sábado, 28 de novembro de 2015

Fazer as vidas negras

(DUAS adendas no final deste texto.)
Imaginem que um grupo de estudantes universitários norte-americanos tornava público o seu desagrado por os protestos que tinham vindo a fazer – a propósito de algo que, eventualmente grave (na verdade, nem por isso), não implica(ra) porém perda de vidas – terem sido preteridos, em termos de cobertura mediática, pelos recentes atentados terroristas em Paris. Custa a crer, não é? No entanto, foi precisamente isso que aconteceu na Universidade do Missouri…
… Que constitui, desde há várias semanas, o principal foco difusor da «vertente académica» do «Black Lives Matter», movimento que, tomando como pretexto(s) alguns casos – mediaticamente empolados – de mortes de afro-americanos por polícias, pretende combater o alegado racismo que tais mortes têm implícito através da disseminação de… um autêntico racismo, mas de direcção contrária, de negros contra brancos. Racismo esse que se tem expressado, principalmente nas ruas e nos campus universitários mas não só, não apenas em palavras – em exigências absurdas, em insultos e em ameaças – mas também em actos, em agressões – e em que os alvos «privilegiados», além de quaisquer brancos, são também os negros conservadores.  Escusado será dizer – mas eu digo na mesma – que a «inclinação» político-partidária dos manifestantes é para a esquerda… mas para uma esquerda radical, assustadoramente semelhante e reminiscente de movimentos de outras épocas e de outros lugares, de totalitarismos que advogavam a restrição ou a supressão da liberdade de expressão, a «reeducação» dos que «não seguem a linha», dos que são apanhados «em falta» e que admitem as suas «culpas», e, em casos extremos, a prisão e a eliminação física. A Roger L. Simon e a Bill Maher, homens situados em campos ideológicos opostos, ocorreu-lhes ambos a China como ponto de referência…
O Partido Democrata só pode estar «orgulhoso»: conseguiu tornar (muit)os negros tão racistas como os brancos do KKK… ou seja, tem, teve, os extremos de ódio racial nas suas fileiras. É o resultado inevitável, previsível, de anos, décadas, de doutrinação de radicalismo, de relativismo moral, de multiculturalismo, promovida, ministrada, por ex-hippies que encontraram refúgio da realidade nas escolas e nelas procuraram criar, ou pelo menos (continuar a) conceber, utopias. E os seus alunos são como que «criaturas de Frankenstein» que, literalmente, e numa espécie de «justiça poética», estão a colocar em perigo os seus «criadores»… embora, infelizmente, não só, pois põem em causa toda a coesão e coexistência entre comunidades na sociedade norte-americana. O de 2015 foi um «Verão quente» nos EUA que se prolongou pelo Outono, um «PREC» (Processo Revolucionário Em Curso) «à americana» que, todavia, mais não é, no fundo, do que uma continuação – muitos dos protagonistas, dos incitadores, são os mesmos – do «Occupy Wall Street». Os radicais têm que estar sempre a protestar, e, eventualmente, também a destruir…
A lista de incidentes, entre o ridículo e o revoltante, que a seguir se apresenta, está, infelizmente, longe de ser exaustiva: em Boston, brancos são excluídos de participarem num fórum do «Black Lives Matter»; na Universidade de Rutgers, uma professora (negra) considera que todas as pessoas brancas representam «a face da opressão»; na Universidade de Cleveland, activistas do «BLM» impediram um jornalista (branco) de fazer o seu trabalho; no Gabinete de Recenseamento (um organismo federal) em Washington, um escritor e activista social controverso (e negro) foi pago para fazer uma conferência de cariz conspirativo e racista; no Texas, membros dos New Black Panther Party ameaçaram polícias do condado de Waller… duas semanas antes de um agente da autoridade daquele Estado ser assassinado; na CNN, um activista do «BLM» disse que «todas as vidas importam» (em oposição a que apenas as «vidas negras importam») é uma «declaração violenta»; no Maryland, um homem foi preso por, na sua conta de Twitter, apelar a que se matassem todos os brancos da sua cidade; no Wisconsin, Gwen Moore, representante democrata daquele Estado, acusou Scott Walker, governador do mesmo, de estar a «apertar a corda, literalmente, à volta dos pescoços dos afro-americanos»; em Nova Iorque, uma professora (branca) de uma escola de Long Island colocou um processo em tribunal contra o agrupamento escolar a que aquela pertence por os respectivos responsáveis não terem punido um aluno (negro) que a ameaçara violar; na Universidade da Pensilvânia, uma professora (negra) chamou a Ben Carson «escarumba («coon») do ano»; em Seattle, dão-se aulas de yoga reservadas a afro-americanos; em St. Louis, activistas do «BLM» entoaram ameaças de morte a polícias durante uma manifestação… escoltada por polícias; na Universidade do Missouri, estudantes houve que se segregaram a eles próprios, neste caso por vontade dos afro-americanos; na Universidade do Minnesota, a assembleia de alunos votou contra a realização de uma homenagem às vítimas do 11 de Setembro de 2001 por isso poder representar uma demonstração de «islamofobia»; na Universidade de Dartmouth, estudantes negros invadiram a biblioteca daquela e incomodaram estudantes brancos que lá se encontravam, não só através de insultos mas também de empurrões, fazendo chorar alguns dos colegas.  
