Não
será tão exagerado assim afirmar que as frases mais estúpidas de cada ano,
politicamente, nos Estados Unidos da América foram ficando cada vez mais estúpidas à
medida que se avançava pelo mandato presidencial (agora prestes a entrar - finalmente! - nos
últimos 12 meses do segundo termo) de Barack Obama. E a estupidez,
evidentemente, é um reflexo e uma consequência da agressividade dos democratas
perante a crescente erosão eleitoral do seu partido e a incerteza quanto ao
desfecho da votação para presidente, que ocorrerá no próximo mês de Novembro.
Incerteza essa, para eles, agravada por a sua candidata principal, Hillary
Clinton, ter tantas debilidades que um novo triunfo para os «burros» é cada vez
mais duvidoso…
…
Pelo que de «criatividade» - e de imbecilidade – nas palavras não tem havido
escassez. Assim, nas «finalistas» para a afirmação mais estúpida de 2015 há,
novamente, uma considerável diversidade; porém, e o que também não surpreende,
vários dos «protagonistas» (pelos piores motivos) são «repetentes». Desde logo,
nada mais nada menos do que três «vencedores» anteriores estão novamente
presentes: Debbie Wassserman Schultz, que triunfou em 2011, disse que os
candidatos a presidente pelo Partido Republicano estão «dizendo “sim, vamos correr com as mulheres e com os imigrantes para fora deste país, vamos tirar os cuidados de saúde às mulheres”»; Chris Matthews, que triunfou em 2012, disse
que «não estou certo de que “hispânico” seja a palavra indicada para eles (Marco Rubio e Ted Cruz), porque são nacionais cubanos ou seja lá o que for, ou vêm de Cuba», e, depois, e especificamente sobre o senador do Texas, especulou
sobre «o horror de este país possivelmente ser liderado por Cruz, um inimigo do Estado»; Paul Krugman, que triunfou em 2014, disse que «existe um nível de abertura na esquerda para, pelo menos, reconhecer que existem outros pontos de vista, nível esse que não é simétrico à direita».
Bojardas
bem idiotas, sem dúvida, mas não o suficiente para lhes dar pela segunda vez o
«troféu» tão «cobiçado». Melhor teria sido, talvez, eles orientarem a bazófia
para a temática das «alterações climáticas» e do «aquecimento global», onde
quase diariamente se estabelecem novos máximos de estupidez ou de pura e
simples loucura. Barbara Lee (representante da Califórnia, obviamente!),
apresentou uma proposta de resolução na qual afirma que «as mulheres enfrentarão desproporcionalmente os impactos danosos das alterações climáticas, e, com recursos sócio-económicos limitados, poderão estar vulneráveis a situações tais como trabalho sexual, sexo transaccional e casamento prematuro, que as colocam em risco de contrair HIV e (outras) doenças sexualmente transmissíveis, gravidez não planeada e pobre saúde reprodutiva»; Joe Biden, que disse que todos
os que negam a existência de alterações climáticas, e em especial os
republicanos, «também negam a (existência de) gravidade»; Jerry Brown, que
acredita que a situação é tão má, tão preocupante, que «estamos a falar sobre extinção»; e Martin O’Malley, para quem as alterações climáticas «criaram os sintomas, ou as condições de pobreza extrema que levaram à expansão do ISIL e a esta violência extrema».
Outra
«categoria» (ou falta dela) em que habitualmente se «apuram» muitas candidatas
à frase mais estúpida é a da – eufemismo! – «descrição mais desfavorável» de
republicanos e de «right-wingers», e do que eles pensam, dizem, fazem… ou
tentam fazer. Neste âmbito 2015 viu serem proferidas «pérolas» verbais como: «se vamos começar a denunciar por extremismo grupos religiosos e políticos, podíamos começar em casa com os republicanos», de William Saletan (que «escreve»
para a Slate); «desejo que existisse um Partido Republicano que fosse efectivamente à procura dos votos de afro-americanos e que, tipo, não fosse racista», de Eugene Robinson (que «escreve» para o Washington Post); «a Loretta Lynch, a primeira mulher afro-americana a ser nomeada para (o cargo de) procurador(a)-geral, é-lhe dito para se sentar na traseira do autocarro quando se trata do calendário do Senado», de Dick Durbin, senador do Illinois; «existe uma diferença de vileza (“vileness gap”) que se está a desenvolver entre os nossos partidos políticos, eles não falam desta maneira no Partido Democrata, e isto não é um comentário partidário, é uma examinação do registo e da retórica», de Jonathan Alter (que «escreve» para o Daily Beast); «(Estou) Agora a caminho do chão do Senado para discutir a horrífica proposta de lei, que proíbe abortos depois de 20 semanas, que o GOP quer que votemos amanhã», de
Elizabeth Warren, senadora do Massachusetts, que, tal como Barack Obama, Hillary Clinton, Wendy Davis e muitos outros «liberais» e «progressistas», não se opõe a que uma interrupção voluntária da gravidez possa ser feita inclusivamente aos nove meses.
