É
do conhecimento (quase) geral e comum, uma infeliz curiosidade (mais ou menos)
histórica: diz-se que em Constantinopla (actual Istambul), não muito antes da
tomada daquela cidade em 1453 pelos muçulmanos, vários dos líderes da cidade,
religiosos e não só, gastavam grande parte do seu tempo e do seu esforço em
fúteis discussões teológicas – em especial sobre se os anjos teriam sexo(s) ou não – em vez de mais e melhor contribuírem para a defesa daquela que era então
a capital do império romano (e cristão) do Oriente, e que, após a derrota,
passou a ser a mais importante urbe do império otomano e dos seguidores de
Alá…
…
E é difícil não pensar neste episódio (lendário?) do passado quando se observa
o que ocorre presentemente nos Estados Unidos da América sob (ainda) a
liderança de Barack Obama. Porém, há uma diferença, e não é assim tão
pequena: neste caso não existe qualquer dúvida de que a actual administração –
e os órgãos de comunicação social que, mais ou menos abertamente, a apoia –
prefere impor as suas noções de «género», de «identidade sexual» ao país (e sem
discussão…) em vez de responder decisivamente às continuadas ameaças dos extremistas
islâmicos. Na verdade, parece que do outro lado do Atlântico os atentados terroristas se estão a tornar, se não diários, pelo menos semanais ou quinzenais – alternando, ou até mesmo coincidindo, com motins raciais. E não
são apenas os que causam mortos e/ou feridos, como os levados a cabo por Ahmad Rahami (afegão naturalizado, em Nova Iorque e em Nova Jérsia), por Dahir Adan
(somali, no Minnesota) e Arcan Cetin (turco, em Washington, que, apesar de estrangeiro, votou por várias vezes… e depois os «burros» afiançam que não
existe fraude eleitoral!): «incidentes» menos graves como o ocorrido numa
estrada da Califórnia a 1 de Outubro, quando um veterano foi abalroado por um muçulmano, a mais de 150 quilómetros por hora e «em nome de Alá», fazem recear
qual é, e qual poderá ser, a verdadeira dimensão de uma jihad que, efectivamente, já se
desenrola, latente ou manifesta, de costa a costa.
As
reacções, as respostas dos democratas, progressistas e liberais, ao acumular
destas ocorrências não mudaram. Ainda recentemente (foi a 23 de Agosto), Joe
Biden garantiu – repetindo, aliás, o que Barack Obama já dissera – que o terrorismo não é uma «ameaça existencial». Não é de crer que as vítimas (e os familiares
destas) dos ataques acima referidos, perpetrados, poucas semanas depois, por
adeptos de Maomé em quatro Estados dos EUA concordem com tal asserção. Nem com
a afirmação de John Earnest, porta-voz da Casa Branca, feita na MSNBC, após os
atentados dos dois lados do rio Hudson, de que, com o ISIS, «de alguma maneira, esta é de facto apenas uma guerra de narrativas»! Poucas horas depois, Martha
MacCallum, da Fox News, perguntou-lhe se as pessoas que haviam ficado com
«estilhaços nos ombros» (quando não com balas e feridas de facas em outras
partes do corpo) não teriam dificuldade em aceitar que tudo se resumia a
«narrativas». Entretanto, em Minneapolis, e logo após o crime cometido por
Dahir Adan, tanto a mayor Betsy Hodges como o jornal Star Tribune se
pronunciaram, alertando contra a… islamofobia. Esta atitude foi também a tomada em Nova Iorque por Bill de Blasio, que, além disso, se pronunciou – em artigo de opinião escrito e assinado juntamente com os socialistas Anne Hidalgo e Sadiq Khan, respectivamente presidentes das câmaras de Paris e de Londres
(cidades que já foram igualmente alvo do terrorismo islâmico) – a favor do
aumento do número de imigrantes muçulmanos, com poucas ou nenhumas restrições.
O
mayor da «Grande Maçã», não surpreendentemente, tem sido ainda um dos mais
destacados «participantes» na moderna discussão do «sexo dos anjos», que nas
mentes dos esquerdistas norte-americanos tem preponderância em relação a outros
problemas e temas mais candentes: em Maio último ficou a saber-se que ele
decidira multar as empresas da cidade – em especial estabelecimentos comerciais
abertos ao público – cujos funcionários não se dirigissem aos clientes pelos «pronomes de género» adequados! Obviamente, há outros exemplos extremos em absurdo nesta
área. O Departamento de Habitação e de Desenvolvimento Urbano pretendia que
«transgéneros» pudessem pernoitar nos lares para sem-abrigos da sua escolha –
ou seja, homens que se identificam como mulheres poderiam dormir ao lado de
mulheres, e, se estas reclamassem, seriam ignoradas (há que não esquecer que os
«azuis» costuma(va)m mostrar-se muito preocupados com a existência de uma alegada «rape
culture» nas universidades). E, nas Forças Armadas, continua a emasculação: a
Marinha anunciou em Setembro que todos os seus membros irão receber «educação de comportamento transgénero», antecipando e preparando a admissão de
indivíduos em transição sexual em Julho de 2017; e, também no passado mês, o
Pentágono anunciou que irá pagar, aos militares que o solicitarem, operações de mudança de sexo.
Prova
adicional de que as confusões… perdão, opções identitárias estão no topo das
prioridades dos democratas é a circunstância de até o candidato deles a
vice-presidente parecer estar… afectado. Tim Kaine – que, como se ecoasse os
bizantinos de há quase 600 anos, também não acha que a ameaça muçulmana aumentou
desde que o Sr. Hussein é presidente – revelou, no debate (da passada
terça-feira) com o seu homólogo no GOP Mike Pence, que o seu papel principal
será o de «right hand person» de Hillary Clinton. Assumindo-se desde já como
uma «pessoa» e não como homem, será provável que, no futuro, veremos o senador
da Virgínia de vestido e a querer entrar nos balneários para senhoras?
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