sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Contradições culinárias

A alimentação é um assunto fundamental, para um indivíduo, para uma família... e para um país. Mais do que vital, é uma área estratégica. Pelo que se compreende que também a presidência dos Estados Unidos da América se preocupe, mais do que com a quantidade, com a qualidade daquilo que os seus concidadãos comem... e em especial os mais jovens.
Porém, não haverá algum... exagero, por parte da primeira dama Michelle Obama, em classificar a obesidade como uma «ameaça à segurança nacional», mesmo que os números disponíveis, a serem fiáveis, causem alguma inquietação? E ficará bem ao presidente Barack Obama apelar a que se consumam menos «batatas fritas e pizzas»? E aos dois tentarem condicionar as estratégias alimentares e empresariais de centros comerciais e de restaurantes? É certo que podem contar sempre com o «rosnar» desse «mastim raivoso» e fiel chamado Bill Maher, sempre à espera que os «donos» lhe atirem um «osso» como recompensa, mas, mesmo assim...
Sem dúvida que é louvável e meritório o incentivo a que se produzam e consumam mais frutas e legumes, e só fica bem à Casa Branca dar o (primeiro) exemplo com a sua própria «horta ajardinada». No entanto, não se estará perante, digamos, algumas... contradições culinárias (que inclusivé põem em causa... tradições gastronómicas) quando a própria Michelle Obama destaca (como algo positivo) que a cidade de Charlotte – por ocasião da escolha desta para albergar a convenção de 2012 do Partido Democrata – é conhecida também pelos seus «grandes churrascos»? (O que, afinal, até nem é verdade...) E quando a festa dada no Nº 1600 da Avenida da Pensilvânia durante a Super Bowl incluiu na sua ementa pratos tão «saudáveis» como cheeseburgers, pizzas, salsichas, vários tipos de batatas e molhos, gelados e cervejas? De facto, não têm faltado refeições multi-calóricas na residência presidencial.
Nesta como em outras áreas, parece que, de facto, a actual administração norte-americana tem «mais olhos do que barriga». Melhor seria simplesmente comerem... e calarem-se.

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