sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A perversão é oficial e geral?

(Uma adenda no final deste texto.)
A decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América, anunciada no passado dia 6 de Outubro, de… não decidir sobre os vários casos de legalização (ou não) do «casamento» entre pessoas do mesmo sexo correspondentes a (provenientes de) outros tantos Estados representou, talvez, o facto mais grave, mais perturbante – e têm sido tantos! – da «transformação fundamental» protagonizada, promovida, pressionada por Barack Obama e pelo Partido Democrata, que se radicalizou à esquerda desde que aquele tomou posse. A inacção do SCOTUS, cuja composição actual o torna(ria), supostamente, mais inclinado à direita, mas que já aquando da sua «ratificação» do (claramente inconstitucional) «ObamaCare» muito surpreendeu pela negativa, representa, na práctica, a confirmação das decisões ilegais, ou pelo menos ilegítimas, de juízes activistas – todos, ou quase, designados pelo Sr. Hussein – que anularam resultados de referendos (isto é, decisões tomadas pelos cidadãos directamente) ou deliberações em assembleias estaduais (indirectamente) que estabeleceram o casamento entre um homem e uma mulher como o único reconhecido formalmente. 
Esta é uma situação a que eu já fiz referências aqui no Obamatório. Concretamente, neste ano: «Se o “reconhecimento da igualdade matrimonial” (expressão falaciosa porque os homossexuais sempre puderam casar-se) tem vindo a “ganhar terreno” nos EUA, tal deve-se, na esmagadora maioria dos casos, a decisões judiciais tomadas por magistrados democratas e/ou nomeados por democratas que não hesitam, frequentemente, em anular resoluções tomadas por cidadãos em referendos – o que não é democracia mas sim ditadura. E, na verdade, as acções dos activistas da homossexualidade têm tudo a ver com totalitarismo, com a eliminação da oposição.» E em 2010, a propósito do caso específico da Califórnia: «O que praticamente quase ninguém deste lado do Atlântico deve saber é que o juíz (ir)responsável por esta “inversão”, Vaughn Walker, é homossexual! Só quem seja muito ingénuo é que acreditará que não houve qualquer influência dessa circunstância nesta decisão. É isto que a “seita do arco-íris” toma por uma “grande vitória”? Algo obtido por alguém com o poder de decidir, literalmente, em causa própria?»
Quatro anos depois, deste lado do Atlântico a ignorância e até mesmo a manipulação continuam. Na verdade, não é legítimo dizer que «a maré mudou» quando tal «mudança» ocorre pela imposição da vontade de, literalmente, meia dúzia de pessoas sobre a de milhões. E, obviamente, as sucessivas «sondagens» que alegadamente demonstram que a maioria da população dos EUA já é a favor do «matrimónio gay» não contam, não têm qualquer validade: amostras não são mais do que isso, amostras, além de que o medo de «parecer mal» pode levar os inquiridos a darem a resposta «politicamente correcta» que, na solidão da cabina de voto, é substituída pela expressão da verdadeira, embora oculta, convicção.
Ben Shapiro explica a «lógica perversa» que está por detrás desta «acção por omissão», desta súbita «preguiça» - ou receio – por parte do Supremo Tribunal: tratar-se-á de esperar, quiçá anos, por uma «vaga de fundo» de decisões judiciais estaduais que dêem a aparência, a ilusão, de uma «evolução» das mentalidades, e, aí, eventualmente, ratificar, confirmar, a perversão, torná-la oficial, geral. Se não a perversão aos níveis físico e moral, então, o que é muito mais grave, a perversão ao níveis jurídico e político. Será a consagração d(e um)a tirania. Que tem vindo a ser diligente e progressivamente construída por pessoas como Eric Holder, que, prestes a deixar o cargo de attorney-general, atribuiu esta semana a 29 juristas do Departamento de Justiça o «Prémio de Serviço Excepcional», o mais importante do DoJ, pelas actividades que aqueles desenvolveram na implementação do «casamento» entre pessoas do mesmo sexo e na revogação do «Defense of Marriage Act», assinado por Bill Clinton em 2006. É de prever que o mesmo galardão venha a agraciar os operacionais do Departamento que se destaca(ra)m na oposição às leis estaduais que obrigam à apresentação de um cartão de identificação com fotografia em eleições, combate que, como não poderia deixar de ser, conta também com a colaboração de juízes activistas que, recentemente, reprovaram deliberações naquele sentido tomadas no Texas e no Wisconsin.
Perante o avanço da «revolução LGBT» nos EUA, que, como quase todas as revoluções, é conduzida por uma minoria assanhada, que vai fazer o Partido Republicano? A resposta a esta pergunta ainda não é clara porque, como também já observei, há bastantes «conservadores» que só o são de nome e que ou já desistiram ou estão prestes a desistir. Entre os que continuam a lutar estão diversos governadores «encarnados» e ainda Mike Huckabee, que ameaça deixar o GOP se este não «crescer (ou manter) uma espinha», e Ted Cruz, que anunciou que irá introduzir no Congresso uma proposta legislativa tendente a proteger o casamento tradicional. Bons exemplos que incluem igualmente Anthony Perkins, presidente do Family Research Council, e que contrastam com autênticos renegados como Ted Olson, que, pelos «argumentos» demagógicos a que recorre, bem que poderia ser (e provavelmente é) um democrata desviante e dissimulado.
(Adenda – A todos aqueles que pensam, e afirmam, que eu exagero na denúncia da existência de uma ameaça à liberdade de expressão, e mesmo a um conceito de civilização, por parte dos activistas da homossexualidade, eu limito-me a apontar dois dos mais recentes casos de «proto-totalitarismo arco-íris» nos EUA. Primeiro: em Houston, no Texas, a mayor Annise Parker, democrata e lésbica assumida, exigiu às congregações religiosas da cidade que entregassem textos de sermões antes de os respectivos pastores os proferirem, e ainda mensagens trocadas com os membros daquelas. Segundo: em Coeur d’Alene, no Idaho, um casal de pastores que possui e opera uma capela para casamentos está em risco de receber ordem de prisão por se recusarem a celebrar «matrimónios» entre pessoas do mesmo sexo. Apenas exemplos de uma – perigosa, e perversa – tendência que se previu, e para a qual se avisou, há bastante tempo.     

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