Hoje, 3 de Julho de 2011, passam 20 anos sobre a estreia, nos Estados Unidos da América, de «Terminador 2 – Dia do Julgamento» (recuso-me a utilizar a tradução portuguesa «Exterminador Implacável 2», que, como tantas outras, tem tanto de incompetente como de ridícula). Este filme não é apenas um dos «20 mais» da minha vida: é igualmente, se me perguntassem e se tivesse de responder, o meu filme preferido de sempre (pelo menos, até agora…)
Não me é difícil, enquanto «adepto e practicante» de FC & F, justificar esta minha escolha. Aliás, nestas duas décadas sucederam-se as análises que apontaram e enalteceram as qualidades de «T2»: uma boa história e um bom argumento que beneficiaram de uma produção competente e de uma realização superlativa; inovação tecnológica – efeitos especiais ainda hoje extraordinários; acção trepidante «temperada» com humor; visões apocalípticas a assombrarem cenários do quotidiano – o grandioso habilmente conjugado com o intimista; a banda sonora de Brad Fiedel – com destaque para o inesquecível tema principal – e a canção «You Could Be Mine» dos Guns N' Roses; Linda Hamilton num papel que deveria ter conseguido uma sétima nomeação do filme para os Óscares – acabaria por conquistar quatro, só superado pelos cinco de «O Silêncio dos Cordeiros».
Porém, «Terminador 2» é, fundamentalmente, a obra de dois homens, e um ponto alto – talvez mesmo o mais alto – das suas carreiras: James Cameron e Arnold Schwarzenegger. Mais do que ser o meu filme favorito, o segundo capítulo da saga do «ciborgue que veio do futuro» contribuiu decisivamente para que JC e Arnie fossem igualmente, durante anos e anos, respectivamente, o meu realizador e o meu actor favoritos. Depois, as suas carreiras conheceram sucessos ainda maiores. Cameron fez «Titanic» e «Avatar» e quebrou recordes atrás de recordes – de despesas, de receitas, de prémios. Schwarzenegger não só participou em outros bons filmes como foi eleito governador da Califórnia – e que outra alcunha ele poderia então receber senão a de «Governator»? No entanto, actualmente ambos só me suscitam uma enorme desilusão, e até indignação.
James Cameron tornou-se num dos maiores defensores dessa fraude monumental conhecida como «aquecimento global (causada pela Humanidade)», e não hesitou em insultar e até em ameaçar os que contestam – com factos científicos – aquela «crença». Todavia, quando desafiado para debates sobre o tema, reagiu exigindo sucessivas condições e restrições, acabando por recuar, desistir… e fugir. Além de medroso, Cameron também se revelou um hipócrita: apesar de apelar para que os outros «vivam com menos» e adoptem um estilo de vida mais «ecologicamente sustentável», não há sinais de que ele tenha prescindido dos seus luxos – que incluem vários carros e motas.
Arnold Schwarzenegger veio a constituir-se como um caso mais grave… muito mais grave. Não só por, ao deixar Sacramento, a Califórnia estar num… estado pior do que quando chegou – não tanto por culpa directa dele, mesmo sendo um RINO («Republican In Name Only») que apoiou o «ObamaCare», mas porque não conseguiu contrariar a praga de democratas degenerados e despesistas que infestam todas as instâncias do poder no «golden state». Não só por um dos seus últimos actos enquanto governador ter sido comutar a pena de prisão do filho de um político amigo («burro») condenado por cumplicidade num homicídio – decisão controversa que originou um coro de protestos. Não só por ter considerado a hipótese de trabalhar para Barack Obama enquanto «especialista em questões ambientais» - pelo que a sua presença na campanha presidencial de 2008, ao lado de John McCain e de Sarah Palin, deve ter-se tornado numa memória embaraçosa. Principalmente porque, soube-se recentemente… porque ele o confessou, foi infiel à sua esposa de 25 anos, Maria Schriver (que, entretanto, e logicamente, pediu o divórcio), tendo-a traído repetidamente com uma empregada doméstica (e provavelmente com outras mulheres…) que, inclusivamente, engravidou… Em suma, «Schwarzie» colocou-se num «clube» que já conta com «membros» tão «distintos» como Eliot Spitzer, John Edwards, Bill Clinton… e os tios de Maria, John e Edward Kennedy!
James Cameron e Arnold Schwarzenegger estão pois, no que me diz respeito, «terminados» enquanto figuras de referência, tanto cultural como moralmente. Prefiro recordá-los como eram em 1991: no apogeu das suas capacidades e a proporcionar-nos um enorme, e inesquecível, espectáculo. (Texto publicado também no blog Simetria.)
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