Chicago é a cidade que Barack Obama escolheu para residir e trabalhar, e onde iniciou a sua carreira política. Foi também, recorde-se, a cidade de Al Capone. Não só continua a ser uma das mais violentas como é ainda consensualmente considerada a mais corrupta dos Estados Unidos da América: vários têm sido os titulares de cargos públicos no Estado do Illinois investigados, acusados e até condenados em tribunal. Neste âmbito, o caso – a controvérsia – mais recente envolve o ex-governador Rod Blagojevich, cujas ligações tanto ao actual presidente dos EUA como ao criminoso Anthony Rezko continuam por esclarecer cabalmente.
Não espanta, pois, por isso que, regularmente, sejam feitas referências pouco abonatórias à «windy city» e àqueles que dela vieram. Bill Clinton já se referiu a Barack Obama como tendo «os instintos políticos de um rufia de Chicago». O senador Lindsey Graham afirmou que a «reforma» do sistema de saúde foi aprovada à custa de «politiquices sórdidas de Chicago». Não se trata apenas de obscuras manobras de bastidores que pouco devem à legalidade ou à ética: trata-se também de «avisar» os adversários e até de ameaçar os (supostos) correligionários, além de (tentar) intimidar a imprensa. Não é só a Fox News que se tornou um alvo: a Politico publicou um artigo intitulado «7 histórias que Barack Obama não quer que sejam contadas», e não tardou em receber uma subtil, mas hostil, reacção da Casa Branca.
Quando elementos da actual administração se queixam inclusivamente de um hipotético «tratamento injusto» por parte de um... humorista (!), não admira que os índices de (im)popularidade de George W. Bush e de Barack Obama estejam quase idênticos.
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