Caras e caros
leitora(e)s do Obamatório: acaso sentiam necessidade e/ou saudade de mais uma
selecção de alguns dos mais recentes, revoltantes e/ou risíveis dislates de
Alan Grayson? Não? Pois, eu também não… mas manda a exigência de rigor e a
preocupação pela sanidade proceder, com uma regularidade mínima, a uma
verificação (ou uma confirmação…) do estado mental (deplorável) dessa autêntica
personificação da parvoíce «progressista» na política partidária que é o
representante da Flórida pelo Partido Democrata. E como tal não era feito
aqui há quase seis anos (!), eis então uma dose de «sillyness» do
autodenominado «congressista com tripas» («congressman with guts») também suficiente para alimentar toda e
qualquer «silly season»…
… Que não
seria necessário apresentar se, depois de ter sido derrotado pelo seu rival republicano
Daniel Webster em 2010, ele tivesse reflectido e em definitivo desistido de se
dedicar à «coisa pública» e voltado à «vida civil». Mas não: um novo distrito
eleitoral (o 9º) foi criado naquele Estado, e em 2012 ele candidatou-se e venceu
a respectiva votação. Pelo que o Congresso voltou a «beneficiar» da sua
presença e da sua participação… em adicionais episódios embaraçosos. Como: afirmar
que a anexação da Crimeia pela Rússia constituiu «uma transferência de poder virtualmente sem derramamento de sangue», pela qual, aliás, os EUA deveriam
estar contentes («pleased»); assegurar que «o aborto não é homicídio»; troçar
de Marco Rubio por este ter proposto fazer de Setembro o mês dedicado à divulgação das doenças da espinal medula. Nada disto, por insultuoso que seja,
é verdadeiramente surpreendente para quem esteja a par das atitudes e dos
comportamentos de Alan Grayson no passado…
… Porém, já é
causa de algum espanto (ou talvez não…) a sua própria, privada «guerra à
mulher»: em Março de 2014 soube-se que ele havia sido objecto de uma queixa de violência doméstica pela sua então esposa (entretanto divorciaram-se), tendo aquela
recebido de um juiz da Flórida uma «temporary protective injuction», uma ordem
do tribunal proibindo ao então marido qualquer contacto com ela. Na verdade,
Lolita Grayson alegou que sofreu repetidos abusos físicos – dos quais existirão
registos policiais e hospitalares desde 1994 – durante o casamento de 25 anos
que a uniu ao controverso político… que, note-se, voltou a casar em Maio último,
e com uma mulher, Dena Minning, que agora concorre ao seu lugar em Washington –
o que poderá parecer insólito, mas adiante se explicará porque não é. Dois anos
depois o assunto ainda é melindroso o suficiente para Alan Grayson ameaçar um jornalista do Politico que teve a (infeliz?) iniciativa de lhe pedir um
comentário às acusações da sua ex - que ele nega veementemente.
A quem
perguntar se a situação de Alan Grayson poderia ficar pior depois disto, a
resposta é… sim, pode! Em Fevereiro último o New York Times revelou que Grayson leva(va) uma «vida dupla»: havia criado e geria um «hedge fund», isto é, um
fundo de protecção ou cobertura de risco, que, na prática, é um tipo de fundo
de investimento altamente especulativo que visa rentabilizar ao máximo os capitais
que lhe são confiados; enfim, algo contraditório para alguém que se destacara
por criticar «psicopatas gananciosos» à direita, nomeada e obviamente os irmãos
Koch; afinal, este «campeão dos progressistas» decidiu lançar-se em actividades
capitalistas a partir do «paraíso fiscal» das ilhas Caimão, com o «nada»
narcisista «Fundo Grayson» (posteriormente rebaptizado «Fundo Sibylline»…
sibilino?!), criado em 2013, e que procuraria lucrar de situações resultantes de
«desastres económicos, políticos e naturais», e em que numa das suas
comunicações de angariação usou a famosa frase da família Rothschild que diz «o
tempo de comprar é quando há sangue nas ruas»! Como não poderia deixar de ser,
esta revelação suscitou a instauração de um inquérito pelo Comité de Ética da Casa, que, num relatório apresentado em Abril, concluiu que há «razões substanciais
para acreditar» que AG violou leis federais e regras do Congresso por iniciar e
desenvolver esta carreira paralela ao seu cargo de político eleito. No entanto,
e comprovando – como se tal fosse necessário – que ele não tem o mínimo de vergonha
na cara e que a hipocrisia é a sua essência, reagiu à «bronca» com a imaturidade previsível e, posteriormente, teve a «lata» de (novamente) criticar Wall Street!
Em circunstâncias
normais, com pessoas normais, uma tal sucessão de situações escabrosas,
escandalosas, levaria o envolvido a demitir-se, a fugir, a talvez tentar refugiar-se
num (difícil) anonimato durante algum tempo… mas, todavia, não se está a lidar aqui
com pessoas normais. Alan Grayson não só se mantém no seu posto como quer
passar para um que está no patamar acima – e, lá está, «passar o testemunho» à
sua actual esposa; mais concretamente, quer vencer e substituir Marco Rubio. O «congressista
com tripas» quer ser o «senador com tripas»! Contudo, a sua (má) imagem até
junto dos seus «camaradas» é tal que Harry Reid apelou a que ele desistisse e
da corrida e, depois, disse-lhe pessoalmente que queria que ele perdesse! Em vez
de se encolher, Grayson ainda mais se empertigou: declarou que é detestado pelo
«establishment», pelas «elites corruptas» do Partido Democrata, sendo este uma
ferramenta para a lavagem de dinheiro a favor de grandes doadores. Nada como
uma (oportuna) «zanga de comadres» para se descobrirem (algum)as verdades…
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