(Uma adenda no final deste texto.)
O ridículo, e totalmente destituído de fundamento, processo de impeachment, impugnação, destituição actualmente em curso no Congresso dos Estados Unidos da América – e, na verdade, toda a campanha de «resistência» a Donald Trump desde que ele foi eleito – tem um carácter nacional, mas há um Estado em especial que se tem destacado, tanto no bom como no mau, tanto no melhor como no pior: a Califórnia.
O ridículo, e totalmente destituído de fundamento, processo de impeachment, impugnação, destituição actualmente em curso no Congresso dos Estados Unidos da América – e, na verdade, toda a campanha de «resistência» a Donald Trump desde que ele foi eleito – tem um carácter nacional, mas há um Estado em especial que se tem destacado, tanto no bom como no mau, tanto no melhor como no pior: a Califórnia.
Do já não tão dourado «golden state» vieram os
democratas que ocupam a «linha da frente» na – desleal – oposição ao
presidente: Nancy Pelosi, a actual speaker da Casa, que, após tentar evitar o
mais que podia dar autorização para que este triste espectáculo começasse
(porque ela sabe o que aconteceu quando Bill Clinton foi visado), lá cedeu às
pressões dos mais extremistas da sua pandilha, ao mesmo tempo que vai acusando
o presidente, sem quaisquer provas, de ser um «criminoso», um «impostor» que é «pior do que Richard Nixon» e que faz um «encobrimento» (cover up), deste modo dificultando ou mesmo
impedindo qualquer possibilidade de colaboração bi-partidária que beneficiasse
todo o país; Adam Schiff, o principal condutor do «shit show» no congresso com a
bênção de Pelosi, mentiroso compulsivo, sacana crónico, inquisidor de
meia-tigela que não hesita em fazer fugas selectivas para a imprensa, diminuir
ou mesmo eliminar os direitos – supostamente consagrados na lei e na prática –
da oposição para fazer perguntas, convocar testemunhas e apresentar provas; e ainda outros ajudantes menores mas não menos irritantes e charlatães como Eric
Swalwell, Jackie Speier, Maxine Waters e Ted Lieu.
Estes e outros «burros» melhor fariam em
preocuparem-se e em actuarem no sentido de melhorar a qualidade de vida do seu
Estado, que se tem degradado drasticamente nos últimos anos… devido às suas
próprias opções e decisões partidárias. Este é um assunto que também abordo no
meu artigo «Dias de um passado futuro», publicado ontem no Público a propósito,
principalmente mas não só, do filme «Blade Runner»: «A acção desenrola-se em
Los Angeles, em Novembro de 2019 – ou seja, e de certa forma, “agora”.
Comparando, em relação a este filme, e separadas por 37 anos, a ficção com a
realidade, o que encontramos? Para começar, a maior cidade da Califórnia – tal
como todo aquele Estado, na verdade – assemelha-se efectivamente a uma distopia
e é ameaçada por uma catástrofe ambiental, mas não uma que a envolve
continuamente numa escuridão chuvosa: pelo contrário, são os constantes
incêndios a maior preocupação, causados por uma deficiente gestão florestal e
por uma insuficiente manutenção de infraestruturas; tal como no filme, LA é
hoje cenário de uma multiplicidade de etnias e de estilos pessoais, embora uma
parte significativa seja constituída por uma crescente população de sem-abrigos
que originam quantidades cada vez maiores de lixo e de dejectos nas ruas – um
problema que também afecta São Francisco. E quanto às tecnologias? Os carros
voadores são uma obsessão de muitos desde há várias décadas, mas o projecto
recentemente divulgado e que estará a ser desenvolvido pela Boeing e pela
Porsche poderá eventualmente – devido, precisamente, à credibilidade daquelas
duas marcas – ser o que finalmente obterá sucesso, e permitirá aos milionários
e bilionários californianos (e a outros) mais facilmente evitar,
sobrevoando-os, os acampamentos de desalojados.»
Do extremo oeste também vieram, porém, alguns
homens – republicanos – que se têm mostrado atentos, firmes e convincentes na
defesa, mais do que do presidente, da verdade, da legalidade e da justiça, como
Kevin McCarthy, actual líder dos «elefantes» na Casa, e, principalmente, o
«nosso» Devin Nunes, luso-descendente que se tem revelado o mais constante e aguerrido «guerreiro» na denúncia e na desmontagem das conspirações e dos golpes
que os «burros» insistem em montar – tanto e de tal forma que o seu trabalho, e
o seu combate, esteve na base de um livro publicado este ano. Entretanto, e no
que representa uma outra instância da sua bizarra «bi-polaridade» que abordei
recentemente, Nuno Gouveia já elogiou, e mais do que uma vez, Nancy Pelosi,
chegando mesmo ao cúmulo de especular que ela poderia (ou deveria) ser presidente (!), enquanto, por outro lado, criticou, desvalorizou Devin Nunes.
