domingo, 27 de dezembro de 2020

Comandando nos comentários (Parte 4)

Mais cedo do que tem sido habitual (cerca de seis meses, em vez de um ano, depois da última «prestação de contas»), devido sem dúvida ao facto de 2020 ter sido um ano de eleição presidencial, e, logo, com bastantes mais textos na blogosfera sobre a política nos Estados Unidos da América a justificarem respostas e comentários da minha parte, eis o «rol» mais recente…
… Dos espaços na Internet onde deixei os meus «pareceres»: Corta-Fitas (um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito); Horas Extraordinárias (um, dois); MILhafre; O Insurgente; Malomil (um, dois, três, quatro, cinco, seis); Zap-Aeiou; Blasfémias; Máquina Política. Sobre temas que incluíram: os alegados defeitos, ou até «crimes», de Donald Trump e de Jair Bolsonaro, e a (injusta) equiparação deles a (verdadeiros) ditadores; com DJT tornou-se possível um sistema capitalista em que as desigualdades diminuem (e os menos qualificados tiveram ganhos salariais) e os (quase) monopolistas são desafiados; a continuada crença de algumas (demasiadas) pessoas nos principais órgãos de comunicação social dos EUA; a existência de muitos indícios, e até mesmo provas, de fraude eleitoral na votação de dia 3 de Novembro; novas, preocupantes, perigosas, mas sempre ridículas, demonstrações de racismo e de «politicamente correcto» além-Atlântico; a importância de recordar e recriar a História, em especial contra aqueles que a tentam apagar e destruir; diferenças na transição entre administrações presidenciais; Trump como o único com o poder e a vontade para efectivamente contrariar as ameaças vindas da China, e não só a pandemia.
O que continua a ressaltar – e a inquietar – em vários dos textos que vou lendo e comentando é, de facto, a excessiva confiança dos seus respectivos autores em relação ao que apreendem dos me(r)dia, tanto nacionais como estrangeiros. Um exemplo disso é dado por José Miguel Roque Martins, do Corta-Fitas, «alvo» frequente, nos últimos meses, das minhas (aparentemente falhadas) tentativas de esclarecimento: «Para mim, o respeito pelos pensamentos de outros não é incondicional; se os mesmos também passam pela crença em - e, pior, pela repetição de - mentiras, não me sinto na obrigação de ter e de mostrar respeito... E, no seu (e neste) caso, as... inverdades são várias e por vezes ridículas: acusações (contra Donald Trump) de “aumentar o déficite público para níveis estratosféricos”, “aumentar as desigualdades de rendimento reduzindo os impostos dos mais ricos” e “admitir injecções de lixívia” não são dignas de pessoas sérias, sensatas e bem informadas; garanto-lhe que não existem “organizações do Partido Republicano a publicar (?) anúncios contra ele”; aliás, todos os 10 pontos que enunciou acima ou são falsos ou não têm a gravidade que quer atribuir-lhes»; «E o Corta-Fitas conta entre os seus colaboradores com um “apoiante” de Joe Biden (“criatura do pântano” incompetente, corrupta e senil) e do Partido Democrata? Uma agremiação que se radicalizou tanto nos últimos anos que, em comparação, os “nossos” PCP e BE quase parecem “filiais” da Opus Dei? “Não foi a melhor das campanhas”? Pelo contrário, provavelmente foi a melhor, porque nunca terá sido tão grande o contraste entre a liberdade e o progresso que os republicanos preconizam, e a tirania e a depressão que os democratas preconizam»; «As evidências de fraude em 2020 - denúncias, testemunhos ajuramentados, documentos, análises de software - já são às centenas, quiçá milhares. Quanto a “qualquer outra”... o autor da “posta” nunca ouviu falar do que aconteceu em 1960 entre John Kennedy e Richard Nixon? Não, “os EUA não são propriamente uma república das bananas”. Porém, lá existem alguns “Estados das bananas”, ou, mais correctamente, algumas “cidades das bananas” como Atlanta, Detroit, Filadélfia e Milwaukee, precisamente aquelas onde as dúvidas e as suspeitas são agora maiores, e onde os democratas lideram, na primeira, desde 1880 (!), e, nas outras três, desde os anos 60 do século passado.»
Porém, se no Corta-Fitas ainda sou (por enquanto?) bem vindo, o mesmo já não acontece no Malomil: na verdade, António de Araújo, consultor de Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República, assessor do Tribunal Constitucional, professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, membro do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos, decidiu a 1 de Dezembro último «convidar-me» a não mais comentar naquele (seu) blog depois de uma série de contestações minhas a outras tantas – e pouco consistentes – afirmações suas. Sim, a intolerância, a insegurança intelectual e a censura por vezes manifestam-se de maneiras e em instâncias inesperadas.

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