Justifica-se
que eu faça um esclarecimento sobre porque é que não divulguei a publicação e a
apresentação (em Lisboa e no Porto) do novo livro de Germano Almeida,
intitulado «Por Dentro da Reeleição» - ao contrário do que fiz, em 2010, em relação ao anterior, e primeiro livro, do autor do blog Casa Branca, intitulado
«Histórias da Casa Branca».
Tal
não se deveu ao – previsível – carácter apologista, propagandístico, da obra,
autêntico exercício de adulação practicamente acrítica; cada um é livre de se
entregar à fantasia da sua escolha, livre dos factos (desagradáveis) que podem
estragar aquela. E também não se deveu, se não à cumplicidade, pelo menos à
conivência revelada por Germano Almeida – e também pelos autores dos blogs Era
uma Vez na América, Máquina Política, e outro – com a discriminação de que eu, e o Obamatório, fomos alvos por parte da TVI; foi desagradável, fiquei muito
desiludido, mas não foi isso que me levou a não ajudar à promoção da obra.
O
verdadeiro motivo é, tão simplesmente, este: correspondendo ao que já acontece
no seu próprio blog, o Germano escreveu o seu novo livro utilizando o abjecto, ilegal, inútil e ridículo «acordo ortográfico de 1990»… e eu não divulgo todo e
qualquer livro, seja ele de quem for, que esteja estragado por uma «ortografia»
concebida a partir dos delírios de alguns, poucos, pervertidos, e utilizada por
causa das debilidades de outros, infelizmente bastantes (mas não a maioria),
medrosos. Convém avisar, já agora, que o próprio Casa Branca poderá em breve
deixar de estar nos «Obséquios» (isto é, ter uma ligação permanente aqui)
exactamente pelo mesmo motivo. A ver vamos… Porém, «Histórias da Casa Branca» vai
continuar a estar presente (em imagem de capa e ligação para a página da sua
editora) no Obamatório; para mim, para todos os efeitos, é como se o seu
«sucessor» não existisse, pelo que não será substituído. Aliás, neste aspecto continuo a
fazer mais por ele do que o próprio autor, que nunca o colocou no seu blog…
No
entanto, não posso deixar de reparar, apenas nesta ocasião, em alguns aspectos
algo… insólitos relativos ao dito cujo livro. Antes de mais, o elogio feito por
José Gomes André – e impresso na própria capa! – de que «Germano Almeida é,
provavelmente, a pessoa que melhor escreve sobre os EUA em Portugal.» A sério?
Bem, é evidente que nunca esperei que ele dissesse, e escrevesse, isso sobre
mim, apesar de ser eu, obviamente, a pessoa que melhor escreve sobre os EUA em
Portugal… ;-) O que é surpreendente é que JGA não tenha atribuído tal «classificação» a um dos seus dois colegas de blog, Alexandre Burmester e Nuno
Gouveia. Enfim, ele lá terá a sua justificação (ou não)… Outro aspecto que me
causou surpresa, e estranheza, é o próprio título. Terá estado o autor
«infiltrado» na equipa de campanha de Barack Obama, ou contactado de perto com
os seus principais colaboradores, com o próprio candidato-presidente? Assistiu
aos seus comícios? Participou em análises e/ou em debates em instituições de
investigação e/ou em órgãos de comunicação social norte-americanos? Pois, eu diria que não… o «dentro», parece-me, refere-se à circunstância de ele ter andado pelos EUA
nas (duas? Três?) semanas anteriores à eleição de 6 de Novembro… Pela mesma «lógica»,
eu, que, claro, vivia em Portugal aquando do 25 de Abril de 1974 (tinha 9 anos,
e lembro-me do dia) e que fui uma testemunha ingénua (pelo menos pela
televisão) do PREC, também poderia, porque não, escrever um livro intitulado «Por Dentro da
Revolução»…
O
meu último comentário sobre este tema é relativo ao prefácio do livro, escrito
por Allan Katz, actual embaixador dos EUA em Portugal. Não surpreende, visto
que é um democrata (isto é, membro do Partido Democrata), mas esta participação
não pode deixar de ser assinalada, e eu reconheço-o, como um feito que tem algo
de notável; semelhante privilégio não tive eu em 2009, quando o então
embaixador do Reino Unido, Alexander Ellis, recusou o meu convite, e da minha editora, para estar presente na apresentação da minha tradução de «Poemas» de Alfred Tennyson. Todavia, «espero» que Germano Almeida tenha aproveitado a oportunidade
para explicar ao senhor embaixador Allan Katz, e convencê-lo, de que o inglês
que ele escreve é «arcaico» por ter tantas vogais e consoantes «mudas» e repetidas,
ter quase 20 ortografias, e usar o «obsoleto» ph em palavras como… pharmacy ou
physics. ;-))
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