Uma
área de estupidez em expansão é a que desvaloriza e despreza os EUA e os
norte-americanos em geral e, em simultâneo, valoriza o(s) estrangeiro(s), com
destaque para imigrantes – em especial se forem ilegais – e «refugiados». Nesse
(perigoso) sentido se dirigiram, em 2015: Bill Richardson, com «Kim Jong-un tem sido vítima de muita má imprensa, de muita má atenção internacional»; Bill de
Blasio, com «não queremos que quaisquer dos nossos conterrâneos nova-iorquinos se sintam como cidadãos de segunda classe, não queremos que eles se sintam deixados de fora» (sim, o mayor da «grande maçã» falava dos ii’s a quem decidiu
atribuir cartões de identificação); Jared Polis (representante do Colorado),
com «este congresso republicano está a levar-nos para uma América onde, qualquer dia, poderá haver mais pessoas aqui ilegalmente do que as que estão aqui legalmente»; Trevor Noah, com «eu não diria que (os EU d)a América são um país de supremacia branca, mas acredito que sofre de um nível de segregação racial institucionalizada» (ou seja, o sul-africano e substituto de Jon Stewart na apresentação
do «The Daily Show» crê que nos EUA existem ainda áreas, casos ou instâncias em
que o racismo é legal… mas não deu quaisquer exemplos); Dana E. Abizaid (que
«escreve» para a Salon), com «nós (os americanos) somos os terroristas no Médio Oriente, e a nossa comunicação social cúmplice nunca dirá a verdade». Decorrente
e/ou contígua ao anterior é o (novo?) sub-género de estupidez específico do
ódio à polícia, fomentado e/ou corporizado grandemente pelo movimento «Black
Lives Matter», e nele se destacaram (que «surpresa»!) dois apresentadores da MSNBC, que propuseram
basicamente o mesmo embora com palavras diferentes: Ed Schultz, «que tal desarmar a polícia?»; e Alex Wagner, «existem questões mais abrangentes, que abordaremos depois, sobre se policiar de todo (isto é, existir polícia) é ou não apropriado».
Entretanto,
e evidentemente, nunca faltam (estúpidos) exemplos para o segmento «coisas
incríveis, até inacreditáveis, que Barack Obama disse, e que outros disseram
sobre ele e/ou a sua presidência». Atente-se em: David Axelrod a dizer «estou orgulhoso pelo facto de, basicamente, termos uma administração instalada há seis anos e na qual não houve um grande escândalo, o que diz muito sobre as suas estruturas éticas»; e Eric Holder a dizer (despedindo-se dos seus
subordinados ao deixar de ser procurador-geral) «penso que daqui a 50 anos, ou talvez mais cedo do que isso, as pessoas olharão para o trabalho que todos vocês fizeram e dirão que esta foi outra idade de ouro (do Departamento de Justiça)». Por seu lado, o ex-chefe dos dois não dá sinais de ter debelado os
seus delírios megalómanos, narcisistas… e imbecis. É vê-lo e ouvi-lo (e lê-lo):
a declarar-se «profundamente dedicado a proteger este direito constitucional fundamental»… o do aborto (!!)… e, supostamente, ele é especialista em Direito
Constitucional (e mostra-se renitente à intrusão do governo federal nas decisões
pessoais neste âmbito, quando… é exactamente isso o que o «ObamaCare»
constitui); a ufanar-se (perante crianças) de que (precisamente!) «lembrei-me de inventar coisas como os cuidados de saúde»; a avisar que «ao longo do próximo ano vão ouvir muitas promessas de muitas pessoas, que vão fartar-se de fingir» (olha quem fala… «apenas» o vencedor da «mentira do ano 2013»); e a
garantir (a Vladimir Putin?) que «o que eu não estou interessado em fazer é em posar ou em perseguir qualquer noção de liderança americana ou de América vencendo, ou de quaisquer outros lemas que eles se lembrem de arranjar»… sim,
não é novidade que o Sr. Hussein não (nunca) teve como objectivo principal o
fortalecimento do seu (?) país.
Por
muito lamentáveis que sejam – e são – estas (e outras) declarações do Nº 44,
não é ele, no entanto, o «agraciado» com o «prémio» de «a mais estúpida (frase)
de 2015». Quem o conseguiu foi… (rufar tambores) Hillary Clinton! Na verdade,
a esposa de Bill constituiu-se no ano passado como uma autêntica «categoria de
estupidez» unipessoal e ambulante. E qual foi a atoarda que lhe deu o triunfo? Não
foi «a cada sobrevivente de um assalto sexual… tem o direito de ser ouvida, tem o direito de ser acreditada, estamos consigo» («nada» hipócrita, vindo de quem
atacou as amantes e as vítimas de assédio do marido); não foi «as alterações climáticas constituem uma das razões para a crise de refugiados da Síria»
(concorda, pois, com os seus «rivais» na nomeação democrata, Bernie Sanders e Martin O’Malley); não foi (mas até que podia ser…
esta ficou em «segundo lugar») «os muçulmanos são pessoas pacíficas e tolerantes e nada têm a ver, de todo, com o terrorismo»…
…
Mas, sim, foi «a ideia de que são necessárias mais armas para parar pessoas que estão a cometer tiroteios em massa é não só ilógica mas também ofensiva». Recordo:
para obter a «distinção» de «mais estúpida» uma frase não deve apenas ser ridícula,
hilariante, sem razoabilidade, assentar em falsidades e em mentiras, mas ainda, se
concretizado o «pensamento» que lhe esteve na origem, poder eventualmente
conduzir a situações potencialmente perigosas. Acredito que «a mais estúpida de
2015» preenche aqueles (lamentáveis) requisitos.
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