns dos mais recentes, revoltantes e/ou risíveis
dislates de Chris Matthews? Não? Pois, eu também não… mas manda a exigência de
rigor e a preocupação pela sanidade proceder, com uma regularidade mínima, a
uma verificação (ou uma confirmação…) do estado mental (deplorável) dessa
autêntica personificação da parvoíce «progressista» na comunicação social que é
o apresentador do programa «Hardball». E como tal não era feito aqui há quase dois anos, eis então uma dose de «sillyness» do «estadista da MSNBC» suficiente
para alimentar toda e qualquer «silly season»…
…
E, como habitualmente, as atoardas dele podem ser divididas em duas «categorias»
principais: uma, «não há pior do que os republicanos»; outra, «não há melhor do
que os democratas». Quanto à primeira, as primárias para a nomeação do
candidato do PR à presidência forneceu a CM muito material para… divagação. Os
dois hispânicos na corrida eleitoral foram particularmente visados… e vilipendiados:
Chris Matthews interrogou-se sobre se alguém veria um debate hipotético apenas
entre «os dois gajos cubanos», e ambos se comportaram como «chacais» ao
atacarem Donald Trump. Porém, o seu desprezo por Ted Cruz mostrou-se bem maior
do que o por Marco Rubio: o senador do Texas «desfruta» (assim como Carly Fiorina) quando uma clínica que
pratica abortos é atacada, «opera abaixo do nível da vida humana», usou de
tácticas «mccarthistas» ao criticar Trump por este não pretender divulgar as
suas declarações de impostos, e foi como que «Joe McCarthy no seu pior» por
exigir que o seu rival de Nova Iorque (e que entretanto obteve mesmo a nomeação
e continua sem divulgar a sua declaração) revelasse uma conversa que tivera
com o New York Times.
Evidentemente,
a sua hostilidade contra os «elefantes» abrange outros alvos, individuais e
colectivos: criticou Chris Christie por se ter referido aos membros do ISIS
como «animais» - e sem dúvida que é ofensivo… para os animais; acusou Reince
Priebus de ter como objectivo principal «impedir os negros de votarem»; equiparou
os dirigentes do GOP aos mullahs do Irão por supostamente desprezarem a vontade
da maioria; e considerou que os republicanos «arruinaram a sua noite» (uma das noites) da
convenção realizada em Cleveland ao terem dado oportunidade a Patricia Smith,
mãe de Sean Smith (um dos assassinados em Benghazi), de discursar naquela e de
acusar Hillary Clinton – embora se deva realçar que é menos grave do que dizer
que se gostaria de bater nela (na Sra. Smith) até à morte; e como não podia
deixar de ser, eles são racistas até se mencionarem cidades que tenham uma
significativa percentagem da população constituída por minorias étnicas.
Quando
à segunda «categoria», a veneração de Chris Matthews pelos «burros» continua
forte e imaginativa: acredita que existe (que continua a existir) uma «vasta conspiração de direita» contra Hillary Clinton; afirmou que Barack Obama teve
de, enfim, «abanar o pirilau» («dick around») para conseguir a aprovação pelo
Congresso, em 2009, do seu programa de «estímulo» à economia; admitiu que ainda se sente excitado (na perna apenas?) pelos discursos de Barack Obama; e, no que
será uma das suas asserções mais inacreditáveis (e há muitas por onde
escolher), garantiu que «os republicanos odeiam Hillary» mas não pensa que «os
democratas odeiem Donald Trump»!
Os
lapsos cerebrais de Chris Matthews não se restringem, obviamente, a observações
desequilibradas sobre políticos dos dois principais partidos norte-americanos.
Na verdade, ele sempre consegue arranjar tempo para episódios especialmente
bizarros, tais como: revelar que estava a «sentir borboletas» no Iowa; e perguntar,
depois de outro atentado, porque é que o terrorismo «parece sempre envolver bombas». Porém, já não dá tanta vontade de rir a forte possibilidade – aliás,
quase certeza – de ele se ter servido da sua influência televisiva (por
reduzida que seja…) para apoiar a candidatura da esposa, Kathleen, a um lugar
de representante (pelo PD, obviamente) do Maryland… e de tal forma o
favorecimento foi ostensivo que a MoveOn promoveu uma petição para que ele
fosse despedido! É, por incrível que isso possa parecer, a um liberal nem tudo deve ser sempre permitido…
No
entanto, manda também a honestidade intelectual que se reconheça quando Chris
Matthews dá mostras de sensatez, de solidariedade e até – quem diria! – de empatia
para com um adversário ideológico. No caso, a mesma pessoa a quem ele chamou de «chacal», «mccarthista» e de «sub-humano»: sim, exactamente, o senador júnior do Texas,
depois de o seu progenitor ter sido envolvido, pelo milionário-candidato de
Nova Iorque com a ajuda do National Enquirer, no homicídio de John Kennedy. Matthews
disse a 3 de Maio último, quase três meses antes da convenção do Partido Republicano e seis da eleição, o seguinte: «Donald Trump cometeu um grande erro
hoje. (…) A resposta de Cruz foi pessoal e, acredito,
permanente. Ele
disse que é um mentiroso patológico quem diz algo como aquilo sobre o pai dele.
Esta pode ser a primeira vez em que simpatizo profundamente com um candidato
nesta corrida, e é Ted Cruz. Ninguém deveria ter a sua família arrastada desta
maneira para um tal assassinato de carácter. Penso que o Sr. Trump vai pagar
por isso em Novembro, por conservadores que vão recordar-se do que ele fez a outro
conservador.»
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