Que
fique desde já informado, esclarecido, anunciado: é de Barack Obama a frase
mais estúpida de 2016. E não é apenas por neste último ano da sua presidência
eu ter decidido que ele, retoricamente, se iria despedir, «em beleza»… na
verdade, mais «em tristeza»: de facto, é mesmo dele a afirmação mais absurda,
mais ilógica, mais ofensiva, que foi proferida, no ano passado, no âmbito da
actualidade política dos EUA. E como foram várias, para além da «vencedora», as
inanidades que ele proferiu, a sexta e última (?) edição desta rubrica no
Obamatório, desde 2012 a abrir Janeiro neste blog, vai ser inteiramente
dedicada ao (ainda) comandante-em-chefe, a apenas 10 dias de abandonar,
finalmente, a Casa Branca (mas não Washington)…
…
E pode-se começar por aquelas que, em si mesmas, literalmente, não são efectivamente
tão ridículas assim, mas que acabam por o serem ao denotarem e defenderem
qualidades e valores que ele próprio não tem e/ou não segue. Algumas das mais
descaradas nesse âmbito foram ditas durante a campanha presidencial, e já haviam sido aqui referidas. Barack Obama
instou a que os republicanos «pagassem o preço» de causarem «bloqueio» («gridlock»),
ou seja, de exercerem os seus normais direitos de oposição; acusou DJT,
imagine-se, de não respeitar a Constituição por (supostamente) ameaçar encerrar
jornais que não dizem o que ele gosta, prender oponentes ou discriminar pessoas
de diferentes crenças – tudo actos, note-se, que ele próprio e a sua
administração fizeram, ou tentaram fazer, nos últimos oito anos. Segundo o Sr.
Hussein, o seu sucessor não conhece verdadeiramente o documento
fundamental do país, e empola a sua própria capacidade em relação à dos seus colaboradores –
algo de que BHO também é «culpado». Sobre a intervenção de James Comey e do FBI
durante a campanha, o (ainda) comandante-em-chefe assegurou que «não operamos com base em insinuações» (a sério?!). Garantiu que nunca pensou que
a república estaria em risco se John McCain ou Mitt Romney tivessem sido
eleitos – embora a
propaganda dos democratas em 2008 e em 2012 desse a entender o contrário.
Queixou-se de que Donald Trump «gasta(va)» muito tempo junto de celebridades» (acaso não há outro homem - um presidente
ainda em funções – notório por isso?); alvitrou que Vladimir Putin é «compincha («buddy»)
daquele – mas quem é que prometeu maior «flexibilidade» ao actual presidente da
Rússia?
Mais frases
estúpidas ditas pelo Nº 44 em 2016 que constituem hipócritas demonstrações de
projecção: «se (os candidatos republicanos) querem ser presidente, têm de começar a agir como presidente»; «estou mesmo cansado de ouvir algumas pessoas falarem mal dos militares americanos». Outras, mais do que estúpidas, são pura
e simplesmente ridículas… e falsas: «quase todos os países na Terra vêem a América como mais forte e mais respeitada hoje do que há oito anos»; «nos últimos oito anos nenhuma organização terrorista estrangeira planeou e executou com sucesso um ataque na nossa pátria» (é provável que os habitantes, entre
outros, de Orlando e de São Bernardino discordem); «não penso que ela (Hillary Clinton) foi tratada justamente (pela comunicação social) durante a eleição»;
«estou muito orgulhoso do facto de, batamos em madeira, nós deixarmos esta administração sem um escândalo significativo»; «isto (acordo com o Irão) é um sucesso da diplomacia»; «não estamos perante quaisquer ameaças existenciais»…
… O que é incorrecto, não só por existirem, efectivamente, verdadeiras ameaças existenciais,
mas também por Barack Obama e os seus apaniguados terem passado quase todo o
período da sua presidência a alertarem para uma «ameaça existencial»…
inexistente: as «alterações climáticas». Obsessão que também proporcionou
algumas bem estúpidas «flores de retórica»: «se tu vês o oceano a subir pelas ruas como podes negar o que está em frente de ti?» (sobre uma eventual, ou
inexistente, inundação em Miami, que sem dúvida o «Messias» conseguiria parar,
pois foi o que prometeu quando foi eleito em 2008); «quando os cientistas nos dizem que o planeta está a ficar mais quente, vamos fazer algo quanto a isso, porque não queremos que Manhattan fique debaixo de água» (BHO a pensar que o
filme «O Dia Depois de Amanhã» era um documentário); «nós podemos curar o cancro, mas se as temperaturas subiram dois, três graus à volta do planeta, quatro graus, e os oceanos estão a subir, vamos ter mais problemas do que aqueles que a ciência médica pode curar».
Para aqueles
que pensam que a frase mais estúpida só pode ser uma em que se diz que uma
eventual cura do cancro seria irrelevante no contexto (imaginativo) de um
aumento de temperatura e de uma subida de marés, eu digo… que estão enganados.
A declaração mais estúpida de 2016, dita por Barack Obama, tem como tema outra
obsessão muito cara (em mais do que um sentido) e muito querida dos democratas:
o controlo de armas. «Apreciem-na»
na sua «plenitude», em todo o seu «esplendor» de falta de inteligência, de
insulto à sensatez, e de pura e simples mentira: «nós inundamos as comunidades com tantas armas que é mais fácil para um adolescente comprar uma Glock do que pôr as mãos num computador, ou mesmo num livro». É de acrescentar que tal
«monumento» à demagogia mais descarada foi «erigido», para agravar a situação, numa
cerimónia de homenagem, realizada em Dallas a 12 de Julho, a cinco polícias
mortos por um só assassino, e onde o Sr. Hussein se mostrou prolífico em falsas asserções e comparações. Aliás, ele reconheceu recentemente que o seu maior «falhanço» enquanto presidente foi não ter assegurado um maior (ou o completo?) gun
control. E ainda bem!
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