Como reagir, como responder, a tanta histeria, a tanta idiotice, e, pior, a tanta violência, apenas latente ou até declarada? Do lado da direita, dos conservadores, do Partido Republicano, condenando com clareza, com firmeza, tal como o fizeram, por exemplo Ted Cruz e Scott Walker, e até com alguma dureza, tal como foi feito por (apoiantes de) Donald Trump… embora nunca se deva esquecer de que se está perante agitadores racistas capazes de passarem da agressão verbal à física. Do lado da esquerda, dos «progressistas», do Partido Democrata, capitulando, apoiando, por cobardia, conveniência e/ou convicção, tal como o fizeram, por exemplo, Bernie Sanders, Martin O’Malley e Valerie Jarrett, que recebeu representantes do «BLM» na Casa Branca, assim dando-lhes credibilidade e mesmo legitimidade. Também não ajuda a que os ânimos se acalmem que «activistas de gabinete», supostos «intelectuais» como Charles Blow, Marc Lamont Hill – este em uma, duas e três ocasiões, entre outras – e Theodore R. Johnson – que propõe que os votos dos negros valham mais que os dos brancos! – continuem a alimentar a falsa narrativa da vitimização dos afro-americanos, da (suposta) contínua conspiração contra eles e da necessidade de «reparações». Do lado dos «liberais» uma das poucas vozes sensatas continua a ser Alan Dershowitz, que, perante este panorama, não hesita em afirmar que «o nevoeiro do fascismo» está a descer sobre as universidades, e, deste modo, igualmente sobre toda a sociedade norte-americana.                  
Quando se chega ao cúmulo de ver democratas – extremistas entre extremistas, mas democratas – exigirem «o apagamento da História» de presidentes como Thomas Jefferson e Woodrow Wilson, tem-se a certeza de que a situação se tornou (definitivamente?) surreal. Os membros do «Black Lives Matter» apenas estão a fazer as vidas negras a eles próprios... e a muitos outros.
(Adenda – O fim-de-semana de Acção de Graças foi – negativamente – marcado em Chicago por violentos protestos contra a morte de (mais) um negro por um (polícia) branco… que, note-se, foi acusado de homicídio e se encontra detido, a aguardar julgamento. Porém, não é habitual ver semelhantes iniciativas sobre – e contra – o chamado «black on black crime», cujos números são assustadores e de que a «Windy City» é uma «amostra» particularmente preocupante. Faltam líderes entre os afro-americanos que tenham a coragem de reconhecer, enfrentar e (tentar) resolver o problema, e um deles é, ou poderia ser, um desportista: Richard Sherman. Entretanto, crimes violentos de negros contra brancos não recebem a mesma cobertura mediática; quem conhece os casos, por exemplo, do jornalista racista, homossexual e apoiante de BHO que assassinou – em directo na televisão! – dois ex-colegas, e dos ladrões que mataram a tiro uma grávida?)
(Segunda adenda – Ainda na maior cidade do Illinois, é de destacar (negativamente): o elogio, feito – a curta distância da sede da polícia da «Windy City»! - por um «activista» (não caucasiano), de Assata Shakur, uma das mais notórias – e não capturadas – assassinas de agentes da autoridade; e a detenção de outro que ameaçou matar 16 «demónios brancos», isto é, um por cada bala que atingiu Laquan McDonald. Mas acaso isto é de surpreender numa cidade onde está o quartel-general de Louis Farrakhan, uma das mais odiosas figuras dos EUA, que em Agosto último apelava a que se lhe juntassem «dez mil homens sem medo» dispostos a «erguerem-se e matarem aqueles que nos matam»? Este, sim é um exemplo extremo de – verdadeira - «retórica violenta», apenas mais explicita do que a usada por Bomani Jones, que se interrogou se a morte de negros por polícias seria deliberada, «algo de inserido na equação, inserido no desenho». Com estes «incentivos», também não é de surpreender que, aqui e acolá, surjam casos de falsas ameaças de brancos a negros, inventadas por… negros, como o recentemente desmascarado na Universidade de Kean.)              

Sem comentários: