Parece que há em Portugal alguém que ficou muito chocado com o
alegado «pior slogan de sempre», da autoria, ou responsabilidade, do
representante republicano do Texas Steve Stockman, e que, traduzido, lê-se «se os bebés tivessem armas não seriam abortados». Reconheça-se que, apesar de
compreensível e previsível por parte de um texano conservador, não será
propriamente um modelo de lógica e de bom gosto. Porém, nada mais é do que… um
slogan. E simbólico.
No entanto, se aquele slogan, de algum modo, correspondesse à
verdade ou a uma possibilidade, até que seria bom… para todas as crianças – e
sublinho crianças – que foram assassinadas por Kermit Gosnell, um «médico»
aborcionista que está em julgamento em Filadélfia por uma série de crimes que
fazem dele um dos maiores, e verdadeiros, monstros alguma vez acusados… talvez
mesmo o maior – e, logo, o pior – assassino em série de sempre; foi acusado de
oito homicídios, mas terão sido muitos, muitos, muitos mais. Este Kermit é um
«sapo» que nunca se tornará num príncipe. E aconselho a todos aqueles que se
queixam do «mau gosto» de uma frase de campanha eleitoral que leiam, que
conheçam, a lista de atrocidades, de crimes, de horrores, practicados por
Gosnell na sua «clínica», que incluem relatos de cortes com tesouras das
espinais medulas de bebés vivos, de pedaços de corpos a entupirem
periodicamente a canalização, e de uma colecção de frascos com pés lá dentro.
E, por mais que o tentem – inutilmente - negar, este caso
representa o culminar de um modo – pervertido – de pensamento e de prioridades,
o ponto mais baixo até onde pode descer a ideologia esquerdista, liberal e
«progressista», permissiva, que concebe a «pró-escolha» e o aborto como a
derradeira marca da «modernidade». Simultaneamente, não surpreende que a
lamestream media só nas últimas duas semanas tenha, finalmente, começado a reconhecer a existência deste caso – revelado há cerca de dois anos – e
começado a fazer, se bem que timidamente, a cobertura do julgamento. Uma
«jornalista» do Washington Post justificou a não cobertura do julgamento deste
autêntico carniceiro por se tratar apenas de um caso de «crime local». Mas então…
Trayvon Martin não foi um caso de «crime local»? E o «Joker» de Aurora? E
Newtown? Não foram todos casos de «crime local» que tiveram repercussão nacional por poderem ser - e foram - aproveitados por uma comunicação social ideologicamente comprometida?
Porquê esta relutância, este medo? Porque eles sabem, e
reconhecem, que Kermit Gosnell – que, ainda por cima, é afro-americano! – é a
corporização, o exemplo acabado – em mais do que um sentido – de como as suas
convicções, prenhes de cumplicidades envergonhadas e de silêncios
comprometedores, estão profundamente erradas. Por outras, e poucas palavras, é
alguém que destrói a sua narrativa, a sua «agenda». E esta insensibilidade
levada ao extremo, este chocante desrespeito pela vida humana – e pelas mais
indefesas das vidas humanas, a de bebés – encontra corporização e expressão em
pessoas como Melissa Harris-Perry, da MSNBC, que classifica os embriões como
«coisas», e que afirma que se, por acaso, aqueles se transformam em crianças,
estas pertencem «a toda a comunidade» e não só aos pais.
Não é, pois, também de admirar que aqueles que não hesitaram em
criticar, quantas vezes de uma forma vil, o médico afro-americano Benjamin
Carson – neurocirurgião afamado e prestigiado – por ser conservador, sejam
practicamente os mesmos que agora estão silenciosos relativamente ao «médico»
Kermit Gosnell. Carson salvou, e salva crianças, não as mata, mas é ele que foi chamado de «monstro»! Por não ser liberal e democrata, e, logo, por não ser um
(verdadeiro) «Tio Tomás» que não sai da «plantação» do partido dos racistas. Como
já escrevi aqui em Janeiro, há ainda muitos «Djangos» que não querem ser libertados.
Entretanto, a Casa Branca não tem comentários a fazer sobre este
assunto… mas o Sr. Hussein não teve problemas em comentar que Trayvon Martin
podia ser filho dele quando George Zimmerman – hispânico e democrata! – foi
vilipendiado como assassino racista daquele. As crianças que Gosnell matou não
poderiam ser filhos dele? Uma pergunta incómoda para a qual não convém dar
resposta quando se é a «estrela principal» da conferência anual da Planned Parenthood.
Por tudo isto, é de desejar «boa sorte» aos democratas que
quiserem utilizar Steve Stockman como exemplo de um republicano «radical e
extremista» para tentarem melhorar as suas hipóteses de recuperarem a Casa dos
Representantes. É que em resposta são capazes de «levar em cima», não com um
slogan, mas com uma imagem de um bebé atirado para uma sanita e a tentar sair dela.
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