Dois motivos principais fizeram com que só agora, mais
de uma semana depois, refira e comente aqui no Obamatório os resultados das
eleições do passado dia 5 de Novembro – porque houve muitas, apesar de uma ser
indubitavelmente mais importante do que as outras: primeiro, preferi aguardar
pelos resultados mais ou menos finais de todas as corridas principais, em
especial a da Casa (cujo partido vencedor só foi confirmado ontem) e as de
alguns lugares no Senado; segundo, tem sido tão divertido assistir, ler, ver e
ouvir às reacções dos derrotados, às suas crises de estupidez, histeria e loucura, aliás completamente previsíveis, que se tornou difícil encontrar tempo
e motivação para escrever, assinalar e celebrar convenientemente aquilo que
constituiu incontestavelmente uma vitória histórica que só encontra antecedentes
comparáveis mais de cem anos atrás...
... E que
é mais importante do que a de 2016, porque, além da Casa Branca e do Congresso –
ambas as câmaras, Casa (mantida) e Senado (reconquistado) – o GOP, por
intermédio de Donald Trump, ter também triunfado agora no (total do) voto
popular – no momento em que escrevo Kamala Harris regista mais de 73 milhões de
votos e Trump mais de 76 – o que desde logo impediu os democratas de virem com
as «tretas» do costume de que ele não tem legitimidade e exigirem a extinção do
colégio eleitoral – onde DJT alcançou 312 votos contra os 226 de Harris. Trump
ganhou todos os Estados «tradicionalmente» republicanos e ainda todos os sete
ditos swing states. Porém, em quase todos os «tradicionalmente» democratas ele aumentou
a sua contagem em relação à eleição anterior e ficou até relativamente perto de
ganhar alguns, como foram os casos de Virginia, New Hampshire e o Minnesota de
Tim Walz! Aliás, mais próximo está Nova Iorque de se tornar «encarnado» do que o
Texas se tornar «azul». DJT aumentou e alargou, como nenhum outro candidato
anterior do Partido Republicano, a base de apoio dos conservadores
norte-americanos, tendo conquistado endorsements (apoios) e donativos, e votos,
em praticamente todos os sectores populacionais, em todos os segmentos demográficos,
com destaque para afro-americanos e hispânicos, e incluindo judeus e muçulmanos!
Ele e os outros «elefantes» podem dizer a todos os «burros»: tomem e «embrulhem»!
Donald Trump regressa à presidência dos Estados
Unidos da América como o segundo comandante-em-chefe com dois mandatos não
consecutivos – Grover Cleveland foi o primeiro, no século XIX – e isto depois
de anos de impugnações injustificadas, processos judiciais sem credibilidade e
tentativas de assassinato. Trump foi «derrotado» em 2020 não apenas por causa de
uma fraude eleitoral generalizada: muitas pessoas não votaram nele então porque
acreditaram que o bom nível de vida alcançado durante a sua presidência – expresso
nos melhores números em praticamente todos os indicadores sócio-económicos em
várias décadas – se manteria com Joe Biden. Como seria de prever, tal não
aconteceu nos quatro anos que se seguiram. Pelo que, agora, o contraste era
claríssimo e a escolha para muitos, desta vez, tornou-se óbvia. Os democratas e
os «merdia» nunca cessaram de «martelar», de «massacrar» a opinião pública com
alegações absurdas sobre o «caos» e a «confusão» que Trump alegadamente
causava, mas, na verdade, tal só existia nas mentes degeneradas e paranóicas de
esquerdistas, para os quais qualquer ameaça ou resistência à ideologia e
objectivos desviantes que eles preconizam representa um cenário quase apocalíptico.
Não se duvide de que as mentiras repetidas, os insultos constantes aos
opositores e os reiterados incitamentos à violência contra aqueles contribuíram
igualmente, e largamente, para o resultado obtido na semana passada.
