sábado, 20 de setembro de 2014

«Jogos» sem fronteiras

(Uma adenda no final deste texto.)
O recrudescimento da violência no Médio Oriente e o crescimento do número de imigrantes ilegais que atravessam – ou tentam atravessar – a fronteira Sul dos Estados Unidos da América são dois factos que estão ligados não apenas por uma coincidência temporal. Há outro factor a relacioná-los, muito mais inquietante: muitos muçulmanos, possivelmente terroristas, provavelmente até do ISIS (!), têm estado a entrar nos EUA vindos do México, aproveitando a porosidade da fronteira e o desinteresse das autoridades federais – leia-se administração de Barack Obama – em fechá-la e reforçá-la. Aliás, quatro muçulmanos efectivamente (ou, pelo menos, com ligações comprovadas a) terroristas foram mesmo detidos a 10 de Setembro. Antes, tinham sido encontradas mensagens contra Israel e a favor da Palestina em segmentos das vedações na fronteira, e até exemplares do Corão!
Porém, é evidente que não são necessários adoradores de Alá para tornar perigosa a zona que congrega o Sul dos EUA com o Norte do México. Não faltam assassinos, violadores, traficantes de droga e de pessoas, hispânicos, sempre à espreita e à espera de poderem entrar, mesmo à socapa, na «terra dos livres e casa dos bravos». Os criminosos, para os democratas, constituem um público-alvo prioritário, e tanto assim é que mais de 600 imigrantes ilegais condenados em tribunal foram libertados em 2013 por ordem do Departamento de Justiça. Aos guardas fronteiriços não é dito claramente para capturarem o máximo de «penetras» possível, antes pelo contrário. O IRS também mostrou ter para com os ii’s a simpatia e a tolerância que não exprime em relação a indivíduos e a instituições americanas conservadoras, e alargou até 2016 o prazo para os «trabalhadores não documentados» regularizarem a sua situação fiscal.
Deveria ser consensual que qualquer indivíduo que entre sem autorização num país que não o seu é, por definição, um criminoso… mas esta é uma definição que, no entanto, não é aceite por militantes e simpatizantes do PD, que, já se sabe, vivem num mundo alternativo, paralelo, de fantasia, com pouca ou nenhuma relação com a realidade. Em Nova Iorque, o mayor Bill de Blasio, que não tem – nem pediu – autorização de segurançasecurity clearance») para aceder a informação federal confidencial… sem dúvida por ser um comunista, não pensa que a atribuição de cartões de identificação a «indocumentados» contribua para facilitar actividades terroristas. Pelo seu lado, Barack Obama considera que os imigrantes ilegais «não deveriam estar a olhar sempre por cima do ombro», pelo que já decidiu que irá perdoar, amnistiar, por uma – inconstitucional – ordem executiva os cerca de 11 milhões actualmente a viver nos EUA… e fará isso depois das eleições de Novembro, acreditando, aparentemente, que o adiamento da decisão fará desaparecer provisoriamente, como que por artes mágicas, por ilusionismo, a questão, e que terá alguma influência positiva nos resultados dos «burros». Todavia, «receio» que vão sofrer uma desilusão em Novembro, maior do que a de há quatro anos
… E até lá continuarão a fazer «jogos» com a segurança – pessoal e profissional – dos (verdadeiros) cidadãos e com a integridade territorial do país. Não os afecta a hipocrisia (e pior do que isso) das suas afirmações e acções. Mark Zuckerberg não deverá aceitar o desafio de Laura Ingraham e «abrir as fronteiras» da sua mansão, o que seria coerente com o que propõe para a nação. Luis Gutierrez, que bem poderia ser um líder de um cartel «chicano» e não um representante vindo de Chicago, não tem hesitação nem vergonha em dizer que defender o reforço da fronteira antes da implementação de uma amnistia seria «faltar ao seu dever», o que, em circunstâncias normais, deveria acarretar-lhe a perda do seu mandato e até a prisão…
… Prisão que, também, deveria ser o destino dos juízes que deliberaram que estudantes norte-americanos podem ser proibidos de envergarem camisas com a bandeira dos EUA no dia de um feriado mexicano! Tal aconteceu, obviamente, na Califórnia, cujo governador, Jerry Brown, durante uma cerimónia aquando de uma visita do presidente Enrique Peña Nieto, declarou que todos os imigrantes, legais ou ilegais, são bem-vindos naquele Estado! JB, na práctica, mais não fez do que um – descomunal – incitamento ao crime, pelo que devia igualmente ser preso. E mostrou estar em consonância com Nieto, que disse que os EUA são «o outro México»! Alguns democratas do Arizona já levam a peito esse conceito, ao ostentarem a bandeira verde, branca e vermelha durante um desfile; nitidamente, preferem-na à «Stars and Stripes».
(Adenda – Entretanto, e já neste mês de Setembro, um jovem estudante foi forçado a tirar a sua bandeira norte-americana da varanda do seu apartamento pela administração do respectivo prédio porque aquela poderia, imagine-se, «ofender estrangeiros» (provavelmente mexicanos)! Foi na Califórnia, o que já não surpreende… Ele reagiu e a proibição foi revertida, mas este não deixa de ser mais um caso entre vários que demonstra que, incrivelmente, o símbolo maior dos EUA é algo de vergonhoso para muitos dos seus – execráveis, indignos – habitantes, o que é algo que aqui já demonstrei há três anos. Ao mesmo tempo, a Sul do Rio Grande, parece que se leva mais a sério a integridade da bandeira nacional, e Miley Cyrus descobriu isso de uma maneira desagradável… 

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