Sim, NG prefere a caquética, contraditória, corrupta, hipócrita, incompetente
Pelosi – que mais se aproximaria em Portugal de um António Costa que ele tanto
invectiva – ao firme e de carácter inatacável Nunes – que, vendo bem, não se
distinguiria muito no nosso país de um Miguel Morgado que NG tanto enaltece.
O desprezo pelo luso-descendente californiano
não parece limitar-se a certos comentadores no Twitter: este ano a RTP produziu,
realizou e exibiu «VOTE - Portugueses na Política dos EUA», uma série documental sobre os descendentes de portugueses que
se destaca(ra)m na política norte-americana, e, curiosamente (ou talvez não), Devin
Nunes não foi um dos incluídos. Pelo que decidi enviar uma mensagem a Jorge
Wemans, actual Provedor do Telespectador da RTP, inquirindo, precisamente,
sobre o motivo de tal ausência, o que fiz no passado dia 21 de Novembro. Se receber
uma resposta divulgá-la-ei aqui, obviamente.
(Adenda - Recebi hoje, 9 de Dezembro, de Jorge Wemans, Provedor do Telespectador da RTP, resposta à pergunta que lhe enviei a 21 de Novembro. Transcrevo na íntegra (com erros ortográficos assinalados e corrigidos): «Exmo Senhor Octávio dos Santos, agradeço a mensagem que nos enviou. Inquiridos, os responsáveis responderam-me: "(...) o facto de não termos incluído o congressista Devin Nunes na série “Vote — Portugueses na Política dos EUA” se ficou a dever apenas à sua indisponibilidade para filmar connosco. Desde o início do projeCto que era nossa intenção inclui-lo na série, já que, como bem assinala o telespectador, ele é neste momento o luso-americano mais destacado na política americana. Foram feitos vários contactos com o seu gabinete no Congresso e houve mesmo um encontro pessoal entre a equipa de produção e o próprio congressista durante um evento da PALCUS em Washington DC, no qual Devin Nunes manifestou a sua disponibilidade para filmar connosco e participar na série. No entanto, posteriormente, nunca foi possível obter datas para as filmagens através do seu gabinete. Os seus assessores deverão ainda ter consigo um ou mais emails enviados por nós a esclarecer o que se pretendia com o projeCto. (...) Posso acrescentar que o mesmo sucedeu com dois outros congressistas californianos — Jim Costa e David Valadão. Com Costa, falei eu próprio durante um encontro em Nova Iorque com o ministro das Finanças português. A abertura de todos eles para as filmagens foi imediata, mas depois nunca foi possível acertar datas através dos respeCtivos gabinetes. Creio que há uma explicação bastante plausível para o sucedido. Todos eles são pessoas extremamente ocupadas, com uma agenda que não lhes deixa um minuto livre. Acresce que as filmagens seriam durante o ano de 2018, ano eleitoral em que os três procuravam a reeleição e a televisão portuguesa não é, como se compreende, a sua prioridade." Espero que a explicação obtida o satisfaça.»)
(Adenda - Recebi hoje, 9 de Dezembro, de Jorge Wemans, Provedor do Telespectador da RTP, resposta à pergunta que lhe enviei a 21 de Novembro. Transcrevo na íntegra (com erros ortográficos assinalados e corrigidos): «Exmo Senhor Octávio dos Santos, agradeço a mensagem que nos enviou. Inquiridos, os responsáveis responderam-me: "(...) o facto de não termos incluído o congressista Devin Nunes na série “Vote — Portugueses na Política dos EUA” se ficou a dever apenas à sua indisponibilidade para filmar connosco. Desde o início do projeCto que era nossa intenção inclui-lo na série, já que, como bem assinala o telespectador, ele é neste momento o luso-americano mais destacado na política americana. Foram feitos vários contactos com o seu gabinete no Congresso e houve mesmo um encontro pessoal entre a equipa de produção e o próprio congressista durante um evento da PALCUS em Washington DC, no qual Devin Nunes manifestou a sua disponibilidade para filmar connosco e participar na série. No entanto, posteriormente, nunca foi possível obter datas para as filmagens através do seu gabinete. Os seus assessores deverão ainda ter consigo um ou mais emails enviados por nós a esclarecer o que se pretendia com o projeCto. (...) Posso acrescentar que o mesmo sucedeu com dois outros congressistas californianos — Jim Costa e David Valadão. Com Costa, falei eu próprio durante um encontro em Nova Iorque com o ministro das Finanças português. A abertura de todos eles para as filmagens foi imediata, mas depois nunca foi possível acertar datas através dos respeCtivos gabinetes. Creio que há uma explicação bastante plausível para o sucedido. Todos eles são pessoas extremamente ocupadas, com uma agenda que não lhes deixa um minuto livre. Acresce que as filmagens seriam durante o ano de 2018, ano eleitoral em que os três procuravam a reeleição e a televisão portuguesa não é, como se compreende, a sua prioridade." Espero que a explicação obtida o satisfaça.»)
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