Considero serem futilidades fazer previsões de
resultados e analisar sondagens, estas quanto mais não seja por serem
habitualmente «inclinadas» a favor do PD. No entanto, e ao contrário das
eleições de 2016 e de 2020, em que Donald Trump aparecia – ou parecia aparecer –
em desvantagem e os números finais acabaram por ser muito próximos, nas deste
ano as sondagens, nos dias e semanas finais da campanha, apontavam para um empate
entre Trump e Kamala Harris ou, mais frequentemente, para uma vantagem dele,
tanto geral como nos diferentes swing states. Com efeito, e no que foram
indícios seguros de que uma grande mudança iria ocorrer, nos últimos dois anos
muitos foram os casos, revelados nos órgãos de comunicação social tradicionais
e nas redes sociais, de eleitores democratas que admitiam ir votar no 45º - e agora também 47º - presidente, uma intenção nem sempre acompanhada por uma
alteração na filiação partidária. Ao longo desta «corrida» à Casa Branca (e ao
Congresso) várias foram as vozes que disseram, e alertaram, repetida e
sonoramente, que a vitória teria de ser «too big to rig», isto é, que seria
fundamental ser assente num crescimento eleitoral robusto para, ao contrário do
que aconteceu há quatro anos, prevenir e evitar a sempre possível adulteração
no apuramento dos resultados. Desde 2021 muito se fez, em especial nos swing
states mas não só, com denúncias, investigações, processos judiciais em
tribunal e votações em parlamentos estaduais para esclarecer e corrigir
situações irregulares nos processos de votação – situações essas sempre
possíveis e até inevitáveis quando, como acontece em todos os Estados que os
democratas (ainda) controlam, não é necessária a apresentação de identificação
com fotografia ao preencher e entregar o boletim; todavia, num exemplo positivo
de mudança, a 5 de Novembro foi também realizado no Nevada um referendo em que
foi aprovada a proposta de passar a ser obrigatória uma identificação para
votar naquele Estado. Contudo, as «falcatruas» continuam a acontecer: este ano,
e para além dos habituais atrasos na Califórnia, voltaram a verificar-se
inegáveis e insólitos «incidentes», que prejudicaram, no Arizona e mais uma
vez, Kari Lake, e que poderão prejudicar, na Pensilvânia, David McCormick, e onde
os serviçais «burrocratas» admitiram, aberta e desavergonhadamente, estarem
dispostos a violar a lei para dar uma hipótese de recuperação a Bob Casey.
Se habitualmente – e esse tem sido o «consenso»
político ao longo dos anos – o nomeado para vice-presidente tem pouca ou
nenhuma influência no desenlace da corrida eleitoral, desta vez isso não terá
acontecido. J. D. Vance foi sem qualquer dúvida um acréscimo, um «bónus»
decisivo para a consecução dos objectivos de Donald Trump e do PR, e bastantes
eleitores terão votado no «ticket» republicano por causa dele. Pelo contrário,
a junção de Tim Walz nada de positivo trouxe aos planos de Kamala Harris, e
juntos formaram a «dupla» mais incompetente e mais extremo-esquerdista que
alguma vez se candidatou à Casa Branca, e cuja equipa muito tentou, mas
fracassou, atenuar e disfarçar os sucessivos erros, incompetências e tontices «espalhadas» por aquela durante semanas. É ainda de salientar que Harris, ao contrário
dos seus antecessores na nomeação «azul» para a Casa Branca, não recebeu os apoios
– mais concretamente, apelos ao voto – de jornais como o Los Angeles Times, o
USA Today e o Washington Post, o que já era bem significativo do rumo que a
disputa estava a tomar. Pior: a campanha «D» não só gastou todo o bilião de
dólares que angariou como acabou com uma dívida de 20 milhões... e Trump ofereceu-se para a pagar! Uma oferta em prol da reconciliação nacional que
os «burros» melhor fariam em aceitar. Porém, o mais provável é continuarem no modo de pânico iniciado no dia 5, agora agravado pela divulgação dos nomes das pessoas que integrarão a próxima administração. Pelo que se justifica perguntar: será a criogenia uma solução adequada para o problema deles? ;-)
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